A história do futebol português resume-se a dois grandes blocos temporais: o período que terminou em meados dos anos 80, altura em que o país saído de uma ditadura (a vários níveis!) dava os primeiros passos de democracia, e o período que se iniciou na década de 80, perdurando até aos dias de hoje.
São dois blocos temporais com características distintas, com contextos políticos, económicos e sociais completamente diferentes e com principais intervenientes também diferentes. E é exactamente neste último ponto que reside a questão fundamental do futebol português dos últimos anos: toda a gente quer derrubar a força desportiva em que se tornou o maior clube português (digo isto com base em factos, não com base em devaneios ou histerismos idiotas), FC Porto, mas ninguém consegue!
Ao longo dos últimos anos, em especial destes últimos 4 ou 5, tenho assistido a muitas tentativas de derrube do poder desportivo do FC Porto, desde processos jurídicos que se arrastam durante anos e anos, mas que nada provam a tentativas de entrada em competições europeias pela via administrativa, passando por afirmações de presidentes de clubes adversários, em que segundo estes “mais importante do que bons jogadores são lugares na Liga”. A propósito de processos jurídicos, não foi com surpresa que li o acórdão do TAS, aquele em que o “Apito Final” foi derrubado de alto a baixo…Aquilo que o FC Porto terá de receber pelas deslocações e emolumentos de advogados é apenas uma pequena parte de todo o tempo que se perdeu com este processo de m****!
Dito isto, não posso deixar de relacionar o início de época do FC Porto com o início deste artigo. Não! Enganem-se aqueles que pensam que vou enveredar pela “velha história” (tão comum nos nossos adversários!) de desculpar maus resultados através dos “homens do apito”. Não o faço, não farei, nem nunca fiz! Prefiro avaliar as exibições dos jogadores, as escolhas técnicas do treinador, o sistema táctico utilizado, as substituições efectuadas, os momentos de bom futebol protagonizados pela equipa. Isso sim me dá gozo, mesmo que (e novamente falo em factos, porque não são invenções da minha cabeça) se estejam a passar coisas algo estranhas como, diferenças no critério de marcação de penalties, dado que uns podem colocar a mão dentro da sua área, outros não, uns invadem o campo para agredir elementos da equipa de arbitragem e nada seja feito ao clube responsável, entradas duríssimas de jogadores (curiosamente todos eles de um único clube) sejam pura e simplesmente ignoradas, e mais um conjunto de situações que não quero aqui referir para não maçar mais os leitores. NO ENTANTO, e quero deixar bem clara uma ideia: nunca a arbitragem esteve tão bem. Os árbitros, desde a abertura do processo do “Apito”, nunca mais erraram, dado que agora são muito puros e transparentes, têm todas as qualidades e mais alguma! Isto é claro e não tem discussão para uma série de idiotas da nossa praça!
Voltando àquilo que realmente me dá gozo comentar, vamos a algumas considerações que julgo, possam explicar parte deste início de época do FC Porto:
- Por muito que se discuta, fale e argumente, três jogadores titulares saíram do plantel. E três jogadores com muita qualidade, basta ver os clubes para onde foram: Chelsea, Atlético de Madrid e Inter de Milão. Não, eu não gostei da forma como Quaresma saiu do FC Porto, nem da atitude de Assunção, mas que eram bons jogadores, isso é inegável!
São dois blocos temporais com características distintas, com contextos políticos, económicos e sociais completamente diferentes e com principais intervenientes também diferentes. E é exactamente neste último ponto que reside a questão fundamental do futebol português dos últimos anos: toda a gente quer derrubar a força desportiva em que se tornou o maior clube português (digo isto com base em factos, não com base em devaneios ou histerismos idiotas), FC Porto, mas ninguém consegue!
