11 setembro, 2008

Objectivo, competente e com alma!

Jesualdo Ferreira assegura que “FC Porto não está mais fraco mas diferente e em construção”.

Na sua primeira entrevista em mais de um ano, Jesualdo Ferreira explica como levou o FC Porto ao título e o que vai mudar na época 2008-09. O treinador quebrou o silêncio e, em exclusivo ao PÚBLICO, falou da saída de Quaresma para Milão, dos favoritos ao título, da sua posição no clube e da nova equipa.

Muita gente disse e escreveu que Quaresma queria sair, mas que o FC Porto também desejava vendê-lo. O treinador Jesualdo Ferreira também ficou aliviado com a partida do jogador para Milão?
O tema Quaresma resume-se a uma questão de mercado. Ele foi jogador do FC Porto durante quatro anos. Toda a gente sabe qual foi o seu passado antes de chegar ao FC Porto. Foram a equipa e o clube que conseguiram retirá-lo de uma situação pouco satisfatória e de algum anonimato, que se seguiu à passagem dele pelo Barcelona. O Quaresma teve quatro anos diferentes no FC Porto. No primeiro, as coisas não lhe correram bem, em resultado do que se tinha passado na época anterior. No segundo ano foi-se afirmando progressivamente e, nos dois seguintes, conquistou o mercado. A aspiração do jogador em sair do FC Porto, manifestada publicamente, poderá ter feito alguns pensar que era o próprio clube que queria que ele saísse. Mas a grande verdade é que o Quaresma não queria ficar no FC Porto. A partir daí, não estavam criadas as condições mínimas para ele ficar, sob o ponto de vista da disponibilidade, empenhamento e querer...

Mas outros jogadores mostraram essa vontade... O próprio Lucho chegou a falar na possibilidade de sair e agora é talvez a principal imagem de marca do clube...
Não há dois jogadores iguais. Quem conhece o Quaresma (e eu conheço um bocadinho) sabe que, quando ele falou publicamente, era aquilo que ele sentia e que jamais voltaria atrás. Muitas vezes, a forma como se dizem as coisas e como são manifestadas fazem com que um grupo de trabalho como o do FC Porto, um clube como o FC Porto e a própria “nação” Porto tenham um comportamento de acordo com o que é mais importante para a salvaguarda do bem-estar do todo da equipa. A partir do momento que se sentiu que o Quaresma queria sair, ficou evidente que se podiam criar as condições boas para que saísse e para que o FC Porto fosse convenientemente recompensado.

E essas condições boas verificaram-se?
Ouça, eu não me recordo de o FC Porto ter feito até hoje um mau negócio. O que eu sinto é que este negócio foi o que tinha de ser feito. Até porque o volume de dinheiro de que se fala vai seguramente ser aumentado.

Está a referir-se aos seis milhões de euros que pode encaixar em função do rendimento do jogador e do Inter de Milão. Mas, voltando atrás, não houve problemas entre o treinador Jesualdo Ferreira e Quaresma?
Nunca houve problemas entre o Jesualdo Ferreira e o Quaresma. O que houve, durante dois anos, foi um trabalho conjunto entre um jogador e um grupo de jogadores e uma equipa técnica, em que as questões surgem sempre, naturalmente, mas em que, acima de tudo, se pôs sempre à frente de tudo a equipa, o rendimento da equipa e os objectivos que pretendíamos conquistar. E tudo isso foi possível de conseguir. O Quaresma valorizou-se, o Quaresma saiu para um grande clube, o FC Porto retirou dele o mais importante enquanto o teve como jogador, ou seja, o seu rendimento desportivo. E, agora, o que nós desejamos, e eu o que desejo fundamentalmente ao Quaresma, é a melhor sorte do mundo.

Pode dizer-se que há um antes e um depois de Quaresma no FC Porto, designadamente do ponto de vista táctico?
Não, nada disso. Durante os dois anos em que estive aqui no FC Porto, falou-se sempre que o FC Porto deveria jogar num determinado sistema e que não o faria por causa do Quaresma. Quero dizer às pessoas que quem define os sistemas de jogo do FC Porto é o seu treinador. Já antes de eu estar no FC Porto se jogava em 4x4x3, com três avançados, sendo Quaresma um deles. Quer no tempo de Co Adriaanse, quer no de Victor Fernández. A questão aqui não tem a ver com o Quaresma, tem a ver com determinados conceitos que os treinadores têm, com a forma como eles decidem estruturar as suas equipas.

