05 maio, 2013

O FC Porto Não Desarma

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Nacional 1-3 FC Porto

Liga 2012/13, 28.ª jornada
4 de Maio de 2013
Estádio da Madeira, no Funchal


Árbitro: Cosme Machado (Braga).
Assistentes: Alfredo Braga e Tomás Santos.
Quarto árbitro: Pedro Campos.

NACIONAL: Gottardi; Nuno Campos, Miguel Rodrigues, Mexer e Marçal; Aly Ghazal, Moreno (cap.) e Jota; Candeias, Rondón e Mateus.
Substituições: Moreno por Claudemir (intervalo), Mateus por Keita (intervalo) e Nuno Campos por Diego Barcellos (62m).
Não utilizados: Vladan, João Aurélio, Edgar Costa e Diogo.
Treinador: Manuel Machado.

FC PORTO: Helton; Danilo, Abdoulaye, Otamendi e Mangala; Fernando, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela.
Substituições: Fernando por Castro (69m), Varela por Defour (78m) e Lucho por Izmaylov (85m).
Não utilizados: Fabiano, Maicon, Liedson e Castro.
Treinador: Vítor Pereira.

Ao intervalo: 1-3.
Marcadores: James (10m), Mangala (19m), Lucho (pen., 22m) e Candeias (pen., 27m).

Cartões amarelos: Mangala (25m), Candeias (29m), Fernando (51m), Helton (70m), Keita (89m) e Izmaylov (90m+1).

Até ao fim, dê por onde der, este Porto não desarma. Não cede. Não recua. Não vira a cara à luta. Durante a semana, muito se falou da possibilidade do FC Porto perder de propósito na Madeira para não correr o risco de ver o seu maior rival festejar o título no Dragão. Puro engano, claro está, de gente que demonstra desconhecer por completo o ADN do FC Porto, a sua História, a sua mística e a sua cultura.

Lembro-me em criança de ouvir o meu Avô dizer, alto e bom som, que o FC Porto não faz fretes. E um Avô, já se sabe, não nos mente. Até porque não havia qualquer razão válida para essa atitude, pois é sabido e reconhecido o historial de embates entre FC Porto e vermelhos no Dragão, com saldo clara e esmagadoramente favorável para os nossos lados. E, para além de tudo, sempre ouvi dizer que até ao lavar dos cestos é vindima.

Por isso, resta-nos aguardar pacientemente por esse dia, por esse combate, de forma a mostrarmos ao país futebolístico a Verdade sobre a tão elogiada e idolatrada equipa comandada pelo tão ilustre treinador Jorge Jesus. Convém recordar a muitas cabecinhas pensantes que por aí circulam e invadem os jornais, as rádios e as televisões nacionais que o tal treinador que hoje volta a ser considerado o "Mestre da Táctica" é o mesmo que sofreu cinco golos sem resposta em pleno Estádio do Dragão. E não há muito tempo. Mas a memória é curta para muitos desses.

O FC Porto entrou na Choupana decidido a resolver cedo a contenda. Fê-lo muito à custa do bom entendimento do trio da frente, com James (a subir de produção, finalmente!), Varela e Jackson a apresentarem-se em muito bom plano, como há muito não se via. Efectivamente, conforme se previu nessa altura, o jogo ficou selado com o terceiro golo portista. A reacção nacionalista, pelo golo de Candeias, mais não foi do que o golo de honra, muito embora os azuis e brancos tivessem sido obrigados a sofrer a bom sofrer no início da segunda parte. Mas, nessa altura, a equipa demonstrou união para aguentar a diferença de dois golos. Saúda-se este “regresso” de Silvestre Varela. Andou muito desaparecido durante longos períodos da época e a equipa sentiu a sua falta. A sua capacidade de desequilibrar junto à linha lateral não é a mesma de outros tempos, mas em forma consegue sempre emprestar capacidade de decisão e de finalização no último terço do terreno, coisa que manifestamente Atsu ainda não consegue fazer.

Jackson Martínez teve algumas arrancadas de registo, embora seja notório que é um jogador cansado e sem explosão, obviamente devido à ausência de alternativas para a posição. Confesso, aliás, que até me custa escrever a palavra Liedson. Mas, sejamos sinceros e verdadeiros: a culpa será mesmo do brasileiro? Não creio. Mas isso serão assuntos que, esperemos, já estarão a ser resolvidos na Torre das Antas.

O russo Izmailov, a outra contratação de Janeiro, voltou a entrar em cena. Encerra também outro mistério. Foi contratado, treinou, começou a jogar, fez jogos de altíssimo gabarito e depois, sem mais nem porquê, saiu da equipa. Fica a pergunta para quem quiser e souber responder.

Outra pergunta que deixo para discussão é a seguinte: porque não bateu Lucho González, Capitão, mais penaltys esta época, se sempre se mostrou apto e capaz de estar ao nível que se exige neste tipo de lances? Talvez nos tivesse poupado alguns dissabores, digo eu.