Ao longo dos últimos anos, em especial destes últimos 4 ou 5, tenho assistido a muitas tentativas de derrube do poder desportivo do FC Porto, desde processos jurídicos que se arrastam durante anos e anos, mas que nada provam a tentativas de entrada em competições europeias pela via administrativa, passando por afirmações de presidentes de clubes adversários, em que segundo estes “mais importante do que bons jogadores são lugares na Liga”. A propósito de processos jurídicos, não foi com surpresa que li o acórdão do TAS, aquele em que o “Apito Final” foi derrubado de alto a baixo…Aquilo que o FC Porto terá de receber pelas deslocações e emolumentos de advogados é apenas uma pequena parte de todo o tempo que se perdeu com este processo de m****!
Dito isto, não posso deixar de relacionar o início de época do FC Porto com o início deste artigo. Não! Enganem-se aqueles que pensam que vou enveredar pela “velha história” (tão comum nos nossos adversários!) de desculpar maus resultados através dos “homens do apito”. Não o faço, não farei, nem nunca fiz! Prefiro avaliar as exibições dos jogadores, as escolhas técnicas do treinador, o sistema táctico utilizado, as substituições efectuadas, os momentos de bom futebol protagonizados pela equipa. Isso sim me dá gozo, mesmo que (e novamente falo em factos, porque não são invenções da minha cabeça) se estejam a passar coisas algo estranhas como, diferenças no critério de marcação de penalties, dado que uns podem colocar a mão dentro da sua área, outros não, uns invadem o campo para agredir elementos da equipa de arbitragem e nada seja feito ao clube responsável, entradas duríssimas de jogadores (curiosamente todos eles de um único clube) sejam pura e simplesmente ignoradas, e mais um conjunto de situações que não quero aqui referir para não maçar mais os leitores. NO ENTANTO, e quero deixar bem clara uma ideia: nunca a arbitragem esteve tão bem. Os árbitros, desde a abertura do processo do “Apito”, nunca mais erraram, dado que agora são muito puros e transparentes, têm todas as qualidades e mais alguma! Isto é claro e não tem discussão para uma série de idiotas da nossa praça!
Voltando àquilo que realmente me dá gozo comentar, vamos a algumas considerações que julgo, possam explicar parte deste início de época do FC Porto:
- Por muito que se discuta, fale e argumente, três jogadores titulares saíram do plantel. E três jogadores com muita qualidade, basta ver os clubes para onde foram: Chelsea, Atlético de Madrid e Inter de Milão. Não, eu não gostei da forma como Quaresma saiu do FC Porto, nem da atitude de Assunção, mas que eram bons jogadores, isso é inegável!
- Sim, é verdade que entraram jogadores novos, como Guarin, Tomás Costa, Hulk, Rolando, Benitez e muitos outros. Mas também não deixa de ser verdade que nos últimos anos se tem contratado muito, e às vezes mal. Do lote de “compras” deste ano, têm-me agradado apenas Hulk e Rolando. Todos os outros têm estado muito aquém do FC Porto, um clube de top europeu, um clube que não está à altura de qualquer um… Esperemos para ver o que dá este conjunto alargado de jogadores que entraram no plantel. Como opinião pessoal, e disse-o antes do campeonato começar, o FC Porto deveria deixar de se focalizar tanto na América do Sul (90% de jogadores adquiridos), e caminhar mais para o Leste Europeu, mas enfim, é a opinião de um mero apreciador de futebol…
- Por fim, recuso-me a criticar ou apontar o que quer seja a Jesualdo nesta altura da época. Jesualdo levou o clube ao bi-campeoanto, foi eliminado nos oitavos-final da Liga dos Campeões nas duas últimas edições e no seu reinado, vários jogadores foram vendidos por muitos milhões de €. Não me parece que grandes responsabilidades possam ser atribuídas a Jesualdo nos pontos perdidos neste início de época. Como última nota, quero relembrar que não sou, nem nunca fui um entusiasta do actual treinador, no entanto, acho que é importante acima de tudo, o discernimento nas análises que se fazem ao trabalho das pessoas.
ps - Não obstante tudo o que aqui escrevi, é com muito humor que vejo alguns falarem num começo desastrado de época, quando estamos a um ponto do Sporting e em igualdade pontual com o clube "em que há tantas, mas tantas estrelas, que o mais dificil é escolher um onze"... enfim, são os desesperos habituais de gentinha medíocre e reles.
