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FCPorto – Dragões de Azul Forte
Retalhos da história, conquistas e vitórias memoráveis, figuras e glórias do
F. C. do Porto
Capítulo 6: 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XXI)
Época 1954-1955 (continuação)
Historial do hóquei em patins no FC Porto (continuação)
- Este post é uma singela mas justa e honrosa homenagem ao Senhor Ilídio Pinto, à equipa técnica, aos jogadores e a todo o staff da secção de Hóquei em Patins, após o FC PORTO se ter sagrado, pela 21.ª vez, Campeão Nacional.
Adriano FILIPE Silva SANTOS (n. Mafamude, Vila Nova de Gaia, 07 Fev.1974), o grande “capitão, um símbolo inolvidável do hóquei portista, jogou durante 23 anos de camisola azul-e-branca vestida.
Iniciou-se no Clube Hóquei dos Carvalhos quando só tinha 4 anos! Aos 15 veio para o FC Porto e, até ao fim da carreira, não mais despiu a camisola que defendeu com garbo e dedicação.
● Alinhou na equipa de Juvenis (1989-90 e 1990-91) e nos Juniores nas época 1991-92 e 1992-93. Nesta mesma temporada, apenas com 18 anos, foi chamado ao escalão principal. Só em 2012 poisou o stick e descalçou os patins…
● Defesa/médio de enormes recursos técnicos e físicos, muito lhe ficou a dever a equipa portista nos inúmeros êxitos conquistados enquanto o teve ao seu serviço. A constatá-lo está o brilhante palmarés do talentoso hoquista de Mafamude no clube do Dragão: 12 Campeonatos Nacionais, 7 Taças de Portugal, 9 Supertaças Nacionais e 2 Taças CERS.
Dos 12 campeonatos, destaque para um feito extraordinário: 10 foram consecutivos (2001-2002 a 2010-2011)! Filipe Santos é um dos 3 totalistas do Decacampeonato, juntamente com os colegas Reinaldo Ventura e Edo Bosch. Duas mãos cheias de títulos para cada um deles! Ficarão na história do hóquei portista.
Na caminhada para o Deca o próprio Filipe salienta três circunstâncias:
- O primeiro campeonato, em que a equipa do FC Porto chegou a estar com 12 pontos de desvantagem sobre o rival benfica e foi campeã na penúltima jornada;
- A época do tricampeonato, sendo que estiveram classificados no segundo lugar até à última jornada e então sagram-se campeões em jogo frente ao OC Barcelos;
- O decacampeonato, pois o primeiro lugar foi conquistado com os mesmos pontos do segundo classificado.
● O hábil e abnegado hoquista portista foi protagonista de muitos títulos e feitos históricos (para além do Deca, p.e. quatro épocas em que o FC Porto conquistou todos os títulos nacionais, o Penta na Supertaça, etc.), viveu momentos inebriantes e inesquecíveis nos pavilhões por onde passou, mas também viveu um episódio dramático e de contornos repugnantes: em 1998 integrava a comitiva do FC Porto atacada, com extrema violência, nas imediações do Estádio da Luz após um encontro com o rival da capital. Filipe Santos ficou gravemente ferido. Só a força do seu carácter e a solidariedade que o rodeou, permitiram uma recuperação rápida e segura. Até nesse momento se revelou o “grande capitão”!
● As qualidades de Filipe Santos não podiam deixar de o conduzir à Selecção Nacional. Integrou a designada geração de ouro, ao lado de, entre outros, Paulo Alves, Pedro Alves e Tó Neves e vestiu a camisola das quinas 11 vezes pelos Juvenis (18 golos), 21 pelos Juniores (41 golos) e 109 pelos Seniores (92 golos), num total de 141 internacionalizações e 151 golos.
Conquistou 3 Campeonatos Europeus e 2 Campeonatos do Mundo. No Mundial de 1993, em Itália, na final com o anfitrião e no desempate, após jogadores muito experimentados terem falhado na conversão de grandes penalidades, um miúdo, ainda júnior, do FC Porto, de seu nome Filipe Santos, desinibido como é seu timbre, atirou e… fez o golo, para um jogador italiano falhar logo a seguir! Era o BiCampeonato alcançado pela Selecção de Portugal.
