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Paços de Ferreira 0-2 FC Porto
Liga 2012/13, 30.ª jornada
19 de Maio de 2013
Estádio da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa).
Assistentes: Nuno Pereira e Hernâni Fernandes.
Quarto árbitro: Jorge Ferreira.
PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Tony, Ricardo, Tiago Valente e Diogo Figueiras; André Leão, Luiz Carlos e Vítor; Manuel José (cap.), Poulsen e Josué.
Substituições: Poulsen por Cohene (24m), Manuel José por Christian (intervalo) e Vítor por Hurtado (74m).
Não utilizados: António Filipe, Caetano, Nuno Santos e Filipe Anunciação.
Treinador: Paulo Fonseca.
FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela.
Substituições: Defour por Castro (78m), James por Kelvin (82m) e Varela por Liedson (89m).
Não utilizados: Fabiano, Izmaylov, Abdoulaye e Sebá.
Treinador: Vítor Pereira.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Lucho (23m, pen.) e Jackson (52m).
Cartões amarelos: Danilo (17m e 56m) e André Leão (78m).
Cartões vermelhos: Ricardo (22m) e Danilo (56m, por acumulação de amarelos).
É tarefa árdua descrever com palavras o que significou este título para o FC Porto e para as suas gentes. Em retrospectiva, tudo parece agora parece fazer sentido, quase como que saído de um guião típico de finais felizes. Afigura-se impossível, desculpem-me, fazer a crónica somente deste jogo. O jogo na Mata Real só faz sentido e só tem história se for contado o que está para trás, o que nos levou até aqui, o que foi acontecendo até este dia 19 de Maio, onde todas as decisões se concentraram em Paços de Ferreira.
A eliminação da Champions às mãos do Málaga (fruto de uma primeira mão muito perdulária) e os empates na Madeira e em Alvalade trouxeram um grande desânimo a toda a nação portista e alteraram o rumo do campeonato até então. Ficaram bem à vista, nessa altura, as difíceis condições com que Vítor Pereira se foi deparando ao longo de toda a temporada, fruto de um plantel curto e limitado, que teria obrigatoriamente que ser esticado ao máximo até ao final do campeonato. As críticas começaram, então, a cair como água da chuva. Sobre o treinador, sobre os jogadores, sobre os dirigentes. O James não recupera da lesão. Fala-se na saída atabalhoada do Hulk e da não contratação do Lima. Mas principalmente, não esqueçamos, o maior visado é o treinador.
Do outro lado da trincheira, pelo contrário, respirava-se confiança e saúde. Eles tinham as melhores opções, um banco de categoria, estavam em todas as frentes e jogavam o tal futebol-espectáculo. Nós tínhamos um ponta-de-lança e meio e eles tinham três ou quatro matadores, já para não falar nos extremos sempre em alta rotação e prontos a entrar. Nós, por cá, antes dos jogos frente ao Braga de José Peseiro, estávamos com a neura. Apreensivos, meio abatidos, pouco confiantes, sem a chama que nos caracteriza. Mas, bem lá no fundo, com a crença ainda viva, embora escondida, prestes a soltar-se cá para fora à primeira oportunidade. É nesse jogo, em casa, que se ouve falar pela primeira vez de um rapaz chamado Kelvin, de cabelo estranho, ar de moleque e corpo franzino. Faz dois golos ao cair do pano e conquista três pontos para o Dragão. Mais não faz do que alimentar a crença, reacender a chama, pôr-nos a acreditar no impossível.
Logo de seguida, novo desânimo. Perdemos a Final da Taça da Liga frente ao mesmo Braga, num jogo estranho, e a chama volta a enfraquecer, a confiança esvai-se e regressa a apreensão. Do lado contrário, o cortejo continua triunfal. Dispunham de um panzer todo-o-terreno a meio-campo e estavam na Final da Liga Europa e na Final da Taça de Portugal. Em suma: estavam galvanizados. E aplicavam a nota artística. Não importa que tenham ganho aos leões com uma grande “capelada” à mistura. Eles, aliás, não ganham. Eles atropelam os adversários. Eles trituram os oponentes. Eles são um rolo compressor.
Até que vão à Madeira e, após uma primeira parte atribulada, ganham o jogo com um golo na própria baliza já perto do final do jogo. Festejam como se já fossem campeões. Atónito, esfrego os olhos, belisco-me para crer no que estou a ver. Mas sim, é verdade. Ainda faltam três jogos e eles já fazem uma “rodinha” aos saltos e aos abraços. Erro crasso, penso. Isto costuma dar azar, concluo. Mas se calhar sou eu que sou doente pelo Porto e ainda acredito no impossível.
