25 abril, 2014

CRÓNICA DE UM ADEPTO TRISTE

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Faltam palavras, parece que falta ar. Dói o coração, dói a alma, como quando dói sempre que sofremos um golo. Já não acordo a pensar quantos dias faltam para ir ver o Porto, mas quanto tempo falta para isto acabar. Já não sou capaz de olhar para a classificação da Liga que vem todos os dias publicada no jornal, deixei de ver os outros jogos do campeonato português, por respeito à minha saúde e à minha sanidade mental. Depressa cheguei à conclusão que ficava ainda pior mais indisposto, irritado, mais fod****, ainda pior com a vida. Há quatro anos que não fazia ideia do que era estar assim, há duas semanas que ando pior do que estragado.

O regresso da capital, na madrugada de quinta-feira, depois daquilo que vi no salão, pareceu demorar uma eternidade, tal e qual aqueles mais de 700km que separam Sevilha do Porto, na semana anterior. Vim a zarpar desde as portagens de Alverca, veio tudo no carro com um cabeça descomunal que cheguei a ter dúvidas que coubéssemos todos no carro. A viagem demorou pouco mais de duas horas, que mais pareciam quatro, tal o silêncio sepulcral que se instalou no carro. No dia seguinte, não saí de casa, não li jornais, não vi notícias, não tive vontade de fazer absolutamente nada. Aquele jogo ainda me continua entalado na garganta. Mais do que ganhar aos porcos e impedir que eles limpem tudo este ano, eu queria mesmo era ir a Oeiras ganhar a Taça, para depois começar a próxima época a ganhar-lhes mais uma Supertaça, como na memorável temporada da suprema humilhação.

Admiro aqueles que a seguir a um resultado mau, conseguem esquecê-lo rapidamente, abrir um sorriso e continuar a vida como se nada tivesse se tivesse passado. Infelizmente, não sou capaz de ser assim, por muito que se fartem de me lembrar que isto é apenas um futebol, que há mais vida para além disto, que o Porto não é tudo na vida. Mas se foi o Porto que me deu as maiores alegrias da minha existência, como é que não posso ficar de mal com a vida quando me dá tristezas?

A ressaca daquele jogo custou tanto a curar que decidi fazer um retiro. E que dia melhor para o fazer se não no domingo passado? Mandei-me sozinho para as montanhas do Gerês e por lá fiquei até ao dia seguinte, até perto da hora da missa no Dragão. Sem internet, sem televisão, sem rádio, desligado do mundo. Longe do pó que se levantou entretanto e que poderia causar-me uma valente crise de bronquite asmática. Longe da poluição atmosférica, visual ou sonora, longe de tudo. E que bem que me soube.

Mas soube a pouco. Por mim ficava lá até Maio, até tudo isto acabar, mas há ainda duas batalhas que quero ganhar: no domingo e depois no dia 11. Nem que seja aos 92. Não acabamos a época campeões, não apaga a dor - atenua-a -, mas pelo menos acabamo-la a matar lampiões.

2 comentários:

  1. São depois de épocas como esta que percebemos o amor que nos une ao clube...

    Adoro ouvir falar em fim de ciclo...

    O melhor benfica dos ultimos 30 anos foi capaz de vencer o 2º pior Porto que eu vi... UUUAAAUUUU

    Ser portista foi sem duvida a decisão mais feliz da minha vida e continuo a ter a convicção que foi o clube a escolher-me como adepto, pois fui-lo numa família benfiquista, que me massacrava dia e noite, numa altura onde o benfica se fazia sentir muito mais do que aquele que se faz sentir hoje...

    Hoje, na derrota, fico ainda mais feliz por ter sido forte e ter tomado a decisão correta em ser portista, que nos faz ter uma mentalidade tão diferente, tão vencedora... A diferença é abismal e é notada em fóruns partilhados por todos os adeptos...

    Tudo isto para dizer partilho da tua tristeza mas com a certeza que a resposta, essa, não vai demorar!!! Só quero que comece a próxima epoca!!!!

    Abraço a todos os dragões!!!!

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  2. Doi me a alma,mas acima de tudo o coração,ontem chorei,não aguento mais esta épica tanta tristeza,ver lampiões a saltar e,ter que os aturar,eles tem sorte,muita sorte,tal como tiveram ontem,mas tambem tivemos muita ineficácia,não somos capazes de mostrar raça,querer,aqueles jogadores muito mal mentalmente,com tudo,que nem consigo descrever tudo o que sinto e quero dizer,jamais deixei de amar o clube,de o apoiar,de gritar e tarde sempre com ele,nos bons e maus momentos,por isso nos portistas que somos tao agarrados ao clube somos diferentes!!!!!

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