● No termo da época de 2011-12, o “nosso capitão” retirou-se dos rinques. Vejamos o que um portista de sete costados, Sérgio Gomes, apaixonado pelo hóquei em patins, exprimiu: “Um dos símbolos do nosso clube nesta modalidade, pediu a bola de jogo ao árbitro no final do desafio com o Candelária. Terá sido o final de carreira do nosso grande capitão, Filipe Santos. O meu capitão, o capitão do nosso Porto, de tantas e tantas glórias, que me fez chorar de alegria e de emoção tantas e tantas vezes!”
Terminava, assim, “uma das mais longas e profícuas carreiras de um dos mais carismáticos jogadores do Hóquei em Patins português”.
Filipe Santos ficará para a história do nosso Clube como um dos maiores “capitães” de sempre. Ainda poderá dar muito da sua dedicação e entrega, quiçá noutras funções. Mas já é um símbolo sagrado do FC Porto, jamais será esquecido, terá o seu lugar, muito próprio, nos nossos corações. Obrigado por tudo, Filipe.
Carreira no FC Porto
1989-90 a 1992-93 (escalões de formação)
1992-93 a 2011-2012 (Seniores)
Palmarés no FC Porto
12 Campeonatos Nacionais (1998/99 e 1999/00; 2001/02 a 2010/11)
7 Taças de Portugal (1995/96, 97/98 , 98/99, 04/05, 05/06, 07/08 e 08/09)
9 Supertaças Nacionais (1995/96, 97/98, 99/00, 04/05, 05/06, 06/07, 07/08, 08/09 e 10/11)
2 Taças CERS (1993-94 e 1995-96)
Palmarés na Selecção Nacional
3 Campeonatos da Europa (1994, 1996 e 1998)
2 Campeonatos do Mundo (1993 e 2003)
Juan Ignacio EDO BOSCH (n. Barcelona, 03 Set.1975) guarda-redes catalão que representa o FC Porto desde a época de 1998-1999.
Aos cinco anos tomou contacto com a modalidade, visto que na escola o hóquei em patins fazia parte do programa curricular. Começou a jogar na “Maristas Sants” onde se manteve até aos juvenis e onde o pai, também hoquista e duas vezes campeão do mundo, se tinha iniciado. Depois ingressou no FC Barcelona para dar continuidade à sua formação. Dali transferiu-se para o Vila Nova tendo atingido o escalão sénior. A seguir jogou três épocas no Reus Deportivo e uma no Noia Freixenet onde ganhou a Taça CERS. Foi então convidado para ingressar no FC Porto.
● Dono da baliza do FC Porto há 14 temporadas, Edo Bosch nutre um especial carinho pelo Porto cidade e pelo seu Clube mais representativo. É um Dragão de corpo e alma, um dedicado servidor do clube que ama. Ele não se inibe de dizer que é “tripeiro” e portista. Ainda assim não perdeu o sotaque catalão... Garante ser “um defeito”, mas atesta que “a culpa também é dos colegas” que nunca o obrigaram a falar português. Promete que “um dia” vai conseguir.
Com sotaque ou sem sotaque, o “diálogo” de Edo Boch é com o êxito. Os títulos conquistados falam por si. De azul-e-branco vestido tem 24 troféus entre Campeonatos, Taças e Supertaças.
● Edo Bosch já representou a selecção de hóquei da Espanha. Apesar do seu inegável valor deixou de o fazer por causa de um incidente ocorrido com o seleccionador espanhol. Mas, titular indiscutível, foi Campeão Europeu e Mundial por uma vez e chegou a defrontar Portugal, país que já o acolhia na altura.
Edo é, ainda hoje, considerado um dos melhores do Mundo na sua posição. Um excelente profissional, um ídolo dos adeptos portistas, um grande, grande Dragão.