Ficou satisfeito por o Pelé ter sido incluído no negócio de Quaresma?
O negócio do Quaresma foi conduzido pela administração e, na sua execução final, colocava também a possibilidade da vinda do Pelé, em definitivo. Na minha opinião, ao integrar esse negócio, o Pelé revelou-se uma mais-valia para o FC Porto.

Com a saída de Quaresma, a juntar às de Paulo Assunção e Bosingwa, o FC Porto não ficou mais fraco?
Desde que entrei no FC Porto, saíram cinco jogadores da equipa-base: Pepe, Anderson, Bosingwa, Paulo Assunção e Quaresma. Sob o ponto de vista financeiro, o volume de negócios que esses jogadores proporcionaram foi significativo. O mercado do futebol tem vindo a valorizar o trabalho que o FC Porto faz. Mas, à medida que este jogadores saíram, o FC Porto foi-se preparando para ter um novo rosto. Isso significa que falar em ser mais fraco ou menos forte é, neste momento, irrelevante. O que se pode dizer é que o FC Porto é diferente. Exactamente como aconteceu quando foi campeão europeu. Aliás, nos anos que se seguiram a 2004 saíram seis ou sete jogadores da equipa-base. Recordo que, do plantel dessa altura, apenas permanecem o Pedro Emanuel e o Nuno. Esta remodelação é normal no futebol actual. No nosso caso, é obrigatória, para podermos competir na Europa e dentro do quadro das exigências do futebol internacional. Face às actuais leis de mercado, não se pode raciocinar em termos de mais forte ou mais fraco. Porque não tem capacidade financeira para ir ao mercado e gastar 25 ou 30 milhões de euros (mas pode vender por esses números ou mais...), como outros que competem connosco fazem, o FC Porto tem de se estruturar internamente, tem de ter um “scouting” activo e competente e os treinadores do FC Porto têm de se dedicar profundamente ao trabalho com os jogadores que chegam. O FC Porto tem de criar equipas competitivas, mas com esta base de diferenciação em relação aos outros. A verdade é que o FC Porto foi a única equipa que não faz parte dos cinco países dominantes do futebol europeu a ganhar a “Champions League” desde que ela existe enquanto tal. Chega normalmente aos oitavos-de-final, uma vez ou outra passou para além desta barreira. Isso significa que o FC Porto estará sempre dependente do funcionamento da sua estrutura. Porque nunca terá capacidade financeira para competir com adversários como, por exemplo, o Manchester City. O mesmo relativamente ao Chelsea, ao Barcelona e por aí fora. O FC Porto tem de ter outro tipo de argumentos para poder competir a este nível.

Frente ao Benfica

O FC Porto foi acusado de não ter instinto matador na Luz frente a um Benfica em inferioridade numérica e cheio de problemas físicos...
Isso era conversa para umas horas... Vou tentar resumir. Na Luz, o FC Porto foi uma equipa que provavelmente ninguém esperava, não só na sua formação como na atitude e no comportamento táctico. Foi uma equipa compacta, agressiva e que queria ganhar o jogo – e sabia como o podia ganhar. À medida que o jogo foi correndo, foi-se percebendo que o FC Porto tinha argumentos para ganhar. Chegou ao intervalo a ganhar, teve oportunidade de fazer o segundo golo e acabar com o jogo, acabou por sofrer um golo num lance pouco esperado e, logo de seguida, com a expulsão do Katsouranis, passámos a ter outro jogo. Qual foi a diferença entre um jogo e o outro? O primeiro, que teve cerca de 60 minutos, foi partido, dividido. A intensidade mostra-se na ocupação dos espaços, nos metros que se consegue ganhar ao adversário, nas disputas individuais, nos lances de perigo que se criam, na forma como se anula o adversário. A partir de certa altura, essa intensidade foi de tal maneira favorável ao FC Porto que acabaram os espaços e começou o tal segundo jogo. Como tinham acabado os espaços, baixou a intensidade, porque ninguém joga contra um muro ou contra uma parede para ser rápido. Como passou a haver um outro jogo, houve também a necessidade de nos adaptarmos tacticamente. Isto é: jogar num espaço mais reduzido, com uma barreira de oito ou nove jogadores à frente da baliza, jogar com o adversário a quebrar o ritmo constantemente. Houve ainda necessidade de introduzir novos jogadores. É muito fácil para quem está de fora e percebe pouco destas coisas analisar a situação sem levar tudo isto em conta. A verdade é que o FC Porto foi superior naqueles dois jogos. No segundo teve menos argumentos porque também as condições eram diferentes. O que foi fundamental: durante 60 minutos, o FC Porto e o Benfica partiram o jogo, que foi equilibrado, com muito espaço, com grande agressividade e intensidade. Aí o FC Porto foi superior. O resultado dessa superioridade manifestou-se depois nos 20 a 25 minutos finais, com as maiores dificuldades do Benfica.