Afinal de contas, como ainda ter esperança? Quem será capaz de derrotar o mestre da táctica? Como vencer esta equipa trituradora? Haverá antídoto para esta máquina de jogar futebol? Os jornais e as televisões dizem que não, que eles são do melhor que há, que o médio deles vai sair por 40 milhões, o central por 20 milhões, que o nosso treinador não está à altura, que faltam soluções, que o Jackson está cansadíssimo, que o Liedson e o Izmailov foram más contratações, que muita coisa tem que ser repensada para os lados das Antas.
Chega a nossa vez de ir jogar à Madeira, à Choupana. Resolvemos o jogo na primeira parte e ficamos, no sofá, a aguardar pelo desfecho – mais que esperado – do jogo deles frente ao Estoril. A nossa crença vai crescendo à medida que os minutos para os 90 vão diminuindo. Será possível? É mesmo. O jogo acaba e parece que um terramoto varreu aquele estádio com problemas de iluminação. Olhares no vazio, silêncio sepulcral, caras franzidas, medo estampado na cara. Falar no que se passou depois é dispensável. Cada um viveu-o à sua maneira. O “ides sofrer como cães”, tão popularizado nos dias que anteciparam o clássico no Dragão, mais não foi do que chamá-los à realidade. Já sabemos que a doença de que padecem é terem de jogar futebol. Porque de resto, são os melhores do mundo. Mas, chatice das chatices, ainda são obrigados a ganhar jogos no relvado. Ainda são obrigados a jogar contra todas as equipas do campeonato, a duas voltas, durante 90 minutos. De resto, já se sabe, são os melhores do mundo. O problema é essa maldita teimosia de os obrigarem a jogar a bola. Ainda para mais, de os obrigarem a jogar depois da hora, nessa tal “novidade” que se chama descontos de tempo. Ai, se isto fosse como no antigamente!...
Diz o poeta Manuel Alegre, curiosamente adepto do clube do milhafre, que o 25 de Abril de 1974 foi o único dia da sua vida em que viu desconhecidos na rua a abraçarem-se, entre sorrisos e lágrimas. Manuel Alegre não é portista, pelo que não pôde verificar com os seus próprios olhos que não é bem assim. Também no dia 11 de Maio de 2013, desconhecidos se abraçaram, dentro de um estádio de futebol, mais concretamente ao minuto 92, celebrando aquela que foi a nossa revolução, o nosso grito de revolta perante todo o circo instalado de festas antecipadas e de reservas de festejos por antecedência. A alma e a mística portistas concentraram-se naquele momento no remate de pé esquerdo do miúdo Kelvin, na passada, de chofre, sem pedir permissão e sem dó nem piedade. Cruel, de facto.
Antes da última jornada, eles ainda vão a tempo de perder mais uma final europeia. Antes do jogo, os jornalistas e comentadores diziam que eram os favoritos. Favoritos? Contra o Chelsea campeão europeu?!, penso algo surpreendido. Sim, eram, porque tinham mais equipa e não apenas individualidades. Começam a todo o gás, porque eles não disputam jogos. Eles atropelam os adversários e são uma máquina tritutadora. No fim, voltam a perder o jogo aos 92 minutos. Cruel de novo, de facto. Começa o delírio colectivo. É o azar. É o número 92. É a maldição de um treinador de há 50 anos. É o Jesus que é pé frio. A desresponsabilização total. Não se referem aos festejos antecipados nem à falta de humildade. Mas lá está, tirando os descontos e o azar, são os melhores do mundo.
Entretanto, na Sexta, a equipa de andebol deles vem jogar ao Dragão Caixa. O Porto, para ser campeão nesse jogo, precisa de ganhar por três golos de diferença. Vencemos por 26 x 23 e somos PENTA. Aqui não há minuto 92, mas foi azar com certeza. Um em três. No Sábado, coincidência das coincidências, a equipa de hóquei em patins deles vem jogar ao Dragão Caixa. O Porto, se ganhar, é Ccampeão. Vencemos por 7 x 3 e, depois de um ano sem ganhar, resgatamos o título de Campeão Nacional. Em doze épocas, 11 títulos são azuis e brancos. Não há minuto 92, não há Jesus, não há maldição, não há descontos, mas foi azar outra vez. Dois em três.
Domingo. Chega a jornada final. Acordei cedo, sem bilhete. Seguindo o exemplo do meu clube, não deixo de acreditar. A esperança não morre. Ligo a dois amigos de infância, irmãos, ambos sem bilhete, e convenço-os a irmos a Paços de Ferreira receber a equipa e, quiçá, arranjar bilhetes para o jogo de todas as decisões. Não festejamos os bilhetes por antecedência, mas acreditamos que é possível. Chegamos cedo e entramos num café para refrescar as gargantas com um fino, como não podia deixar de ser. Vamos dar uma volta pelas imediações no estádio, à espera do impossível, a um preço decente. Até que pára um candongueiro mesmo à nossa frente e diz que tem três bilhetes para vender e que os tem que despachar. É o nosso momento Kelvin. Negócio fechado e três bilhetes para o título.