Excelente crónica!
ResponderEliminarSubscrevo tudo o que escreveu!
Força Porto!!!
Excelente post.
ResponderEliminarPrecisamos de puxar pelo treinador de maneira a que este se solte, e seja mais desinibido.
Que não tenha medo e que mude rápidamente a equipa se as coisas não estejam a correr bem.
Contra ventos e marés, o FCP vai ser campeão.
Massacrar a defesa do Arsenal, jogar no meio campo do adversário, é o que o FCP necessita.
A seguir é aplicar a mesma receita ao Zborting, pois a defesa destes é muito dura de rins.
Força Portooooooo...
Das aquisições do FC Porto 2008/09 e quando te referes aos que mais têm agradado-hulk e rolando- julgo q o Rodriguez já demonstrou (mesmo de azul e branco vestido) todo o seu potencial. É certo q ainda pode render muito mais mas tem sido sempre dos melhores do POrto.
ResponderEliminarEm relação ao jogo com o Arsenal, não espero mais do que uma derrota. A minha dúvida passa por saber por quantos vamos perder.
ResponderEliminarCom este destreinador Jesualdo não vale a pena ter ilusões nos jogos fora, com equipas mais fortes. É derrota na certa. Ele "borra-se" todo e derrota a equipa antes de ela entrar em campo. A equipa adversária só tem de fazer o mais fácil que é confirmar a nossa derrota. O mais difícil já foi feito pelo nosso destreina.
Por isso, o Jesualdo não é e não será nunca um grande treinador. Não tem categoria para este tipo de jogos.
Gostava que ele me surpreendesse positivamente mas também gostava que me saísse o Euromilhões e não sai. Embora, pense que até mais provável sair-me o Euromilhões do que a nossa equipa fazer uma boa exibição em Londres e ganhar o jogo.
"Em relação ao jogo com o Arsenal, não espero mais do que uma...."
ResponderEliminar.... vitória.
Hurakatai, não me leve a mal, porque cada um tem o direito à sua opinião e com toda a certeza percebe muito mais de futebol do que eu.
Mas, provavelmente será por essa mesma lacuna de conhecimento meu, que acredito SEMPRE que o Porto vai ganhar. E não me costumo dar mal :)
Recordo-me de um jogo para a Liga dos Campeões, ainda com o Co a treinador, que ninguem acreditava na nossa vitória e... ganhamos :)
O nosso Porto pode estar a perder a 5 minutos do fim que eu não desisto, acredito até ao fim :)
Por isso, amanhã é para ganhar :)
Eu julgo q o Jesualdo deve estar com grandes perspectivas para este jogo de Londres senão não tinha poupado Lucho.
ResponderEliminarOu então se Lucho estava mesmo mal fisicamente ficaria de reserva para Alvalade onde o jogo parece ter um grau de dificuldade relativamente menor.
Só uma chamada de atenção:
Fica a oportunidade para fazerem história, em 10 jogos oficiais em Inglaterra o FCP perdeu 9 e empatou 1 (no do golo do costinha em 2004). Vamos lá fazer história...
Heliantia,
ResponderEliminarRecordo-me dos seguintes jogos com o Jes a destreinador:
Arsenal 2 - FC Porto 0
Chelsea 2 - FC Porto 1
Liverpool 4 - FC Porto 1
Para não falar de um:
Schalke 04 1 - FC Porto
Claro que de tanto acreditar, um dia, a Heliantia até acerta. Mas eu não vivo de crenças mas de realidades.
O FC Porto para ganhar em Londres tem de ter competência para isso, por muito que uma pessoa até possa acreditar. Mas só com crenças não vamos lá.
Eu entendo o que quer dizer quando refere que apenas acreditar não é suficiente.
ResponderEliminarO que eu não entendo, nem me imagino é ir à partida para um jogo a contar com uma derrota.