Mas porque é que, nessa fase, o FC Porto não soube materializar a sua superioridade?
Porque com menos espaço é mais difícil criar oportunidades. O jogo torna-se menos intenso, os erros cometem-se com mais frequência, porque a ansiedade não existia só do lado do Benfica, mas também do nosso. E porque os comportamento tácticos foram naquela altura completamente alterados. E ainda não há por parte dos nossos novos jogadores o conhecimento prático da vivência dessas situações. Mas isto já aconteceu a todas as equipas do mundo e há-de continuar a acontecer.

Porque decidiu, num jogo desta dificuldade, lançar Rolando, Fernando, Tomás Costa e relançar Fucile na esquerda?
Porque do estudo que fizemos ao adversário e ao plantel do FC Porto resultou que aquela era a melhor equipa para defrontar o Benfica.

Só o Benfica?
Pelo menos para jogar com o Benfica.

O 4x4x2 foi uma forma de obter superioridade no meio-campo e de controlar o jogo ou receio da força do novo Benfica?
Que fique claro: o FC Porto nunca vai abdicar da sua individualidade e da sua estrutura. Mais: o FC Porto não forma as suas equipas nem joga nenhum encontro no sentido de anular o adversário para poder jogar. O FC Porto entende que, para anular o adversário, tem de jogar. Nesse contexto, a colocação de algumas unidades em campo obedeceu a uma preocupação: não perder a identidade, o seu sistema e a sua estrutura. As características dos nossos jogadores disponíveis faziam-nos entender que o FC Porto teria de jogar de uma forma em que o Benfica não poderia nunca desenvolver o seu jogo, mas não porque o FC Porto fosse com essa intenção, antes porque o nosso objectivo era jogarmos nós e não o Benfica.

Mas o Tomás Costa não foi colocado a médio-direito com a intenção de não deixar subir o Leo?
Não. Ele fez na direita aquilo que o Rodriguez fez na esquerda. O ala só baixa se o lateral subir, não é? O Tomás Costa era o único jogador, com excepção do Candeias (que é muito novo e vinha de uma paragem prolongada), que poderia jogar mais próximo da linha. Porque se o Mariano estivesse disponível, jogaria o Mariano, podendo o Tomás Costa até jogar noutra posição. Tenho a certeza que se o FC Porto tivesse jogado com o Mariano essa questão já não se colocaria. São análises incorrectas. E perguntas como a sua desvirtuam a realidade.

Apesar das boas exibições dos reforços utilizados, nada garante que eles vão manter-se na equipa?
O FC Porto perdeu três jogadores da sua estrutura nuclear – quatro, se tivermos em conta que o Mariano também ficou de fora. E teve de os substituir. Como não íamos entrar em campo só com sete jogadores, a entrada de novos jogadores, a forma como eles perceberam como é jogar no FC Porto e na Luz, o rendimento que eles apresentaram numa situação de extrema dificuldade foi a grande vitória do FC Porto na Luz. Foi muito mais importante essa vitória na Luz do que o empate, que não nos agradou.

Não respondeu à minha pergunta...
O que eu digo é que o FC Porto passa cada vez mais a ter um leque de jogadores capaz de jogar em qualquer momento. Há muitas competições para jogar, a densidade competitiva vai ser grande e entendo que, ao contrário do que aconteceu na época passada, o FC Porto tem de construir uma equipa. Na época passada entrámos nas competições com uma equipa feita, rotinada, com entendimento claro entre os jogadores e entre estes e o treinador. Não havia muito mais a fazer do que melhorar os comportamentos tácticos. Este ano, o FC Porto está a construir uma equipa e isso não nos garante, por enquanto, a constância da época passada. É importante as pessoas perceberem esta realidade e que não há como fugir a ela. Vamos admitir que este é um FC Porto em construção e trabalhar para discutir aquele que é o nosso grande objectivo, que é voltarmos a ser campeões.