O FC Porto não foi jogar esta final a Paços de Ferreira. Foi ganhá-la. Conforme consta nos pergaminhos do clube. Lucho e Jackson selaram o título portista, entrando para a História como a terceira equipa em Portugal que termina um campeonato sem derrotas. Aliás, apenas a título de curiosidade, o TRI-Campeonato apenas tem uma derrota (em Barcelos) num percurso de 90 jogos, o que diz tudo sobre a hegemonia azul e branca dos últimos anos.
Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta, lembram-se? Três em três.
PENTA (andebol). RESGATE (hóquei). TRI (futebol).
Despeço-me de todos, para férias de futebol, com uma frase do nosso grande treinador Vítor Pereira, obreiro maior deste saboroso título, prestando-lhe aqui a minha homenagem: “A sorte dá muito trabalho”.
Rodrigo de Almada Martins
DECLARAÇÕES
VÍTOR PEREIRA:
Na sala de imprensa do Paços de Ferreira, Vítor Pereira surgiu acompanhado de toda a sua equipa técnica e pediu desde logo desculpa aos jornalistas, porque queria “falar pouco”. Para além de deixar agradecimentos a todos os que auxiliaram este percurso rumo ao “tri”, o técnico quis colocar os holofotes sobre os jogadores, que “trabalharam e acreditaram muito”.
Sentimento de tricampeão
“Vou falar pouco, mas é a vontade que tenho e quero é festejar com os nossos adeptos. Fundamentalmente, vou aproveitar para agradecer a esta equipa técnica maravilhosa, que me apoiou sempre e que merece tudo. Vou agradecer às nossas famílias, às famílias dos jogadores e de toda a gente que sofre connosco. Queria agradecer à administração, ao nosso presidente, ao clube e a toda a estrutura, a todos os que nos acompanharam neste momento e não estão aqui, porque não são visíveis, mas trabalharam muito para mais um título. Gostava de agradecer aos nossos adeptos e à massa associativa, pela crença, por nos apoiarem sempre e particularmente às nossas claques, que estiveram sempre connosco.”
Luzes sobre os jogadores
“Queria chegar ao final sem ter necessidade de falar de mim. Falem vocês, analisem, digam o que entenderem. Não sinto necessidade nenhuma de falar de mim. Sinto necessidade de falar dos meus jogadores, da minha grande equipa. Estes jogadores têm grande qualidade e é um privilégio trabalhar com eles, pela sua qualidade e carácter. São eles que hoje têm de ter as luzes sobre ele. Estes jogadores merecem, trabalharam muito e acreditaram muito.”
Méritos e deméritos
“Não consigo dizer agora até onde vai o nosso mérito e demérito dos outros. O que digo é que somos campeões com todo o mérito e merecemos o título.”
RESUMO DO JOGO
Liga 2012/13, 30.ª jornada
19 de Maio de 2013
Estádio da Capital do Móvel, em Paços de Ferreira.
Árbitro: Hugo Miguel (Lisboa).
Assistentes: Nuno Pereira e Hernâni Fernandes.
Quarto árbitro: Jorge Ferreira.
PAÇOS DE FERREIRA: Cássio; Tony, Ricardo, Tiago Valente e Diogo Figueiras; André Leão, Luiz Carlos e Vítor; Manuel José (cap.), Poulsen e Josué.
Substituições: Poulsen por Cohene (24m), Manuel José por Christian (intervalo) e Vítor por Hurtado (74m).
Não utilizados: António Filipe, Caetano, Nuno Santos e Filipe Anunciação.
Treinador: Paulo Fonseca.
FC PORTO: Helton; Danilo, Otamendi, Mangala e Alex Sandro; Defour, João Moutinho e Lucho (cap.); James, Jackson Martínez e Varela.
Substituições: Defour por Castro (78m), James por Kelvin (82m) e Varela por Liedson (89m).
Não utilizados: Fabiano, Izmaylov, Abdoulaye e Sebá.
Treinador: Vítor Pereira.
Ao intervalo: 0-1.
Marcadores: Lucho (23m, pen.) e Jackson (52m).
Cartões amarelos: Danilo (17m e 56m) e André Leão (78m).
Cartões vermelhos: Ricardo (22m) e Danilo (56m, por acumulação de amarelos).
É tarefa árdua descrever com palavras o que significou este título para o FC Porto e para as suas gentes. Em retrospectiva, tudo parece agora parece fazer sentido, quase como que saído de um guião típico de finais felizes. Afigura-se impossível, desculpem-me, fazer a crónica somente deste jogo. O jogo na Mata Real só faz sentido e só tem história se for contado o que está para trás, o que nos levou até aqui, o que foi acontecendo até este dia 19 de Maio, onde todas as decisões se concentraram em Paços de Ferreira.