Carreira no FC Porto
1998-99 ao presente
Palmarés no FC Porto
13 Campeonatos Nacionais (1998/99 e 1999/00; 2001/02 a 2010/11; 2012/13)
5 Taças de Portugal (1998/99, 04/05, 05/06, 07/08 e 08/09)
7 Supertaças Nacionais (1999/00, 04/05, 05/06, 06/07, 07/08, 08/09 e 10/11)
2 Taças CERS (1993-94 e 1995-96)
Palmarés na Selecção Espanhola
1 Campeonato do Mundo (1997)
1 Campeonato da Europa (1998)
[Nota: dados de 20 Maio de 2013]
REINALDO Miguel Silva VENTURA (n. V. N. Gaia, 16 Mai.1978) iniciou-se no Clube Hóquei dos Carvalhos mas aos 12 anos já estava no FC Porto donde nunca saiu. A polivalência e um fortíssimo remate de meia distância fizeram dele um jogador marcante no hóquei português e mundial. Um atacante que raramente perdoa no momento crucial. Muito e muitos golos têm culminado exibições fantásticas, inesquecíveis.
● Nas épocas 1995-96, 1996-97 e 1997-98 jogou pelos Juniores e equipa Sénior. Logo na primeira daquelas épocas venceu a Taça de Portugal, Supertaça Nacional e uma competição de âmbito europeu, a Taça CERS. Em 1998-99 foi pela primeira vez Campeão Nacional, feito que repetiu na época seguinte. Mas o maior feito estava para vir: 10 campeonatos seguidos (2001-2002 a 2010-2011), o histórico Decacampeonato!
Assim, no conjunto de títulos conquistados com o FC Porto contabilizam-se: 12 Campeonatos Nacionais, 7 Taças de Portugal, 9 Supertaças e 1 Taça CERS. Faltou-lhe um título na Liga Europeia em que foi 3 vezes finalista (2003-04, 2004-05 e 2005-06).
● Envergou a camisola das quinas – Selecção Sénior – desde 1995. Mas antes tinha representado as selecções de outros escalões etários. As internacionalizações de Reinaldo: 7 vezes pelos Juvenis (31 golos), 13 pelos Juniores (30 golos) e 96 pelos Seniores (93 golos), num total de 116 internacionalizações e 154 golos.
Foi Campeão do Mundo em 2003 e vencedor do Torneio de Montreux (2009 e 2011). Capitaneou a Selecção pela qual nunca conseguiu um título europeu, face a uma Espanha que tem demonstrado uma superioridade cada vez mais acentuada. Ante os nossos vizinhos realizou o último jogo em representação da equipa nacional, no Europeu de 2012, em Lordelo, Paredes.
● Reinaldo Ventura foi, é e será um dos jogadores portistas com mais carisma. A sua garra e determinação, sempre presentes, o amor à camisola que veste com orgulho, fá-lo idolatrado pelos adeptos. O reconhecimento do Clube também está patente nos 2 Dragões de Ouro que lhe atribuiu. Reinaldo vai fazer falta – a jogar e a dar alegrias aos apaniguados do FC Porto e do hóquei em patins. Nunca será esquecido.
Carreira no FC Porto (equipa Sénior)
1995-96 ao presente
Palmarés no FC Porto
13 Campeonatos Nacionais (1998/99 e 1999/00; 2001/02 a 2010/11; 2012/13)
7 Taças de Portugal (1995/96, 97/98, 98/99, 04/05, 05/06, 07/08 e 08/09)
9 Supertaças Nacionais (1995/96, 97/98, 99/00, 04/05, 05/06, 06/07, 07/08, 08/09 e 10/11)
1 Taça CERS (1995-96)
Palmarés na Selecção Nacional
1 Campeonato do Mundo (2003)
2 Torneios de Montreux (2009 e 2011)
- Agradecimento ao grande campeão Reinaldo Ventura que me esclareceu sobre o dia do seu nascimento -
[Nota: dados de 20 Maio de 2013]
PEDRO GIL Gómez (n. San Sadurní de Noya, Barcelona, 13 Dez.1980) jogador que se destaca pela grande velocidade, agilidade e capacidade goleadora. O vigor e carácter competitivo, associados às qualidades técnicas, contribuíram para que fosse considerado o melhor dianteiro do Mundo no hóquei em patins.