Recorda-se do FCP x Chelsea já com o Mourinho do lado de lá ? Estava complicado ir ao Dragão, pois com quem habitualmente vou ... também não acreditavam...
Ganhamos 2-1 se não me engano.
E consegui ir, porque o meu marido enquanto adepto do slb, lá aceitou ir na certeza de que ia ver o Chelsea ganhar :D
Para amanhã: 0-1 ;)
Apesar de algo desconfiado em relação a um resultado positivo amanhã espero sempre pelo menos um empate.
ResponderEliminarAgora espero bem que o Prof não invente e coloque os melhores a jogar, sem complicar e esconder a bola ao Arsenal pelo menos durante os primeiros 20 minutos para depois atacar com veneno.
A convocatoria do Stepanov deixa-me intrigado.
Mas haja confiança.
Excelente crónica!
ResponderEliminarSubscrevo tudo ! Estava na ânsia de acrescentar algo, mas não vale a pena..
Quanto ao jogo com o Arsenal, peço desculpa, mas, e digo mas, e digo também que ninguém é mais PORTISTA do que EU (podem ser tanto mas nunca mais) Nos jogos a eliminar o Professor incute tanto receio no escalonamento das equipas que os jogadores entram já derrotados. Minha modesta opinião. Abraço des PORTISTA ....
PS: Tenho pena de não ter estado no aeroporto para conhecer o famigerado Gayvota que se insurgiu contra o Cebola. Já não apanhava o voo, apanhava isso sim nas "trombas" ..
Em vez de andarmos sempre a lamentár-nos, para quando uma acção que reponha de uma vez por todas o respeito que mereçemos?
ResponderEliminarEnquanto não o fizermos, acreditem que os "árbitros" nunca terão pejo em vir de peito feito ao dragão, para já não falar nos jogos fora...
RCBC:
ResponderEliminarSubscrevo na totalidade a tua visão, assinando até por baixo tamanha escrita que aqui nos deixas.
Não há que ter medo... de ser feliz!
A única interrogação que deixo no ar, e este já em plano de desconfiança, mas oxalá que seja apenas mau agoiro meu, qual a leitura da convocação do Stepanov... o que quer isso dizer? algum central está lesionado? algum facto desconhecido? ou vêm ai um sistema de 3 centrais para Londres?
Aguardemos... mas sem medo de ser felizes!!
Bamos pra cima deles, sem medo, nem piedade!
Portismos a parte fica mal a qualquer Portista por mto realista que seja nao acreditar na vitoria..Afinal que portista somos se nao acreditamos nos valores do nosso futebol nem que seja uma secreta esperança de um resultado positivo...Por isso ainda que nao estejamos no nosso melhor tb Arsenal receia o nosso poderio....quem sabe um resultado positivo em Londres nao catapulta este Dragão para voos mais semelhantes e condizentes com a nossa historia.
ResponderEliminarEm vez de andarmos sempre a lamentar-mos, para quando uma acção que reponha de uma vez por todas o respeito que mereçemos? E que tal uma exibiçao sem macula capaz de repor o prestigio que o caso Apito nos retirou durante o defeso..essas é que sao as acçoes que precisamos de tomar e nao outras..
Stepanov 3 centrais!Até não me escandalizaria se a equipa estivesse rotinada nesse sistema.
ResponderEliminarReflexão sobre um dos melhores e mais caros activos do Plantel...
Bolatti : "El Gringo" de Cordoba. Que é feito de ti?
*
A sua simples presença no meio-campo chama a atenção. Alto e louro, Mario Bolatti procura, sempre que pega na bola, colocar ordem no jogo. Com a passada larga, antecipa-se, corta e sai a jogar. Nas alturas, o seu jogo de cabeça marca a diferença. Falta-lhe velocidade, mas, tacticamente, o jogo não tem segredos para ele.