A eliminação da Champions às mãos do Málaga (fruto de uma primeira mão muito perdulária) e os empates na Madeira e em Alvalade trouxeram um grande desânimo a toda a nação portista e alteraram o rumo do campeonato até então. Ficaram bem à vista, nessa altura, as difíceis condições com que Vítor Pereira se foi deparando ao longo de toda a temporada, fruto de um plantel curto e limitado, que teria obrigatoriamente que ser esticado ao máximo até ao final do campeonato. As críticas começaram, então, a cair como água da chuva. Sobre o treinador, sobre os jogadores, sobre os dirigentes. O James não recupera da lesão. Fala-se na saída atabalhoada do Hulk e da não contratação do Lima. Mas principalmente, não esqueçamos, o maior visado é o treinador.
Do outro lado da trincheira, pelo contrário, respirava-se confiança e saúde. Eles tinham as melhores opções, um banco de categoria, estavam em todas as frentes e jogavam o tal futebol-espectáculo. Nós tínhamos um ponta-de-lança e meio e eles tinham três ou quatro matadores, já para não falar nos extremos sempre em alta rotação e prontos a entrar. Nós, por cá, antes dos jogos frente ao Braga de José Peseiro, estávamos com a neura. Apreensivos, meio abatidos, pouco confiantes, sem a chama que nos caracteriza. Mas, bem lá no fundo, com a crença ainda viva, embora escondida, prestes a soltar-se cá para fora à primeira oportunidade. É nesse jogo, em casa, que se ouve falar pela primeira vez de um rapaz chamado Kelvin, de cabelo estranho, ar de moleque e corpo franzino. Faz dois golos ao cair do pano e conquista três pontos para o Dragão. Mais não faz do que alimentar a crença, reacender a chama, pôr-nos a acreditar no impossível.
Logo de seguida, novo desânimo. Perdemos a Final da Taça da Liga frente ao mesmo Braga, num jogo estranho, e a chama volta a enfraquecer, a confiança esvai-se e regressa a apreensão. Do lado contrário, o cortejo continua triunfal. Dispunham de um panzer todo-o-terreno a meio-campo e estavam na Final da Liga Europa e na Final da Taça de Portugal. Em suma: estavam galvanizados. E aplicavam a nota artística. Não importa que tenham ganho aos leões com uma grande “capelada” à mistura. Eles, aliás, não ganham. Eles atropelam os adversários. Eles trituram os oponentes. Eles são um rolo compressor.
Até que vão à Madeira e, após uma primeira parte atribulada, ganham o jogo com um golo na própria baliza já perto do final do jogo. Festejam como se já fossem campeões. Atónito, esfrego os olhos, belisco-me para crer no que estou a ver. Mas sim, é verdade. Ainda faltam três jogos e eles já fazem uma “rodinha” aos saltos e aos abraços. Erro crasso, penso. Isto costuma dar azar, concluo. Mas se calhar sou eu que sou doente pelo Porto e ainda acredito no impossível.
Afinal de contas, como ainda ter esperança? Quem será capaz de derrotar o mestre da táctica? Como vencer esta equipa trituradora? Haverá antídoto para esta máquina de jogar futebol? Os jornais e as televisões dizem que não, que eles são do melhor que há, que o médio deles vai sair por 40 milhões, o central por 20 milhões, que o nosso treinador não está à altura, que faltam soluções, que o Jackson está cansadíssimo, que o Liedson e o Izmailov foram más contratações, que muita coisa tem que ser repensada para os lados das Antas.
Chega a nossa vez de ir jogar à Madeira, à Choupana. Resolvemos o jogo na primeira parte e ficamos, no sofá, a aguardar pelo desfecho – mais que esperado – do jogo deles frente ao Estoril. A nossa crença vai crescendo à medida que os minutos para os 90 vão diminuindo. Será possível? É mesmo. O jogo acaba e parece que um terramoto varreu aquele estádio com problemas de iluminação. Olhares no vazio, silêncio sepulcral, caras franzidas, medo estampado na cara. Falar no que se passou depois é dispensável. Cada um viveu-o à sua maneira. O “ides sofrer como cães”, tão popularizado nos dias que anteciparam o clássico no Dragão, mais não foi do que chamá-los à realidade. Já sabemos que a doença de que padecem é terem de jogar futebol. Porque de resto, são os melhores do mundo. Mas, chatice das chatices, ainda são obrigados a ganhar jogos no relvado. Ainda são obrigados a jogar contra todas as equipas do campeonato, a duas voltas, durante 90 minutos. De resto, já se sabe, são os melhores do mundo. O problema é essa maldita teimosia de os obrigarem a jogar a bola. Ainda para mais, de os obrigarem a jogar depois da hora, nessa tal “novidade” que se chama descontos de tempo. Ai, se isto fosse como no antigamente!...
