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E está fechada a época 2012/13 no que diz respeito ao futebol sénior… E que final este!
Se há umas semanas alguém me contasse esta história, feita de glória azul e derrocada vermelha, parecia uma “esmola” demasiado grande, um sonho demasiado perfeito, mas não é que aconteceu mesmo? Na verdade sempre acreditei que algo de bom poderia estar ainda reservado, quem tem paciência para me ler sabe disso, mas nunca pensei em algo tão estrondoso! Ainda bem que assim foi, esta ficou mesmo para a história… E agora sim, no final da época e não em Março, chegou o tempo de olhar para trás e analisar alguns episódios, felizmente em clima de festa como tem sido habitual.
Como me enquadro num conjunto de pessoas que não acha que as vitórias sejam sinónimo de “tudo está bem” nem as derrotas de “tudo está mal”, acho importante que sejamos capazes de fazer a necessária reflexão crítica, procurando lançar as bases para a manutenção deste fantástico ciclo de vitórias. Os nossos principais rivais estão neste momento bastante abalados mas não se iludam, daqui a poucas semanas a máquina de propaganda vermelha tudo limpou e com meia dúzia de reforços e um provável novo treinador começarão a criar o novo sonho vermelho: imitar o Bayern de Munique!
Por pontos vou então olhar para algumas coisas que ficam desta temporada, uma época onde a expressão “Até ao fim!” nunca fez tanto sentido. De modo a não ficar um texto demasiado extenso irei dividir a minha análise, voltando a pegar neste tema no próximo post, daqui a duas semanas.
1. Um percurso diferente do habitual, com um final bem conhecido
Fizemos uma temporada sem derrotas e com poucos empates no campeonato, uma Champions bem conseguida apesar da inesperada eliminação aos pés do menos cotado Málaga e tivemos duas taças perdidas em jogos infelizes contra uma das melhores equipas portuguesas. Sendo um balanço positivo, qual terá sido o porquê de tanta agitação e mesmo desespero em algumas fases da época, terá sido apenas pela comparação com os nossos rivais, que andaram muito tempo à nossa frente e com a desqualificação para a Liga Europa a render-lhes frutos?
Claro que isso não ajudou, mas analisando friamente a época verificamos que por vezes fomos bipolares, algo pouco habitual no FC Porto. Capazes do melhor (duplo confronto com o Benfica, Málaga e PSG em casa, Guimarães fora…) e de dar tiros nos pés (Vila do Conde, Braga para a taça, Olhanense em casa, jogo acidentado em Málaga, final da taça da liga…), todos estes episódios colocaram as coisas num patamar em que a maior parte dos adeptos ficou por vezes sem saber o que pensar da equipa.
Na verdade não me lembro de na nossa história recente termos um período em que no decorrer de apenas 1 mês sentimos que passamos de grande equipa, capaz de fazer uma gracinha na Champions, a carburar em pleno apesar de lesões e afins, a equipa amorfa, incapaz de contrariar o destino, como aconteceu em Março. Não é habitual esta dicotomia no FC Porto mas foi algo que aconteceu este ano, uma situação de extremos que devemos tentar evitar no futuro.
Olhando para trás sinto que em Fevereiro fomos algo arrogantes, perigosamente parecidos com os rivais do sul, incapazes de gerir um ciclo de grandes resultados e exibições. Treinador, jogadores e adeptos cavalgaram uma euforia estranha para uma equipa que estava em igualdade pontual no campeonato, andava perseguida por lesões e apresentava um plantel curto e quando se seguiram alguns jogos pior conseguidos a frustração multiplicou-se de forma absurda, levando mesmo a um sentimento de que a derrota final seria inevitável, mesmo quando ainda faltavam muitos jogos para terminar o campeonato, o que podia ter sido o nosso “canto do cisne”.
Felizmente tal não aconteceu e após os Barreiros e as convulsões que se seguiram (aquela recepção atribulada no aeroporto…) o ambiente foi acalmando gradualmente e a mensagem “Até ao fim!” foi sendo transformada no lema do universo FC Porto. Soubemos ir ganhando os nossos desafios e o “milagre” Estoril devolveu-nos a chance de alcançarmos o objectivo principal. Após essa janela de oportunidade fizemos o que nos competia, mostramos o quanto queríamos ganhar aquele fantástico clássico da jornada 29, rematando o Tri em Paços de Ferreira, mostrando mais uma vez que o FC Porto continua a ser o Melhor de Portugal.
2. Um plantel (outra vez) estranhamente desequilibrado
O nosso modelo é claro e tem já uns anitos… Goste-se ou não, vivemos sobretudo da potencialização de recursos, recrutando, formando e vendendo jogadores, preferencialmente após atingirem o sucesso desportivo.
Quanto a isso nada de novo, no entanto nos últimos 2 anos verificou-se uma estranha tendência para construir planteis desequilibrados e a repetição de erros de avaliação aquando da saída de craques como Falcao e Hulk.
Assim, todos sentimos que o plantel do FC Porto, um dos melhores clubes europeus, a quem se exige a capacidade de lutar em várias frentes, estava “coxo” e demasiado dependente de alguns jogadores, incapaz de oferecer ao treinador outras soluções para além do plano de jogo habitual. As muitas lesões fizeram o resto e chegados ao final da temporada é forçoso arrepiar caminho, sob pena de voltarmos a passar pelos “apertos” de 2012/13, com uma manta demasiado curta.