Porque disse que o último título conquistado pelo FC Porto teve mais de si?
Porque o primeiro ano de trabalho teve menos a ver comigo do que o segundo. Cheguei numa altura em que o FC Porto estava já a jogar, não houve contacto com os jogadores no período preparatório. Comecei três dias antes do início do campeonato. No segundo ano, houve um FC Porto construído com tempo, com o nosso método assente em cima dos conhecimentos adquiridos na época anterior. Por isso, é muito lógico dizer que o segundo ano é muito mais meu do que o primeiro.

E o que o levou a afirmar que ainda há dúvidas sobre si e que quer esclarecê-las de vez nesta época?
Essas dúvidas sobre mim vão manter-se até ao fim da minha presença no FC Porto.

E porquê?
Porque é normal acontecer isso. Não conheço nenhum treinador que reúna a unanimidade em lado nenhum. E porquê? Porque é assim o futebol e, se calhar, não tinha muita piada se não fosse assim. E porque o processo que está por trás da minha vinda para o FC Porto também difere dos outros. Todo e qualquer treinador que chega ao FC Porto com experiência no futebol português, que tenha andado em muitas frentes, tem sempre um currículo e um conhecimento para toda a gente que não tem alguém que venha de fora ou que não é conhecido.

Porque é que só aos 62 anos é que o seu valor começa a ser reconhecido?
Se calhar, porque antes nunca tinha treinado o FC Porto. E ainda bem que o reconhecimento não foi a título póstumo. Tem tudo também a ver com as análises que muitas vezes são feitas a pessoas sem as conhecerem. Em futebol, há uma coisa que ninguém pode esquecer: um treinador treina vários clubes, várias equipas, tem uma carreira que muitas vezes não é fácil de conduzir e obtém um conjunto de resultados. E há momentos em que as suas competências e as suas capacidades não são aproveitadas porque estruturalmente as coisas não funcionam também. Podia dar-lhe vários exemplos de treinadores que tiveram este tipo de circuito. É uma questão que não vamos nunca conseguir alterar.

Porque é que o FC Porto tem falhado nos jogos a eliminar? Isso aconteceu nos dois últimos anos tanto na Taça de Portugal como na Taça da Liga e na “Champions”.
Os jogos a eliminar não dependem só de um factor. Dependem também dos adversários que defrontarmos. Acontece que nos últimos anos jogámos com o Chelsea, com o Schalke 04 e com o Sporting. Efectivamente, com o Sporting, as coisas não têm corrido bem ao FC Porto.

E há alguma explicação para esse facto?
Houve todo o mérito do Sporting. Agora, questionar os nossos jogos com o Chelsea e com o Schalke parece-me mal-intencionado. As eliminações com o Chelsea e com o Schalke aconteceram nas condições que se conhecem. Acho que ninguém põe em dúvida o valor do Chelsea que defrontámos e ninguém põe em dúvida a capacidade que o FC Porto demonstrou com o Schalke, especialmente no jogo em casa. Igualou a eliminatória, jogou uma parte do jogo e o prolongamento com dez.

Na primeira época também houve a eliminação da Taça de Portugal com o Atlético e, na época passada, da Taça da Liga com o Fátima... Há um conjunto de resultados nas provas a eliminar que indiciam alguma coisa...
Para mim, foi muito mais importante o FC Porto ter sido campeão duas vezes, o último com uma distância considerável, do que poder ganhar duas Supertaças de Portugal e uma Taça de Portugal. Mas parece que o mais importante são as taças e que não se dá valor aos campeonatos...

Como divide o favoritismo na corrida ao título?
Divido por três, como acontece todos os anos.

Em partes iguais?
Qualquer candidato tem as mesmas condições, embora me pareça que o campeão é sempre mais candidato do que os outros.

O FC Porto foi o clube que mais dinheiro encaixou com as vendas, mas também foi o que mais investiu. Pode garantir o título aos adeptos portistas?
O que posso garantir é que, para nós, o campeonato é muito mais importante do que outra prova qualquer. E vamos trabalhar muito para podermos chegar ao título.

