COM OS PÉS NO CHÃO

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Quando as bandeiras já tinham saído do fundo dos roupeiros, quando o marquês já estava reservado, quando já nada parava os menstruados, eis senão quando algo foge ao guião: alguém consegue resistir a penaltis não assinalados, a foras de jogo ridículos, a golos que entram mas ninguém vê, e deixa em pânico o inferno da luz.
Afinal de contas, o doutor do povo, o tal que alguns portistas até se dão ao desplante de pretender ver como substituto de Vítor Pereira, percebeu que não basta chutar a bola para a frente, não basta mandar tudo para a área em lançamentos ou livres, se a vaca leiteira que os tem acompanhado esta época, não estiver lá a empurrar bolas para o poste e a salpicar sempre a bola num qualquer ressalto para os pés de Lima ou Cardozo.

Como é óbvio, tudo isto vem-nos dar novo ânimo, novas esperanças, renovadas ambições.
Generalizadamente, o Universo azul e branco já quase não acreditava numa mudança de cenário, e o título parecia efetivamente uma miragem, não pelo futebol que o nosso adversário pratica, mas sim por um conjunto de outro fatores que não são agora tempo de lembrar. O desânimo, a crítica fácil (sempre direcionada ao treinador) e a glorificação do nosso adversário já se tinha apoderado de uma franja muito significativa dos portistas.

Mas atenção: nada ainda está ganho!
Convém não termos comportamentos ao nível dos nossos rivais, que num dia ninguém nos pára e no outro o Mundo vai desabar. É preciso ser-se maduro, adulto e saber também jogar com o aspeto psicológico.

Faltam dois jogos para serem ganhos, dois difíceis jogos para serem ganhos.
Mas o momento é este!
O momento dos campeões, o momento onde se vê de que massa é feita os homens, quem os tem no sítio e quem dá o corpo ás balas. Os jogadores do FCP têm aqui uma excelente oportunidade de serem Porto na prática e não no papel ou nas palavras.
Como tal, quero apenas pedir o de sempre: luta, dedicação, ardor, amor e honra pela camisola. Pedir por pedir, é lógico que agora também peço a vitória no campeonato... mas calma porque não vai ser fácil e é preciso ter os pés no chão. É preciso não entrar em euforias que depois possam dar origem a novas depressões!
Espero que também por isso, o público do Dragão saiba ser paciente, não queira resolver o jogo nos primeiros 10m e não assobie se as coisas não estiverem a correr bem.

Com o exagero que a expressão possa ter, sábado é para mim dia de guerra!
Para a guerra não se vai de fisga... vai-se de canhão!
Desportivamente falando, é jogo de vida ou de morte... e nada melhor do que matar aqueles que mais merecem.

Faltando no balneário, em minha opinião, verdadeiras referencias do que é ser Porto, PRESIDENTE... confio em si!

Um abraço,