Na Bombonera, perante um Boca Juniores meio adormecido, a pensar na final da Copa Libertadores que se joga quarta-feira, El Gringo Mario Bolatti confirmou os traços que fazem dele um dos melhores médios defensivos do actual campeonato argentino. Fez um jogo a dois ritmos. O primeiro, mais lento e pausado. O segundo, com maior velocidade. No corredor central, partindo da frente da defesa até meio do meio-campo adversário, ocupa os espaços com perfeita disciplina táctica. Em posse, cabeça levantada, joga simples, fazendo girar a bola em um-dois toques. Com isso, a equipa avança de forma apoiada. Perdida a bola, logo recua para fechar em antecipação, interceptando linhas de passe. Parece algo lento, mas, com a sua passada larga, consegue acelerar o jogo com facilidade. É o chamado falso-lento. Nunca chega atrasado ás bolas divididas e, quando tem espaço, sabe avançar com a bola dominada. Isto é, se o jogo aumentar de ritmo, ele acompanha-o. Mas raramente é ele, por si só, que lhe mete uma segunda velocidade. Poderá, por isso, sentir, no início, o impacto com o ritmo mais alto do futebol europeu. Será uma questão de dar maior intensidade de jogo aos seus movimentos.
Em 4x4x2 ou 4x1x3x2: Recuperador e transportador
Em termos de posição, Bolatti é o clássico nº5 argentino, o volante que joga à frente da defesa. Nessa zona, pode jogar como pivot-defensivo único ou acompanhado. Contra o Boca Juniores, alinhou nas duas situações. Como não é daqueles trincos que se encostam aos centrais, parece mais confortável com outro médio de contenção ao lado que o liberte para sair na transição defesa-ataque. Foi assim que iniciou o jogo, em 4x4x2, ao lado de Yllana, mais recuado. Frente aos dois fortes médios-centro do Boca (Battaglia-Orteman), Bolatti preocupou-se sobretudo em pressionar na recuperação da bola. Nunca fez, no entanto, um tackle. Revelou, até, pouca agressividade nos lances de choque, mas a verdade é que basta esticar as suas longas pernas para ganhar uma bola dividida. No segundo tempo, a perder, o técnico fez sair Yllana e meteu um médio mais ofensivo (Suarez), passando a jogar em 4x1x3x2, com Bolatti a pivot-defensivo único. Teve, no entanto, liberdade para subir. Foi então que aumentou a sua velocidade e emergiu como transportador de jogo. Pegava na bola à entrada da área e, depois, já no meio-campo, adversário, organizava jogo, ora metia a bola na direita, ora abria na esquerda, mas sem nunca tentar o remate. Nas bolas paradas surgiu sempre na área para explorar o seu forte jogo de cabeça.Em suma, Bolatti é, de facto, o tal médio robusto que Jesualdo procura, capaz de unir o momento defensivo e ofensivo da equipa. Fisicamente e no estilo é até parecido com Kaszmierczak. Também é muito forte no jogo aéreo, mas precisa, claramente, de aumentar a intensidade do seu jogo para triunfar na Europa.
Onde encaixa no actual FC Porto?
Pensando no 4x3x3 preferencial do FC Porto de Jesualdo, Bolatti pode alinhar como pivot-defensivo único (o lugar habitual de P. Assunção). É a posição ideal para exibir a sua capacidade de recuperação de bolas, marcando à zona nesse espaço e, depois, em posse, jogar simples para os outros médios assumirem a transição. Também poderia jogar como interior direito, um pouco mais adiantado, num dos vértices do triângulo, aproveitando a sua capacidade de defender e atacar, mas para jogar nessa posição ainda lhe falta velocidade. Por isso, é arriscado jogar nessa posição logo após a sua chegada. Em 4x4x2, parece ser mais problemático de encaixar, pois, nesse sistema, Jesualdo joga em losango e não com duplo-pivot como fazem na Argentina. Descaído sobre uma das alas do losango, o futebol de Bolatti seria ideal para fechar em recuperação, mas sentiria algumas dificuldades, depois, no momento de dar profundidade à posição. Com um jogador da sua inteligência táctica, o FC Porto ganha, no entanto, um médio capaz de dar maior consistência defesa-ataque-defesa ao seu meio-campo, algo que faltou na época passada (sobrecarregando Lucho). Ou seja, Bolatti é robusto e tem potencial. Agora, caberá a Jesualdo incutir intensidade europeia ao seu ritmo de jogo.