Mercado argentino

Não teme o peso elevado no plantel de jogadores sul-americanos, designadamente argentinos?
A questão dos jogadores tem a ver com a sua qualidade e com as suas capacidades e não com a sua origem. Actualmente, há muitos jogadores que nasceram em determinado país, mas não se desenvolveram lá. A universalidade dos jogadores e a globalidade das suas capacidades é hoje uma realidade com a qual temos de lidar.

Mas houve alturas em que o FC Porto retirava vantagens da exploração do mercado português. Porque deixou de o fazer?
Porque a partir do momento que o mercado abriu em função da Lei Bosman todos os melhores jogadores saem para o estrangeiro, para clubes que têm muito mais capacidade que o FC Porto para os adquirir. Mas o Arsenal também não joga com nenhum inglês, o Chelsea e o Liverpool têm poucos...

A aposta no mercado argentino tem uma explicação?
Tem, porque o jogador argentino tem muita qualidade. A selecção da Argentina é uma das mais fortes do mundo. É um país que gosta e investe muito no futebol. Torna-se um mercado interessante até porque outros que poderiam interessar já são muito explorados pela Inglaterra, França e Itália.

Há um ano falava na necessidade de tornar o plantel mais competitivo e mais forte fisicamente. Acha que o conseguiu?
Acho que sim. Este grupo é mais forte e mais agressivo do que o anterior.

Na época passada praticamente nenhum da dúzia de reforços se impôs na primeira equipa. Este ano há sinais diferentes...
São diferentes porque, como já disse, na época passada o FC Porto já tinha uma equipa formada.

Não tem também a ver com o facto de os reforços deste ano terem mais qualidade?
Alguns têm mais qualidade e há outros iguais. Mas a diferença está no facto de esta ser uma equipa em construção. A do ano passado não necessitou para fazer o seu trajecto normal dos jogadores que entraram, casos dos Marianos, Stepanoves, os Bolattis, que só foram importantes a partir de certa altura, após o processo de integração. Este ano não é assim, estamos a construir uma nova equipa.

Recomendou as contratações de Tomás Costa, Benítez, Rolando, Rodriguez, Fernando, Guarín e Sapunaru?
Claro que eu avalizei essas contratações. O “scouting” do FC Porto fez o seu trabalho, houve um momento em que reunimos as informações e estabelecemos as necessidades do plantel. Foi preciso encontrar os meios financeiros necessários e depois foi preciso vermos se era possível contratar os jogadores que se queriam. Estes foram jogadores que eu quis no FC Porto. E que a administração quis também e, por isso, os contratou.

O que nos pode dizer sobre cada um deles?
O Sapunaru é um lateral completamente diferente do Bosingwa. É muito robusto fisicamente, defende muito bem, no jogo aéreo e não só. Está num processo de adaptação, até porque veio de uma equipa romena de nível inferior ao FC Porto. É um jogador novo e a única coisa que não precisa é que o comparem ao Bosingwa.
O Rolando fez agora 23 anos, tem apenas quatro anos de percurso da Liga, toda a gente o conhece do Belenenses. É um excelente jogador.
O Guarín tem 22 anos, é titular da selecção da Colômbia, jogou na época passada na Europa, pelo que já tem alguma da cultura europeia. Tem grandes condições para vir a ser um grande jogador.
O Tomás Costa é aquilo a que chamo jogador superactivo. Também só tem 23 anos, não jogou em nenhum campeão da Argentina, mas tem uma capacidade tremenda de participar no jogo colectivo. É um jogador com uma dinâmica que tem de coordenar e que tem de educar em relação às questões práticas do futebol europeu. Tem grande qualidade e pode vir a ser um jogador de top no FC Porto.

Na posição 8 e não na 6...
É um jogador ainda com pouca disciplina táctica. Ele próprio ainda não sabe muito bem quais vão ser as suas funções no futuro. Ele, o treinador e os jogos é que vão dizer onde ele pode ser útil no futuro.

O Rodriguez é um bom exemplo de que este FC Porto, sem Quaresma, terá mais agressividade e menos magia?
O Rodriguez veio para o Benfica do PSG, não veio directamente do Uruguai. Mas só tem 22 anos, é um miúdo ainda e tem uma margem de progressão muito grande. Está a adaptar-se aos novos processos de treino e vai também ter o seu tempo para poder evidenciar as grandes capacidades que possui.