● Iniciou a carreira no Noia Freixenet (1997-98), a equipa da sua cidade natal em que antes tinha feito toda a formação. Em 1998-99 representou o CP Tenerife e retornou ao Nóia onde jogou mais uma época. Em 2000 veio para Portugal e para o Infante de Sagres que representou durante 2 temporadas.
● O FC Porto contratou-o em 2002 e com a camisola azul-e-branca vestida jogou 5 épocas consecutivas. Aqui consagrou-se como um dos maiores avançados da Europa e do Mundo.
Volta a Espanha para jogar no Reus Deportiu (2007 a 2009) e conquistar a Liga Europeia 2008-09.
De regresso à Liga Portuguesa e ao FC Porto permanece no Dragão 3 épocas (2009-10, 2010-11 e 2011-12). Nos dois períodos em que esteve no FC Porto obteve títulos que consubstanciam um palmarés individual muito rico: 7 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 4 Supertaças Nacionais.
No fim da época 2011-2012, Pedro Gil despediu-se do Porto e ingressou no Valdagno, de Itália.
● Titular indiscutível da selecção espanhola, logrou vencer 5 Campeonatos do Mundo, 7 Europeus e 4 Torneios de Montreux. Fez história com o recorde de 7 Campeonatos da Europa consecutivos, feito que nenhuma outra selecção alcançou.
● Pedro Gil defendeu a camisola azul-e-branca com garra e muita dedicação também. Os adeptos portistas, sempre reconhecidos a quem bem serve o Clube, agradecem-lhe e desejam-lhe as maiores felicidades na sua vida desportiva e pessoal.
Carreira no FC Porto
2002-03 a 2006-07; 2009-10 a 2011-12
Palmarés no FC Porto
7 Campeonatos Nacionais (2002/03, 03/04, 04/05, 05/06, 06/07, 09/10 e 10/11)
2 Taças de Portugal (2004/05 e 05/06)
4 Supertaças Nacionais (2004/05, 05/06, [08/09] e 10/11)
Palmarés na Selecção Espanhola
5 Campeonatos do Mundo (2001, 2005, 2007, 2009 e 2011)
7 Campeonatos da Europa (2000, 2002, 2004, 2006, 2008, 2010 e 2012)
4 Torneios de Montreux (2001, 2003, 2005 e 2007)
[Nota: dados de Fevereiro de 2013]
Paulo EMANUEL GARCIA Solar (n. San Juan, Argentina, 21 Jul.1983) veio com 16 anos para o FC Porto proveniente do Estudiantil, da sua terra natal, onde deu os primeiros passos na modalidade. Chegado ao clube do Dragão inseriu-se bem na comunidade, completou a formação e sagrou-se Campeão Nacional de Juniores (1999-2000).
● Em 2001-02 ascendeu à equipa sénior, mas foi emprestado ao Cambra no início da época com o propósito de adquirir experiência competitiva. Atacante de inegáveis recursos (velocidade, capacidade técnica, agilidade no remate, disciplina táctica) era um “homem de área, jogando bem metido no quadrado defensivo do adversário”. Uma das suas característica é a emenda, para golo, à boca da baliza. Faz, assim, muitos golos.
Após aquela época de empréstimo, Emanuel regressou ao FC Porto e integrou uma equipa que obteria inúmeras conquistas. Aqui venceu 9 Campeonatos Nacionais (do histórico DECA só lhe faltou o de 2001/02 – o primeiro – quando estava emprestado ao Cambra), 4 Taças de Portugal e 5 Supertaças Nacionais. Pena a inexistência de um título europeu. Foi, com muito mérito, galardoado com o “Dragão de Ouro” (2009).
● A categoria do argentino permitiu que depressa se alcandorasse ao nível dos melhores do mundo. Titular da forte selecção do seu país, com ela obteve o 3.º lugar no Campeonato Mundial de 2007 e o 2.º lugar nos de 2009 e 2011. Já antes (1999) havia conquistado o Campeonato do Mundo de Sub-17 em que foi o melhor marcador.