Diz o poeta Manuel Alegre, curiosamente adepto do clube do milhafre, que o 25 de Abril de 1974 foi o único dia da sua vida em que viu desconhecidos na rua a abraçarem-se, entre sorrisos e lágrimas. Manuel Alegre não é portista, pelo que não pôde verificar com os seus próprios olhos que não é bem assim. Também no dia 11 de Maio de 2013, desconhecidos se abraçaram, dentro de um estádio de futebol, mais concretamente ao minuto 92, celebrando aquela que foi a nossa revolução, o nosso grito de revolta perante todo o circo instalado de festas antecipadas e de reservas de festejos por antecedência. A alma e a mística portistas concentraram-se naquele momento no remate de pé esquerdo do miúdo Kelvin, na passada, de chofre, sem pedir permissão e sem dó nem piedade. Cruel, de facto.
Antes da última jornada, eles ainda vão a tempo de perder mais uma final europeia. Antes do jogo, os jornalistas e comentadores diziam que eram os favoritos. Favoritos? Contra o Chelsea campeão europeu?!, penso algo surpreendido. Sim, eram, porque tinham mais equipa e não apenas individualidades. Começam a todo o gás, porque eles não disputam jogos. Eles atropelam os adversários e são uma máquina tritutadora. No fim, voltam a perder o jogo aos 92 minutos. Cruel de novo, de facto. Começa o delírio colectivo. É o azar. É o número 92. É a maldição de um treinador de há 50 anos. É o Jesus que é pé frio. A desresponsabilização total. Não se referem aos festejos antecipados nem à falta de humildade. Mas lá está, tirando os descontos e o azar, são os melhores do mundo.
Entretanto, na Sexta, a equipa de andebol deles vem jogar ao Dragão Caixa. O Porto, para ser campeão nesse jogo, precisa de ganhar por três golos de diferença. Vencemos por 26 x 23 e somos PENTA. Aqui não há minuto 92, mas foi azar com certeza. Um em três. No Sábado, coincidência das coincidências, a equipa de hóquei em patins deles vem jogar ao Dragão Caixa. O Porto, se ganhar, é Ccampeão. Vencemos por 7 x 3 e, depois de um ano sem ganhar, resgatamos o título de Campeão Nacional. Em doze épocas, 11 títulos são azuis e brancos. Não há minuto 92, não há Jesus, não há maldição, não há descontos, mas foi azar outra vez. Dois em três.
Domingo. Chega a jornada final. Acordei cedo, sem bilhete. Seguindo o exemplo do meu clube, não deixo de acreditar. A esperança não morre. Ligo a dois amigos de infância, irmãos, ambos sem bilhete, e convenço-os a irmos a Paços de Ferreira receber a equipa e, quiçá, arranjar bilhetes para o jogo de todas as decisões. Não festejamos os bilhetes por antecedência, mas acreditamos que é possível. Chegamos cedo e entramos num café para refrescar as gargantas com um fino, como não podia deixar de ser. Vamos dar uma volta pelas imediações no estádio, à espera do impossível, a um preço decente. Até que pára um candongueiro mesmo à nossa frente e diz que tem três bilhetes para vender e que os tem que despachar. É o nosso momento Kelvin. Negócio fechado e três bilhetes para o título.
O FC Porto não foi jogar esta final a Paços de Ferreira. Foi ganhá-la. Conforme consta nos pergaminhos do clube. Lucho e Jackson selaram o título portista, entrando para a História como a terceira equipa em Portugal que termina um campeonato sem derrotas. Aliás, apenas a título de curiosidade, o TRI-Campeonato apenas tem uma derrota (em Barcelos) num percurso de 90 jogos, o que diz tudo sobre a hegemonia azul e branca dos últimos anos.
Antiga, Mui Nobre, Sempre Leal e Invicta, lembram-se? Três em três.
PENTA (andebol). RESGATE (hóquei). TRI (futebol).
Despeço-me de todos, para férias de futebol, com uma frase do nosso grande treinador Vítor Pereira, obreiro maior deste saboroso título, prestando-lhe aqui a minha homenagem: “A sorte dá muito trabalho”.
Rodrigo de Almada Martins
DECLARAÇÕES
VÍTOR PEREIRA:
Na sala de imprensa do Paços de Ferreira, Vítor Pereira surgiu acompanhado de toda a sua equipa técnica e pediu desde logo desculpa aos jornalistas, porque queria “falar pouco”. Para além de deixar agradecimentos a todos os que auxiliaram este percurso rumo ao “tri”, o técnico quis colocar os holofotes sobre os jogadores, que “trabalharam e acreditaram muito”.