E o Hulk? Como é que o FC Porto foi descobrir um brasileiro na II Divisão japonesa?
Tem uma grande capacidade física, é um jogador que evidencia pormenores técnicos importantes para a posição que ocupa, mas vai ter que ser sujeito a um trabalho sereno no sentido de perceber como pode tirar mais rendimento das suas capacidades. Veio de um futebol completamente diferente. Mas quem faz golos de fora da área no Japão (como ele já fez também aqui com o Beleneneses) faz em qualquer outra parte do mundo. Vai ser sujeito a um tirocínio. Ele e praticamente todos os outros terão de merecer alguma paciência.
O Fernando é uma situação diferente: chegou na época passada, fez um ano na Europa, deu boas indicações e o processo para ele no FC Porto está mais facilitado.
O Benítez é um lateral tipicamente argentino, com grande raça e espírito de luta. Tem espírito colectivo e é um grande jogador de equipa. Como todos os sul-americanos que chegam à Europa, tem de trabalhar muito sob o ponto de vista táctico.

Ele tem sido o que menos tem convencido a crítica...
Começaram a duvidar dele mal chegou ao Porto.

É normal, ele não era sequer titular no Lanús...
Jogou no Lanús o tempo suficiente para ser campeão da Argentina. Provavelmente o Lanús tinha dois jogadores para aquela posição, como acontece aqui no FC Porto. E se calhar o treinador utilizou um nuns jogos e o outro noutros. É novo, tem a cultura sul-americana e tem de passar por um processo de adaptação. O FC Porto, quando contrata um jogador deste tipo, procura avaliar as potencialidades que pode vir a ter no futuro. Dificilmente o FC Porto tem capacidade para ir buscar um argentino, um inglês, um alemão ou um francês que venham directamente para a melhor equipa do FC Porto.

Já se percebeu que gosta e vai apostar no Candeias, formado no clube...
Tem muitas capacidades, a exemplo dos outros que já falei. A sua vantagem é que conhece bem o futebol português e o FC Porto. O Candeias tem modelos de treino e de jogador que lhe foram apresentados por mim. E que, no fundo, se resumem a isto: é um jogador superactivo, tem grande capacidade física, é um jogador com muita coragem e, sobretudo, muito agressivo a atacar. Mas também tem de entender a necessidade do seu desenvolvimento e da integração das suas capacidades no jogo colectivo. De outra forma, será sempre uma eterna esperança, um jogador que faz umas coisas interessantes, mas não se torna um jogador de equipa.

Esta equipa do FC Porto vai ser moldada em torno do Lucho?
Grosso modo, o FC Porto tem o Pedro Emanuel, Helton, Fucile, Raul Meireles, Lucho e Lisandro. São os mais antigos e vai ser em torno deles que os novos jogadores se vão integrar.

É verdade que queria o Linz?
É uma pergunta difícil de responder. Conheço-o e fui eu que o trouxe para o Boavista. Tem dotes de goleador, é um excelente jogador e podia perfeitamente estar no FC Porto.

Este é um plantel mais à sua imagem?
Este é um plantel à imagem do FC Porto. Não há plantéis à imagem dos treinadores.

Mas não acha que esta equipa vai ter menos capacidade de improvisação e de magia e vai ser mais musculada?
Vamos ter um FC Porto necessariamente diferente sem Quaresma, Paulo Assunção e Bosingwa. Como já foi diferente quando saíram o Pepe e o Anderson.