● Em 2009 Emanuel Garcia concluiu o mestrado em Ciências do Desporto – Gestão Desportiva, na Faculdade de Desporto da Universidade do Porto. A tese versou uma organização desportiva e, claro, Emanuel escolheu o FC Porto e as modalidades contempladas foram as do Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins.
● No fim da época de 2010-11 saiu para o Viareggio, de Itália. As lágrimas do jogador no último jogo que disputou pelo FC Porto, são o testemunho da grande afeição que tem pelo Clube e Cidade, pelos adeptos e portuenses. Nunca será esquecida a magia em rinque e o carinho pelas gentes do Porto. Não se olvidará o aprumo como pessoa e a dedicação como atleta. Obrigado, Emanuel.
Carreira no FC Porto
1999-00 a 2010-11
Palmarés no FC Porto
9 Campeonatos Nacionais (2002/03 a 2010/11)
4 Taças de Portugal (2004/05, 05/06, 07/08 e 08/09)
5 Supertaças Nacionais (2004/05, 05/06, 06/07, 07/08 e 08/09)
[Nota: dados de Fevereiro de 2013]
António José Parreira do LIVRAMENTO (n. São Manços, Évora, 28 Fev.1943 – m. 7 Jun.1999). Num encontro disputado entre Portugal e a Argentina, um momento mágico aconteceu: um jogador português está em posse da bola e na parte de trás da sua baliza. Começa a fintar, um por um, toda a equipa argentina, até marcar um golo na baliza adversária. O público levantou-se em absoluto delírio! O jogo era a contar para o Mundial de 1962, em Santiago do Chile, e o jogador era António Livramento!
● Livramento, aquele de que se dizia que “o stick era a continuação dos braços”, foi o melhor do Mundo! Começou no futebol, mas o génio de predestinado revelou-se no hóquei em patins. Treinava com afinco tanto no início da carreira como no seu fim. Conta-se que um dum exercícios predilectos era rodear-se de uma dúzia de miúdos, sem patins, e fintá-los munido de stick, bola e… patins!
Encantou as plateias do hóquei por esse mundo fora. Patinador exímio, criativo, tinha uma visão objectiva do jogo, domínio extraordinário da bola, posição perfeita, jogo atraente e eficaz. Um prodígio sobre rodas! Assim era António Livramento.
● Jogou no benfica, Hóquei Clube de Monza (Itália), Banco Pinto & Sotto Mayor, Sporting e Amatori Lodi (Itália). Como jogador venceu 9 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal e 1 Taça dos Campeões Europeus.
O melhor jogador do Mundo de hóquei em patins, fez pela Selecção Nacional 209 jogos e marcou 425 golos. Ganhou 3 Campeonatos do Mundo e 7 Campeonatos da Europa. Em 1977, após o 7.º Europeu conquistado, anunciou a retirada da equipa das quinas. Contudo a verdadeira despedida ocorreu no Mundial de San Juan, em 1978. Livramento foi aplaudido, de pé, por mais de 16.000 pessoas presentes para lhe prestarem um merecido e derradeiro tributo. Tinham passado 17 anos em que defendeu, com brilhantismo, as cores nacionais.
1980 foi o ano do adeus aos rinques e o fim de um dos últimos tecnicistas do século XX. Era o ponto final da carreira da maior estrela do hóquei em patins português e de um dos melhores jogadores mundiais de sempre.
● António Livramento decidiu, depois, enveredar pela carreira de treinador da modalidade que amava. Treinou (entre outros clubes) Bassano (Itália), Sporting, Turquel e FC Porto. Triunfou em 3 Campeonatos Nacionais, 2 Taças de Portugal, 1 Supertaça, 1 Taça CERS e 1 Taça das Taças.