Técnica
Domina, na perfeição, os conceitos de recepção e passe. Controla a bola, levanta a cabeça e faz o passe, quase sempre curto. Raramente joga longo. Prefere quase sempre uma linha de passe lateralizada, jogando apoiado. Tem de ganhar mais confiança para executar também passes verticais.
Táctica
Perfeita a ocupação dos espaços. Nunca perde o sentido posicional quando sobe no terreno, mantendo uma consistência defensiva impecável. Corta e recupera bolas. A atacar, faz girar a bola, e desenha linhas de passe com grande lucidez.
Velocidade
Não é um jogador muito rápido. Prefere jogar em antecipação, mas sabe aproveitar os espaços vazios e quando aumenta a sua passada larga é muito difícil de ser travado.
Pé direito
O seu melhor pé. Aquele com que tem segurança e precisão no passe.
Pé esquerdo
Serve essencialmente de apoio ou na recepção. Raramente o arrisca no passe, preferindo quase sempre, nesses casos, puxar a bola para o pé direito
Jogo Aéreo
É um dos seus pontos fortes. Sobe sempre nas bolas paradas e, mesmo marcado, chega sempre mais alto. É raro, porém, rematar. Nas alturas, procura antes assistir os companheiros, o que faz muito bem. Até os lançamentos de linha lateral são sempre longos para aproveitar o seu jogo aéreo.
Personalidade
Embora não seja o tradicional nº5 caudillo sul-americano, respira tranquilidade em campo. Um controlo emocional mais próximo do norte da Europa do que da América do Sul.
Capacidade atlética
Imponente (1,89m. e 81kg). Em campo, essa força vê-se na facilidade com que ganha bolas divididas, só de esticar a perna. Como entra muitas vezes à queima, esta força física leva-o a ver várias vezes o cartão amarelo (13 em 34 jogos esta época).
Primeiro ponto. O médio argentino é mesmo uma torre, que impressiona pela presença em campo, sendo juntamente com Helton dos jogadores mais altos do plantel. De passada larga, ocupa os espaços com muita rapidez e, em estratégia defensiva, é um muro para os adversários. Os companheiros que ontem o tiveram como adversário num mini-jogo sentiram isso na pele. Mas Bolatti não é só força e centímetros, longe disso. Tem técnica em abundância para sair do meio-campo defensivo com a bola controlada, conseguindo ultrapassar adversários. No entanto, talvez esteja na qualidade do passe o melhor atributo do argentino, jogando simples e fazendo uma rápida transição do jogo. Tudo o que Jesualdo Ferreira quer para o FC Porto, prometendo com estas características ser um sério concorrente de Paulo Assunção, conhecido exactamente por ser um jogador simples e eficaz. Por ausência desse tipo de exercícios, faltou ver como o médio se exibe no jogo aéreo.
O F.C.PORTO , ao longo dos últimos anos , tem estado sempre num patamar superior.
ResponderEliminarComo , desta vez , à 4ª jornada não vai isolado em 1º Lugar...
os nossos "amigos" entendem que é um começo desastrado .
Dou-lhes razão !
PS:
Só um "dragão atento" seria capaz de nos apresentar uma reflexão tão bem fundamentada .
Parabéns !
Viva !
ResponderEliminarO artigo está cinco estrelas. Mas prefiro comentar a clicar nas estrelinhas.
Estou globalmente de acordo com o texto, exceptuando a queda.
Eu creio que solução não é ou está entre a América Latina ou os países de leste ( se é que estes ainda existem com tal denominação ).
Para mim, a solução do Porto deve passar pela formação e promoção dos seus jovens.
E Viva o Porto !