Mas os jogadores que tem agora à sua disposição não lhe vão permitir que jogue agora mais vezes em 4x4x2, designadamente nos jogos europeus e nos mais difíceis? Afinal, o que é mais ofensivo: o 4x3x3, com três avançados, ou o 4x4x2, com dois?
Não posso responder, depende dos jogadores em causa e das dinâmicas.
Pois, e a questão foi sempre essa. Mas até parece que o 4x4x2 é uma estrutura muito mais ofensiva do que o 4x3x3. Ter quatro médios e dois avançados prepara uma equipa para ser mais vezes ou menos vezes ofensiva? Tenho muitas dúvidas. Por isso é que há equipas que são campeãs da Europa em 4x3x3 e outras em 4x4x2 ou em 3x5x2. O FC Porto tem o seu sistema-base. E depois tem princípios, tem métodos e tem estratégias que variam necessariamente tendo em vista alcançar determinados rendimentos e resultados. O sistema-base não define o modelo. O modelo é um conjunto de sistema, princípios, métodos e estratégias. O que se pretende atingir cada vez com maior eficácia é que é o modelo. Portanto, o sistema do FC Porto é o 4x3x3, a sua dinâmica nunca indicia o 4x3x3 permanente, os princípios que o FC Porto tem sob o ponto de vista do seu método, quer seja a zona ou o aproveitamento dos espaços, faz-se através de transições rápidas, a definição das áreas de pressão, a capacidade de ritmar o jogo, que já foi mais forte na época passada do que na anterior. Tudo isto faz parte dos processos que o FC Porto utiliza para chegar ao modelo. O problema é que muitas pessoas confundem o modelo com tácticas e com o sistema. E não é tudo a mesma coisa.

Mas há a convicção geral de que o FC Porto vai jogar esta época mais vezes em 4x4x2...
O FC Porto, na época passada, já jogou tantas vezes em 4x4x2... Agora, para algumas pessoas, o 4x4x2 é uma equipa com quatro defesas, quatro médios e dois avançados. Cada vez que o treinador do FC Porto mexe uma unidade que pode ser uma indicação de que vai jogar em 4x4x2, o que se diz é que o treinador do FC Porto está a inventar. Muitas vezes, quem está a analisar estas questões não está a ser sério. Ou então não sabe.

Porque não quis ficar com Ibson, Pitbull, Bruno Moraes, Alan, Renteria, Cech?
Todos eles por razões diferentes e uma de fundo: não se pode ficar com todos. O FC Porto tem jogadores formados e jogadores em formação, jogadores emergentes e jogadores emprestados. O FC Porto tem de se preocupar com todo este quadro. O valor da formação é hoje muito importante no FC Porto – e quando falo em formação que isso não seja confundido com juniores ou juvenis, antes o processo de desenvolvimento e potencialização dos jogadores. Quando se faz um plantel de 25 jogadores, têm de se estabelecer critérios. Relativamente aos jogadores emprestados, nós entendemos que nenhum deles, com excepção do Fernando, podia integrar o plantel nesta fase. A forma como o treinador do FC Porto trabalha e a administração do FC Porto trabalha são diferentes dos outros clubes. E não vamos mudar o nosso rumo, por muito que pessoas de fora façam interrogações e fiquem admiradas.

Como tem visto a forma como o Sporting e o Benfica se têm organizado?
De uma forma diferente. O Sporting, mantendo o grupo e melhorando a sua qualidade com jogadores conhecidos, que foi o que o FC Porto fez na época passada. O Benfica está a fazer uma equipa nova, com um treinador novo. Estão em processos e patamares diferentes.

O Braga e o Guimarães podem intrometer-se na luta dos “grandes”?
São equipas que podem decidir muito em relação à vida dos “grandes”. E, como tal, podem intrometer-se nas classificações, tal como aconteceu na época passada e noutras. Este campeonato pode ser idêntico ao da época passada. Esperemos que até possa ser um pouquinho melhor e que o público adira mais – isso tem vindo a acontecer, felizmente, no FC Porto, onde o apoio dos sócios tem sido importante.

Apito Final

Foi frustrante terminar o campeonato com 20 pontos de vantagem sobre o segundo e ver essa margem reduzida para apenas 14 na secretaria, em resultado do “Apito Final”?
Não diria frustrante. Para nós, a diferença foi de 20 pontos. Mesmo que as estatísticas falem em 14, nós sabemos que não foi assim.

Como profissional do futebol, o que pensa das mais recentes polémicas em torno do “Apito Dourado” e “Apito Final”?
Acho que não vai alterar nada. As dúvidas vão continuar a persistir. Na minha opinião, todos esses processos não estão suficientemente claros na sua resolução final. São questões estruturais e não se resolvem assim.