Em 1998 foi convidado para treinar o FC Porto e logo na época 1998-99 conquista o Campeonato e a Taça de Portugal, bem como a Supertaça relativa à temporada anterior. Perdeu, de forma inglória, por penaltis, a final da Liga dos Campeões para os espanhóis do Igualada HC. Em várias ocasiões esteve para vir, mais cedo, para o clube do Dragão. Muitas vezes manifestou o seu regozijo por ter concretizado o anseio de integrar a família portista. Quis o destino que fosse por pouco tempo…
Morreu subitamente a 7 de Junho de 1999, com 56 anos, vítima de um acidente vascular cerebral, deixando a nação portista e o país consternados e em choque, pois havia sido um ídolo de gerações como jogador e muito admirado e respeitado como treinador. A France Express anunciou que "morreu o Pelé do hóquei em patins". Em todo o mundo os amantes e seguidores da modalidade lamentaram o desenlace.
Filipe Santos, o nosso grande “capitão”, disse dele: “Para mim foi o melhor de todos, uma pessoa que nasceu com o dom de jogar, de treinar e de perceber a essência do hóquei em patins. Apareceu com métodos de treino que ainda hoje são usados por muitos bons treinadores”.
Reinaldo Teles, insigne dirigente portista, ditou: "É uma perda irreparável para o desporto nacional. Foi um desportista que marcou o hóquei português e mundial. No FC Porto conseguiu ser campeão absorvendo a mística do clube e soube cativar a admiração de todos".
A título póstumo foi condecorado pelo Estado Português com a medalha da Ordem do Infante D. Henrique. António Livramento, uma glória do desporto nacional que o FC Porto teve a honra de acolher nas suas fileiras.
Carreira no FC Porto como treinador
1998-1999
Palmarés no FC Porto
1 Campeonato Nacional (1998/99)
1 Taça de Portugal (1998/99)
1 Supertaça Nacional ([1997/98])
Palmarés na Selecção Nacional:
Como jogador
3 Campeonatos do Mundo (1962, 1968 e 1974)
7 Campeonatos da Europa (1961, 63, 65, 67, 73, 75 e 77)
Como seleccionador/treinador
2 Campeonatos do Mundo (1982 e 1993)
3 Campeonatos da Europa (1987, 1992 e 1994)
Pinto da Costa e Ilídio Pinto: os grandes obreiros dos êxitos do hóquei portista!
Obreiros de uma hegemonia conquistada a nível nacional que vem do princípio da década de 80, Ilídio Pinto e Pinto da Costa são figuras incontornáveis quando se fala do êxito retumbante de uma secção que em 1981 não possuía no seu currículo, a nível de Seniores, qualquer título nacional ou internacional e que, globalmente, só contabilizava um Campeonato Metropolitano (1968/1969) e um Campeonato Nacional de Juniores (1973/1974).
Ilídio Borges Pinto, eleito a 17 de abril de 1982 na lista encabeçada por Jorge Nuno Pinto da Costa e que com ele continua até hoje, partilhando o rol de sucessos mas também os dias mais difíceis, é um grande portista e um dedicado dirigente que lançou os alicerces do Hóquei em Patins no FC Porto. Em 1973 havia assumido o comando da secção (que acumulava com outras funções) e a partir daí criou-se à volta da modalidade uma mística e uma cultura ganhadora muito semelhante à do futebol do Clube.
Mentor de todos os êxitos do hóquei, organizou, valorizou e modernizou o departamento, apetrechando-o com recursos humanos de muita competência e qualidade. Tornou o FC Porto numa referência mundial do hóquei patinado, coleccionando títulos sobre títulos, razão pela qual é conhecido por "papa títulos" ou “o Sr. hóquei em patins”. Teve um papel determinante no facto da modalidade passar a ser a segunda na ordem de preferência dos associados portistas, que não esquecem o contributo de Ilídio como grande obreiro de todas as fantásticas vitórias do hóquei.
Desde a estreia, em 1982, com a vitória na Taça das Taças, até ao Decacampeonato em 2010/2011, passando pelo Penta em 1986/1987, pelas 5 Taças de Portugal consecutivas (1988/89) e 9 Supertaças seguidas (1991/92), e pelas brilhantes conquistas europeias (7 troféus!), continua a contagiar toda a secção com a sua dedicação e paixão pelo hóquei.