Nota de elogio, uma vez mais, para Mangala. Além de ser um central de enorme valência na sua posição, consegue efectuar com distinção a posição de lateral esquerdo. Depois da assistência da jornada passada, volta a facturar, desta feita num lance de fino recorte. Este, meus amigos, não engana. É jogador feito e central dos bons. Dos que limpam uma área, levam a equipa para a frente, fazem várias posições e ainda marcam golos. Para jogar por nós enquanto conseguirmos resistir a uma proposta certamente milionária, que até poderá chegar mais cedo do que esperamos.

A época ainda não acabou, assim sendo. Não, não vos estou a mentir. Bem sei que não é isso que parece, atendendo aos festejos e manchetes que vão aparecendo, mas a verdade é que a temporada não chegou ao seu término. Ao FC Porto cabe-lhe acreditar e lutar até ao fim, mesmo sabendo que depende de terceiros. Mas isto é futebol e tudo pode acontecer. A nossa História obriga-nos a não desistir e a enfrentar a luta de cabeça erguida até ao fim.

Rodrigo de Almada Martins



DECLARAÇÕES

VÍTOR PEREIRA:

"Jogo de grande qualidade, com primeira parte em que criamos variadíssimas oportunidades de golo. Fizemos três golos, mas o resultado ao intervalo não espelha o que se passou, 3-1 é muito curto. Na segunda parte podáimos ter feito mais dois ou três golos, não foi possível, mas controlamos o jogo".

"Temos de fazer o nosso trabalho e fizemo-lo bem. Jogámos o próximo jogo em casa, vamos abordá-lo para ganhar, depois o último também e faremos as contas no fim".

"Todas as vitórias são importantes para continuarmos na luta pelo título".

JAMES RODRIGUEZ:

"Ganhamos, penso que foi bom. Há que ganhar todos os jogos para continuarmos na luta".

"Fizemos o nosso trabalho e vamos esperar por segunda-feira para ver o que acontece com eles. Somos um grande clube e vamos lutar até ao último jogo".



RESUMO DO JOGO

5 comentários:

  1. Eu também acredito
    Saudações
    eidapi

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  2. ACREDITAR ATÉ AO FIM! VAMOS PORTO!!!!
    ATÉ OS COMEMOS CARAGO!

    Faiska26

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  3. Jogo para cumprir calendário já que a APAF já sentenciou o campeão. Resta-nos cumprir a obrigação e vencer os jogos que faltam.

    Espero que o próximo jogo seja a demonstração do querer, da classe, da ambição e do carácter. Evitar a festa dos lampiões no nosso Estádio é o mínimo que poderemos exigir.

    Um abraço

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  4. Com uma entrada fortísssima e cerca de 20 minutos que roçaram a perfeição, o F.C.Porto marcou três golos, resolveu o jogo e depois controlou, ganhando com toda a justiça, apesar da reacção do Nacional após o golo de Candeias.
    Com Varela, belíssima exibição e importantíssimo no melhor período azul e branco, no lugar de Atsu e Abdoulaye ao lado de Otamendi, derivando Mangala para a posição de lesionado Alex Sandro, o conjunto de Vítor Pereira desde logo tomou conta do jogo e encostou o conjunto insular às cordas. Trocando a bola com uma qualidade de passe bem melhor que em partidas anteriores, maior velocidade e com uma dinâmica que envolvia todos os jogadores, num carrossel em que ninguém tinha lugares fixos, a equipa portista, chegou merecidamente à vantagem por James - Varela acreditou que a bola não saía; em esforço tocou para Jackson; o colombiano tira de forma brilhante um defesa do caminho, leva a bola junto à linha de fundo e na cara do guarda-redes, tocou para James facturar. Belíssimo golo! A vencer e claramente por cima, com a equipa madeirense aturdida, o bi-campeão não abrandou, continuou no mesmo ritmo, com a mesma qualidade e vontade de resolver. James, grande jogo, num lance estudado, após um livre, fez uma grande abertura para Moutinho, o nº 8 que se tinha desmarcado para o espaço nas costas da defesa do Nacional, de cabeça assistiu Mangala e o francês, de calcanhar, aumentou a vantagem - foi mais um golo muito bonito. Como o 3-0 veio logo a seguir, num penalty indiscutível sobre Varela que Lucho transformou, tudo ficou decidido. Apesar do conjunto de Manuel Machado ter reduzido passados 5 minutos e procurado reentrar no jogo, nunca esteve em causa a vitória do F.C.Porto que até final controlou e até podia ter marcado mais um ou outro golo.

    Foi um bi-campeão que cumpriu a sua obrigação, aumentou a pressão, mostrou que não desiste, que vai tentar tudo para que o título dure até ao fim.
    Aguardemos para ver o que vai acontecer na segunda-feira...

    Abraço

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  5. Há que continuar, milagres não são fáceis, está sempre alguém à espera para limpar quem se meter num certo caminho - por isso tudo é limpinho, limpinho - a nossa obrigação é entrar sempre para vencer, que é o nosso lema.

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