Sentimento de tricampeão
“Vou falar pouco, mas é a vontade que tenho e quero é festejar com os nossos adeptos. Fundamentalmente, vou aproveitar para agradecer a esta equipa técnica maravilhosa, que me apoiou sempre e que merece tudo. Vou agradecer às nossas famílias, às famílias dos jogadores e de toda a gente que sofre connosco. Queria agradecer à administração, ao nosso presidente, ao clube e a toda a estrutura, a todos os que nos acompanharam neste momento e não estão aqui, porque não são visíveis, mas trabalharam muito para mais um título. Gostava de agradecer aos nossos adeptos e à massa associativa, pela crença, por nos apoiarem sempre e particularmente às nossas claques, que estiveram sempre connosco.”
Luzes sobre os jogadores
“Queria chegar ao final sem ter necessidade de falar de mim. Falem vocês, analisem, digam o que entenderem. Não sinto necessidade nenhuma de falar de mim. Sinto necessidade de falar dos meus jogadores, da minha grande equipa. Estes jogadores têm grande qualidade e é um privilégio trabalhar com eles, pela sua qualidade e carácter. São eles que hoje têm de ter as luzes sobre ele. Estes jogadores merecem, trabalharam muito e acreditaram muito.”
Méritos e deméritos
“Não consigo dizer agora até onde vai o nosso mérito e demérito dos outros. O que digo é que somos campeões com todo o mérito e merecemos o título.”
RESUMO DO JOGO
Campeões olé
ResponderEliminarGrande analise feita por RAM.Não diria melhor.Somos PORTO.Invictos.Nobres.Parabéns e obrigado a todos que aqui colaboraram.Abraço especial ao autor desta crónica.Saudações portistas.Viva o PORTO.
ResponderEliminarPost delicioso!!!!!!Traduz fielmente o que tivemos que aturar dos lampiões!!
ResponderEliminarVenha o TETRA!!!!
Para já: EXCELENTE!
ResponderEliminarAbraço amigo.
BIBÓ PORTO!
O mérito de um Campeão e um Rio que não desagua no reconhecimento…
ResponderEliminarNão é promiscuidade, nem se trata de relações devassas entre política e futebol, quando um Município abre as portas a uma instituição da cidade que, pelo que fez e faz, honra o burgo, as suas gentes, o país. Era o que mais faltava que, em nome de uma moralidade bacoca e por causa de imoralidade infundada, as entidades oficiais não pudessem valorizar e aplaudir quem o merece. Que é que se faz por essa Europa fora? Qual é a edilidade de uma pequena ou grande cidade que em Espanha, França, Alemanha e Itália não se compraz com um vencedor da terra? Só no Porto, por via de um Rio que nunca mais desagua…
Bom dia pessoal , agora que ganhamos o tri , podemos respirar fundo e dizer ( que sorte tivemos este ano e o passado tb ), meu desejo e que este treinador va embora , o varela a mesma coisa , nao jogou nada duraante toda a epoca .
ResponderEliminarSaudacoes Portistas a todos .
BIBO PORTO CARAGO
Grande post!!! Para o ano há mais. Ontem estive nos aliados e Dragão, mas gostava de mandar um grande abraço para os Dragões que ontem festejaram no Marquês de Pombal, se pudesse também lá festejava!
ResponderEliminarGrande abraço para a Nação Portista.
Este texto exprime perfeitamente as emoções vividas ao longo da época. Eles são os maiores do mundo e universo em todos os desportos, tem é o azar de ter de jogar contra nós. Temos pena.
ResponderEliminarTRI!
Olha a cabeça do lampião, continua a inchar;)
ResponderEliminarExcelente post.
ResponderEliminarFinal de época maravilhoso ;)
Próximo domingo, minuto 92, está escrito nas estrelas...
O desprezo e a desvalorização por parte dos nossos rivais e imprensa aliada é o espelho perfeito do tamanho da nossa glória!
ResponderEliminarO ódio que despertamos nessa gente é inversamente proporcional ao que somos...os melhores!
Estou-me nas tintas para o que pensam do nosso FCP...interessa-me o que REALMENTE somos: UM EXEMPLO!!
Excelente texto de retrospectiva, ao qual apenas acrescento um desejo sincero para a próxima época: QUE VP fique! Que lhe seja dado um plantel, pelo menos ao nível do de Villas-Boas! Que todos os portistas lhe saibam reconhecer os méritos e exagerar menos nos defeitos! Que se lembrem de que VP é UM DOS NOSSOS e que sente o clube no coração!...
E...pode ser que venha o TETRA e que, num sonho LINDO, DISTANTE mas...POSSÍVEL, possamos todos ir à final da Champions do próximo ano, apenas é só (hehehe) por ser no nosso salão de festas preferido! Não digam que não era ÉPICO???!!!