Recentemente recebeu a Roseta de Ouro que o distingue como Sócio há mais de 50 anos! Mas em 2008, com o Douro como testemunha, o FC Porto entregou os Dragões de Ouro numa cerimónia realizada no edifício da Alfândega. No jantar de gala Ilídio Pinto recebeu, das mãos de Pinto da Costa, o Dragão de Honra prémio partilhado com Manoel Oliveira, cineasta e referência incontornável da cidade do Porto. O homem-forte das modalidades amadoras do FC Porto, disse na ocasião:
"Sinto-me lisonjeado e também um privilegiado por receber tamanha distinção. Já recebi outros troféus de Dragão de Ouro, mas este é sem dúvida o galardão máximo e aquele com maior significado. Jamais esquecerei.”
Os adeptos portistas jamais esquecerão, também, tudo o que Ilídio Pinto fez e realizou no FC Porto. Ilídio Pinto é já uma enorme glória do Clube!
O invejável palmarés de Ilídio Pinto desde 1982 (até 20 Mai.2013) que praticamente se confunde com o da própria modalidade no Clube:
SENIORES
2 Taças dos Campeões Europeus
2 Taças das Taças
2 Taças CERS
1 Supertaça Europeia
21 Campeonatos Nacionais
13 Taças de Portugal
13 Supertaças Nacionais
JUNIORES
16 Campeonatos Nacionais
JUVENIS
14 Campeonatos Nacionais
INICIADOS
13 Campeonatos Nacionais
INFANTIS
8 Campeonatos Nacionais
Entusiasta dirigente da modalidade, João Baldaia sempre teve com Ilídio Pinto uma estreita e profícua colaboração
Com Pinto da Costa o FC Porto nunca mais voltou a ser o mesmo clube de antes da sua eleição para a Presidência. Como o futebol e tantas outras modalidades, também o hóquei em patins fruiu do saber, inteligência e competência do maior Presidente de sempre de um clube desportivo daqui e de além fronteiras
Como está o ranking do Hóquei em Patins, após a conquista, no sábado (18 Mai.2013), do 21.º título de Campeão Nacional pelo FC Porto.
História do Hóquei em Patins
O hóquei em patins é um desporto colectivo de interior, em que os atletas rolam sobre patins e usam um stick para conduzir uma bola que tentam introduzir na baliza adversária.
O hóquei em patins tradicional é jogado por cinco jogadores, quatro em campo e um guarda-redes. Neste desporto é utilizado o seguinte equipamento: patins (compostos por quatro rodas cada patim, travão, chassi e bota), stick e bola. Como equipamento de protecção utilizam-se caneleiras, joelheiras, luvas, coquilha e no caso dos guarda-redes, protecção de coxa e máscara para a cabeça.
Os primórdios do hóquei sobre rodas, remontam a meados do século XIX, nas ilhas britânicas. No ano de 1885 teve lugar o primeiro jogo em Inglaterra e a modalidade era na altura narrada como um desporto “em que se bate com um estique numa bola, calçando uns patins”. Acrescente-se que a bola era de ténis, os sticks poderiam ser simples bengalas ou guarda-chuvas (naturalmente “descascados”) e o jogo se chamava “rink-polo”. Mais tarde os sticks seriam os do hóquei em campo transformados, ou seja, raspada a parte curva até a pá ficar completamente plana dos dois lados.
Os patins foram evoluindo e os fabricantes não tardaram a registar as suas patentes. A mais antiga pertenceu ao francês Jean Garcin no ano de 1815 (patins Cingar) e em 1825 e 1849 novos registos foram efectuados respectivamente pelo inglês Robert Tyre e pelo francês Le Grand. Por alturas de 1910 estavam no mercado diversas marcas das quais se destacava a Dekter.
1910 foi um ano de grande expansão da modalidade. Ao mesmo tempo que se desenvolvia entre os britânicos, difundia-se na Alemanha, França, Estados Unidos, Suíça, Itália, Bélgica, Portugal e Espanha.