Se ganhamos muito nas últimas décadas foi sobretudo por termos competência nesta área, não apenas na escolha dos artistas mas também da malta que carrega o piano e dá profundidade à equipa, daí que espero que estes primeiros (bons) sinais deste início de mercado signifiquem de facto uma correcção destes erros cometidos, felizmente sem grandes consequências no que diz respeito aos títulos conquistados.
Para já fico por aqui, conforme escrevi em cima daqui a duas semanas estou de volta para terminar estas “Reflexões com um sorriso”.
Um Abraço!
PS: Neste fim-de-semana duas equipas que já estão na história do Desporto Português tentarão quebrar novas barreiras e acrescentar mais páginas de glória ao seu já longo historial de conquistas. A dobradinha no Andebol e a reconquista da tão adiada Liga Europeia de Hóquei em Patins são as próximas batalhas destes Campeões e o nosso desejo é que tudo lhes corra bem, porque ambas as equipas já merecem estes troféus! Vamos FC Porto!
Realmente este final de época foi épico graças á tenacidade e persistência tanto da equipa técnica liderada por Vítor Pereira como dos jogadores, contudo importa olhar para dentro e perceber onde o FCP esteve menos bem ou mal no intuito de com perspicácia e humildade rectificar os erros cometidos, um dos quais é sem dúvida o desequilíbrio do plantel, a ausência de uma alternativa válida a Jackson e um extremo ou outro jogador que fosse capaz de desequilibrar qualquer defesa adversária, portanto é vital dotar o próximo plantel de boas soluções para as mais variadas posições, com equilíbrio e qualidade para que o êxito seja possível.
ResponderEliminarOxalá tanto a nossa equipa de andebol como a de hóquei em patins sejam felizes e capazes de atingir os objectivos que se propõem no próximo fim-de-semana. Força FCP!
Abraço
Porto Castle
Muito boa a análise excelente Post.
ResponderEliminarATENÇÃO A ESTE PARAGRAFO QUE EU TAMBÉM ME APERCEBI DE ISTO E ISTO NÃO É, NUNCA FOI, NEM NUNCA SERÁ SER PORTO, ATENÇÃO HÁ MUITOS ADEPTOS A IREM NA ILUSÃO, NÓS PORTO TEMOS DE TER OS PÉS BEM ASSENTES NA TERRA, NADA DE PALHAÇADAS COMO OS OUTROS!!
"Olhando para trás sinto que em Fevereiro fomos algo arrogantes, perigosamente parecidos com os rivais do sul, incapazes de gerir um ciclo de grandes resultados e exibições. Treinador, jogadores e adeptos cavalgaram uma euforia estranha para uma equipa que estava em igualdade pontual no campeonato, andava perseguida por lesões e apresentava um plantel curto e quando se seguiram alguns jogos pior conseguidos a frustração multiplicou-se de forma absurda, levando mesmo a um sentimento de que a derrota final seria inevitável, mesmo quando ainda faltavam muitos jogos para terminar o campeonato, o que podia ter sido o nosso “canto do cisne”."
CONFESSO QUE FIQUEI TRISTE COM O QUE SE PASSOU EM RELAÇÃO A ESTE MOMENTO DA ÉPOCA.
ESPERO BEM QUE OS NOSSOS ADEPTOS INTERIORIZEM BEM ISTO,
ISTO NÃO É SER PORTO!
SEMPRE F.C.PORTO TRI-CAMPEÃO A CAMINHO DO TETRA
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ResponderEliminarA forma como a equipa foi insultada depois do jogo com o Maritimo revela bem o quão mal estamos habituados.
ResponderEliminarExiste a ideia de que no FC Porto é totalmente imperioso vencer a nível nacional, como se de uma certeza se tratasse.
E não é assim, o FC Porto tem cada vez maiores desafios, nomeadamente, a perca de jogadores importantes, o enorme assédio a outros que ficam, bem como o clima de enorme recessão que o país vive e relativamente ao qual o futebol também não é alheio.
De uma coisa nao tenhamos duvidas nenhumas... Nos ultimos 2 anos (sim porque em 10/11 foi um massacre do inicio ao fim), 2 fatores se conjugaram para que o FC POrto fosse campeão:
1) A enorme bazófia de jorge jejum, que com a sua arrogancia, mania da superioridade e bacoquice genuína, foi incomptente ao nao conseguir segurar vantagens importantes de 5 e 4 pontos, em cada época respetivamente.
2) A enorme capacidade de resistencia, a inteligencia tatica e astúcia de um Homem chamado Vítor Pereira. Nestes 2 anos, num campeonato em que ha 2 equipas e o resto é paisagem, foi fundamental que nos 4 jogos com as galinhas tenhamos mostrado superioridade a todos os niveis. Eles entraram sempre borrados e em panico quando jogaram connosco e nos 8 pontos conquistados em 12 nos jogos com eles pode muito bem ter estado a chave para estes 2 títulos ganhos.
E sim, há um enorme trabalho pela frente, quer nos retoques ao plantel, saíram 2 dos melhores jogadores do onze, quer na planificação da proxima época, definição de prioridades e aposta em jogadores substitutos.