Parabéns a toda a equipa de futebol, andebol e hóquei pelo brio que demonstraram. Se no futebol, nem sempre foi como gostaria, no andebol e no hóquei...não tenho palavras!
E parabéns ao clube, particularmente à direcção, que por vezes critiquei, não por bater por bater mas, sobretudo porque acredito que os adeptos devem sempre apontar e tentar corrigir o que está mal, pelo menos alertar para isso! Este clube vive de títulos...porque é EXIGENTE! Porque quer MAIS ganhar do que todos os outros!
O meu último desejo para esta época é vencer a Taça de Portugal em andebol e hóquei e, sobretudo, a CHAMPIONS em Hóquei! É em nossa casa, já a merecemos há MUITO tempo e...TEMOS EQUIPA par isso!!!
BIBÓ PORTO!
7º título de campeão nacional, o 3º consecutivo, o 7º em 8 anos…
ResponderEliminarDe facto, o ciclo hegemónico que muitas cabeças pensadoras, após o FC Porto falhar o penta-campeonato em 2010, julgaram estar a acabar-se, efetivamente não só não acabou como intensificou-se de uma forma esmagadora!
O FC Porto nos últimos 3 anos tem sido a melhor equipa do campeonato português para qualquer pessoa minimamente seria e normal… Em 10/11 foi esmagadoramente superior a todas as outras… Em 11/12 e 12/13 foi mais forte o suficiente para acabar com mais pontos que todas as outras. Nesses 3 anos apenas perdeu um jogo… contra bruno paixao em Barcelos…
E começa a ser muito embaraçoso para os nossos adversários arranjar desculpas para as vitórias do FC Porto campeonato após campeonato, época após época. Onde uns se acagaçam e falham rotundamente, o FC Porto resolve sempre a seu favor, diz sempre presente nos momentos decisivos.
E mais do que tudo, o FC Porto foi novamente mais competente esta época. Foi melhor equipa, aquela que mais se assumiu nos momentos fundamentais, aquela que nunca fez anti-jogo (nunca vi VP a mandar um jogador deitar-se ao chão), aquela que melhor soube conjugar as vitórias contra os Moreirenses e Setubais e também os jogos mais difíceis, como contra o Braga e o slb…
Ninguém conseguiu ganhar ao FC Porto neste campeonato. O FC Porto foi a melhor defesa, teve a 2ª melhor diferença de golos (56 contra 57) e foi a equipa mais regular do campeonato. Acabou com mais um ponto que o 2º classificado e isso bastou-lhe para ser campeão.
Podemos estar aqui às voltas, podemos até (e haverão tantos anormais que o irão fazer nestes próximos dias) falar de arbitragens, da faltinha X ou Y, do fora-de-jogo C ou D… Mas é evidente que um campeonato destes, em que existiram 2 equipas e o resto praticamente foi paisagem, só poderia ser decidido nos duelos entre estas equipas. E nos duelos entre estas duas equipas o FC PORTO FOI MELHOR! No jogo do galinheiro, o FC Porto dominou e silenciou os 60.000 que se preparavam para festejar um aumento de vantagem na liderança. Não só não festejaram como viram um FC Porto melhor em campo, destemido e mais dominador. Nesse jogo foram vários os erros de arbitragem, todos eles contra o FC Porto.
Finalmente, no jogo que praticamente decidiu o campeonato, o slb tinha oportunidade de acabar com o campeonato, vencendo no Dragão. Mas não, preferiu jogar à Gil Vicente, todo fechadinho, com o GR a fazer anti-jogo durante 90 minutos, com os lançamentos de linha lateral a demoraram uma eternidade e com vários, vários jogadores caídos a necessitarem de assistência medica. E foi um FC Porto a querer ganhar o jogo, é certo que por vezes sem muito discernimento, mas a única equipa a querer jogar, a querer ganhar e relançar o campeonato. E foi um FC Porto que venceu com um golo limpo dentro do tempo regulamentar e que ajoelhou jesus perante o treinador mais injustiçado da história do FC Porto. Digo-o agora sem qualquer tipo de provocação, nem qualquer tipo de “viram como eu tinha razão que sempre defendi o homem”… Digo-o porque na realidade foi isso que aconteceu…
Sim estou muito contente, foi dos títulos mais saborosos em toda a minha vida pela sua dificuldade e por ter sido ganho a quem foi e da maneira que foi… Mas perdoem-me se sou desmancha-prazeres ou tenho mau feitio, nem tudo está mal quando se perde, nem tudo está bem quando se ganha… Passaram-se coisas ao longo destes últimos 2 anos que me desagradaram muito enquanto Portista… Atitudes, comportamentos que acho sinceramente que esta equipa e este treinador não mereciam… Porque esta equipa e este treinador foram bi-campeões, sem espinhas, com imenso trabalho e uma tenacidade a todos os níveis extraordinária… Seria bom que aqueles que insultaram a equipa nos momentos menos bons, pelo menos hoje tivessem algum decoro e colocassem a mão na consciência…
Falta dizer que também tivemos o melhor marcador do campeonato e claramente o melhor ponta-de-lança da prova, um rapaz chamado Jackson…
ResponderEliminarFalta também dizer que o FC Porto teve o melhor central do campeonato, um rapaz chamado Mangala…
Falta dizer que o FC Porto teve o melhor centrocampista da prova, um rapaz chamado Moutinho…
A todos os outros a minha sincera homenagem porque também fizeram um excelente trabalho… Que me perdoem os outros, mas destaco pela sua enorme qualidade, classe e importância na equipa, um rapaz chamado Lucho! Enorme jogador, enorme HOMEM!