Em 21 de Abril de 1921, no Casino de Montreux, Suíça, é fundada a Federação Internacional de Patinagem em Rodas (FIPR), mais tarde designada por FIRS. Herne Bay, na Inglaterra, seria o palco do primeiro Campeonato da Europa, em 1926, Os pioneiros ingleses não deixaram os créditos por mãos alheias e venceram a edição inaugural, iniciando um ciclo consecutivo de 12 triunfos. Estava lançada a modalidade que viria a ser, na opinião de muitos, a mais querida dos portugueses a seguir ao futebol.
O primeiro rinque construído em Portugal, surgiu em Lourenço Marques, Moçambique, em 1904. Sabe-se que em 1908, no Continente, se patinava no Colégio Militar, na Escola Académica e na Sociedade Portuguesa de Autores. Em 1914 foi construído um rinque de patinagem no Campo da Constituição, no Porto, e em 1917 “o Palácio de Cristal cedeu as suas instalações à alta burguesia portuense, já que o povo continuava a frequentar a Constituição com os sócios do histórico FC Porto a pagarem cinco tostões, por mês, para patinarem às terças e sextas-feiras!”
No início dos anos 20 começaram a formar-se equipas de jovens treinados por mais velhos e 1924 foi o ano da transformação decisiva das estruturas do hóquei; a então Liga Portuguesa de Hóquei, fundada em 1922, deu lugar à Federação Portuguesa de Patinagem que englobava o hóquei em campo e o hóquei em patins – situação que se manteve até 1933. Neste ano foi fundada a Federação Portuguesa de Patinagem (passando a superintender apenas o hóquei em patins) que em 1939 organiza os primeiros campeonatos nacionais. No Porto, a criação da Associação aconteceu em 1938.
O Organismo máximo para esta modalidade a nível mundial é o CIRH, Comité Internacional de Hóquei em Patins, enquanto que a nível europeu o CERH (Comité Europeu) é responsável por todas as provas existentes no continente Europeu, enquanto que o CSP (Comité Sul-Americano) é o responsável pelas provas no respectivo continente. As principais provas a nível de selecções masculinas e femininas são o Campeonato do Mundo de Hóquei em Patins e o Campeonato Europeu de Hóquei em Patins.
Portugal, Espanha, Inglaterra, Itália e Argentina são actualmente os países que detêm mais títulos europeus e mundiais no seu historial.
[HISTORIAL DO HÓQUEI EM PATINS NO FC PORTO – Fontes e referências: História do hóquei em patins – CTT, Enciclopédia Luso-Brasileira – Verbo, Fragmentos da História de um Clube secular de Rui Anjos, Jornal de Notícias, Portugal Século XX – Círculo de Leitores, Público, Record, Wikipédia, sítios da Federação Portuguesa de Patinagem e do CERH – Comité Européen de Rink-Hockey, portal Mundo do Hóquei, blogues Bibó Porto, carago!, Dragãopentacampeão, Lôngara – Actividade Literária, Gloquei, Memória Azul, Memória Portista, Onda Azul, Paixão pelo Porto, Pronúncia do Dragão e Reflexão Portista. Outras fontes.
Especial agradecimento ao meu amigo Sérgio Gomes cuja inestimável ajuda permitiu fazer a identificação na maior parte das fotos com equipas do FC Porto]
- No próximo post.: Capítulo 6, 1951 a 1960 – Contestação a Lisboa; a “dobradinha” (Parte XXII) – Época 1955-56; a chegada de um Campeão! Felizes inovações de Yustrich: emblema sempre nas camisolas e Lar do Jogador; afastamentos e o ingresso do “flecha negra”; plantel da época 55-56; Campeonato Nacional.
Um grande aplauso por este post, mais uma GRANDE HOMENAGEM a esta modalidade que tantas alegrias nos dá...
ResponderEliminarTens jeito para isto, sem dúvida!!
Grande abraço!
Um belíssimo post que homenageia merecidamente uma modalidade em que o FC Porto tem tido tanto sucesso.
ResponderEliminarUma palavra também para o grande atleta Filipe Santos, alvo do ato mais selvagem a que jamais se asistiu no desporto em Portugal! Grande atleta, grande Portista!
Abraço