03 abril, 2014

O FUTURO COMEÇA AGORA!

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Por caprichos do calendário, a publicação dos meus textos quinzenais tem coincidido com dias de jogos da Liga Europa… Hoje temos o importante jogo com o Sevilha pela frente, sendo esta competição o grande objectivo que resta em função da péssima prestação no Campeonato Nacional. Ligados às máquinas desde há meses, uma conquista europeia e um assomo de dignidade nas taças internas são os últimos “escapes” de uma temporada que começou promissora até se transformar num autêntico pesadelo dentro e fora do campo.

Como escrevi no início, hoje é dia de jogo e não será o momento ideal para analisar demoradamente o campeonato fraquíssimo que temos vindo a realizar. Mas não resisto a um desabafo… Partindo da escolha de um timoneiro com poucas credenciais e com qualidades que nunca se revelaram adequadas à função, observamos nesta época uma péssima gestão de recursos humanos que transformou um plantel tricampeão numa manta de retalhos onde por exemplo se utilizam 9 duplas de centrais diferentes e quase todos sub 23, isto numa posição fulcral em termos de liderança no terreno de jogo e onde a experiência conta e muito… Somamos a tudo isto curiosidades como a braçadeira que anda de braço em braço, opções estranhas num mercado de inverno onde se descarta um capitão e um patrão da defesa sem grandes alternativas, culminando com o regresso de um indiscutível génio que no entanto andava perdido pelas Arábias e que mal chega se vê com toda a liberdade do Mundo para assumir a batuta e a liderança quase indiscutível do ataque e das bolas paradas, como se o sucesso no futebol fosse uma questão “sebastiânica” ou o FC Porto fosse um qualquer clube de vão de escada… Não, não é assim que se forma um campeão, foram erros a mais para chegarmos a bom Porto. Mesmo contando com incompetências alheias (e elas bem que existiram…), com tanta confusão é impossível conquistar uma prova de regularidade.

A tudo isto se soma o habitual andor que nos persegue quando estamos em baixo. Estoril, Luz, Alvalade, Madeira, em todos estes palcos (curiosamente os mais complicados…) fomos prejudicados de forma grosseira. São no entanto daquelas “curiosidades” que costumam atacar em força quando estamos na mó de baixo, nada que não se tenha visto igualmente em 2004/05 ou 2009/10. Mas mesmo assim e olhando para a Madeira, bastava não ter dado 45 minutos de avanço, ter concretizado um penalty ou não ter centrais que marcam com os olhos para sair de lá com outro resultado e vencer os Capelas da vida. Claro que contra estes cambalachos é complicado vencer, mas não tem sido sempre assim, ainda com mais força desde 2004, ano em que graças ao “Apito Dourado” passamos a ter a uma nova regra na arbitragem portuguesa - “na dúvida contra o FC Porto porque não quero que pensem que ando metido com putas”?

Mediaticamente temos sentido nas últimas semanas um natural crescimento da “onda vermelha”, que este ano andou bem mais tímida nos primeiros meses da temporada em função do terramoto de Maio de 2013 e a relação amor/ódio com o réu Jorge Jesus. Agora parece estar de volta, mesmo com alguns a terem de engolir um sapo se o mal-amado JJ conseguir renascer das cinzas, mas não nos podemos surpreender com estas “estratégias”… Se mesmo quando eram uns desgraçadinhos, nos saudosos anos Damásio e Vale e Azevedo, tinham toda uma máquina de propaganda que nunca deixava de os alavancar enquanto amesquinhavam o FC Porto, iria ser agora que as coisas esmoreceriam? A grande diferença é que nesses anos tínhamos outra atitude e eles também “levavam o troco”, agora sentimo-nos demasiadas vezes isolados por uma estratégia institucional que por vezes exagera na gestão do silêncio.

Os erros e omissões do FC Porto 2013/14 estão todos identificados mas agora há que olhar para a frente porque um regresso rápido ao nosso patamar habitual também passa muito pela maneira como fecharemos esta temporada. A luta do universo FC Porto tem de ser feita jogo a jogo, de forma a diminuir o ruido e colocar um sorriso amarelo nos festejos de um título que infelizmente teremos de suportar.

Está nas nossas mãos começar a construir um novo ciclo, sem sequer termos de chorar o final do anterior. Será que temos um Porto à altura da tarefa?

Continuação de boa semana e força FC Porto!

PS1: Mesmo num cenário de fábula (atendendo à temporada) em que se conquiste Liga Europa, Taça de Portugal e Taça da Liga, os erros cometidos não podem ser branqueados e desvalorizados. Espero que as vitórias que ainda teremos nesta temporada não funcionem como um “minuto 92” que tornou tudo cor-de-rosa e elevou os espíritos Azuis e Brancos a um sentimento de invencibilidade que pagamos bem caro este ano…

PS2: Não podia deixar de dar aqui os meus parabéns ao Moncho Lopez e seus pupilos pela conquista deste fim-de-semana, obreiros do renascimento de um Basquetebol do FC Porto que, na verdade, nunca morreu! E deixar também uma palavra de alento ao Andebol e ao Hóquei, com uma crença forte que saberão dar a volta após os últimos desaires (espero inclusive que quando este texto for publicado já tenhamos tido uma boa noticia em Paço de Arcos).

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