De referir também que nos últimos 3 anos, o slb não ganhou uma única vez ao FC Porto para o campeonato… A minha inteligência não permite compreender como é que ainda existem pessoas que ainda não perceberam porque é o que o slb não consegue ganhar campeonatos…. Caras criaturas, o slb não consegue ganhar ao FC Porto de modo nenhum… Há 3 anos que tenta, há 3 anos que não consegue…
Para terminar deixo apenas uma mensagem aos anti-Portistas: continuem o vosso trabalho de anti-Portismo primário… Continuem a divulgar escutas à margem da lei de um processo judicial mais que resolvido… Continuem nos programas televisivos a espumar ódio contra o FC Porto… Continuem a fazer capas de jornais que tresandam a anti-Portismo… Continuem o vosso belíssimo trabalho, porque também graças a vocês as vitórias tem um sabor muito melhor! Obrigado a todos vocês!
FC PORTO, SEMPRE!!!!!!!!
AMO-TE PORTO! Mais nada...
ResponderEliminarFaisKa26
Tri Campeões
ResponderEliminarTri Campeões
Tri Campeões
Sexta, sábado e Domingo sempre a festejar, não conheço outro clube igual.
Parabéns ao FC Porto que encontrou o rumo no momento certo, Parabéns aos apoiantes que não desistiram, Parabéns ao nosso Treinador que consegue um grande feito no nosso clube.
Meus amigos BiBOPorto Carago
Sim, vencedor justo e sem mácula, contra tudo e contra todos.
ResponderEliminarNo entanto, não deixo de registar que a equipa teve uma quebra abrupta, incompreensível, que poderia ter sido fatal e mesmo fazendo uma ponta final de muita regularidade, nunca conseguiu exibir-se com o brilhantismo que chegou a entusiasmar.
Ainda bem que conseguiram acreditar até ao fim, quando eu próprio já temia não ser possível, ainda por cima com as papoilas saltitantes a beneficiarem de Capeladas e Baptistadas.
Somos Campeões e o resto são tretas:
TRI TRI TRI
Um abraço
ResponderEliminarBoa Tarde AMIGOS
Ontem fiz com outros amigos 500 Kms para assistir a mais uma alegria do nosso PORTO. Pessoalmente não quero saber se o PORTO jaga bonito se joga feio se é mais por aqui ou por ali. O que eu quero é que final de cada campeonato o FCPORTO esteja á frente de cada um dos adversarios nas varias modalidades. E este fim de semana que começou na sexta foi deveras sublime. Ganhamos o que tinhamos que ganhar ponto final somos Campeões somos melhores que os carneiros e afins. Por isso todos são os meus herois porque todos deram o seu contributo para a causa. Por isso digo e friso fORÇA PORTO UNIDOS VENCEREMOS SÓ UNIDOS PODEMOS VENCER
276mqj
Excelente post RAM. Parabéns
ResponderEliminarParabéns por este magnífico texto com alma !
ResponderEliminarAbraço
ISTO É SER PORTO.EM 4 JOGOS O "MESTRE DA TATICA" NAO GANHOU NEM 1 AO "TOLINHO" DO VITOR PEREIRA.SE SAIRES SAIS EM GRANDE,TENS O TEU NOME GRAVADO A OURO NA HISTORIA DO NOSSO GRANDE CLUBE.SOMOS UMA NAÇÃO
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ResponderEliminar@ Rodrigo
quem escreve assim não é gago :D
e votos de boas férias e bom descanso :D
abr@ço
Miguel | Tomo II
Excelente texto.Descreve bem tudo o que se passou nesta época que acabou em beleza.O RAM já nos habituou a estas magnificas análises.Melhor seria impossivel.Este PORTO também dá azo a que tudo o que se diga sobressaia.Estou feliz por tão bela época e concordo inteiramente que Victor Pereira foi o obreiro deste campeonato.Estamos todos de parabéns.Viva O nosso grande clube.
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