A que questões estruturais se refere?
Nada muda enquanto a Liga, responsável pelo futebol profissional, não perceber que o produto que vende tem de ter qualidade e ser forte financeiramente, de molde a permitir melhores equipas, melhores jogadores, treinadores e árbitros. Por outro lado, a estrutura do futebol português está toda errada desde baixo. As competições da federação não produzem bom futebol nem melhores jogadores. Estes são as mudanças estruturais que o futebol português precisa de fazer. Mas as outras são as que vendem mais jornais.

Mas até Michel Platini fez declarações públicas praticamente a reclamar o afastamento do FC Porto da Liga dos Campeões...
A informação que tenho é que esta questão não está terminada a nível da UEFA. Por isso, acho que Platini, enquanto presidente da UEFA, não devia ter dito o que disse.

Treinou outros clubes, designadamente o Benfica e o Braga. Alguma vez desconfiou que Pinto da Costa ou qualquer outro dirigente, tanto do FC Porto como do Boavista, tinham comprado o árbitro do seu jogo?
Não, objectivamente, não. Sempre achei muito estranho que o FC Porto ganhasse tantos campeonatos e fosse um dos líderes no plano internacional através desses argumentos. Não acredito que isso fosse possível. O que eu sei é que o FC Porto ganhou quando teve boas equipas e perdeu quando elas eram mais fracas. Tenho muitas dúvidas ainda sobre o facto de o “Apito Dourado” se ter ficado pelo Norte do país. Tenho 62 anos, 34 de futebol e sei bem que houve um grande objectivo: atingir o FC Porto. O FC Porto ganha campeonatos há 30 anos e passou a ganhá-los com mais frequência a partir de certa altura, ao mesmo tempo que passou a fazer também bons resultados no exterior. Ao mesmo tempo, os seus rivais directos começaram a perder lá fora e cá dentro. Quem consegue isto tudo através das arbitragens deve ser muito hábil... É evidente que o que fez a diferença foi a qualidade do trabalho.

Mas não acha que os dirigentes sem formação desportiva deviam dar lugar aos técnicos qualificados, como acontece cada vez mais nos outros países?
Inevitavelmente, isso vai acontecer. Porque quem não tomou as medidas necessárias no tempo certo vai progressivamente pagar essa falta de visão. A Liga, por exemplo, tem de ter gente competente que consiga perceber os processos necessários para criar uma competição forte e rentável. Não faz sentido que se continue a permitir clubes em falência, que fogem ao fisco, jogadores desempregados e outras questões que já não são desportivas, são sociais. É um tema que diz respeito à Liga, à federação e ao Governo.

Não o preocupa terem sido inscritos 66 novos brasileiros e apenas 70 portugueses?
Claro que me preocupa. Daí que diga que os problemas do futebol português não são o “Apito Dourado” ou a comissão disciplinar. São estruturais. E há responsáveis que continuam a adiar o uso das suas competências. Assobiam para o lado e a caravana continua a passar.

Liga dos Campeões

Como analisa o sorteio da Liga dos Campeões?
O FC Porto ficou num grupo forte e muito difícil. Mas tem todas as condições para passar à fase seguinte. Vamos ter de ser fortes e competentes. Acho que ficou no lugar certo em função das suas prestações. Provavelmente, as expectativas seriam outras, mas ficámos no lugar que merecemos.

Houve alguma novidade táctica ou algo que o surpreendesse?
Novidade táctica, não, mas a modulação e a dinâmica de um sistema conseguidos pela Espanha. Modulou e dinamizou um sistema de 4x3x3 que o levou depois a campeão da Europa.

Que herança deixou Scolari na selecção portuguesa?
Deixou um vice-campeão europeu e um quarto lugar no Mundial e um apuramento para o Europeu e outro para o Mundial. Sob o ponto de vista dos resultados, temos de dizer que foi positivo. Da sua intervenção no futebol português enquanto seleccionador, acho que não se vai sentir nada. Mas que poder é que o seleccionador tem para isso?

Carlos Queiroz foi a melhor solução?
É um treinador por quem eu tenho muito carinho e respeito. Conhecemo-nos há muitos anos e sei do que ele é capaz. Ele sabe o que tem a fazer para levar a cabo a sua tarefa, que é principalmente levar-nos ao Mundial e depois ao Europeu. Poderá ter uma tarefa muito importante enquanto primeira figura dos treinadores, se lhe forem dadas condições e se lhe derem poder para isso.

Treinar a selecção ainda está no seu horizonte?
No meu horizonte está ganhar o campeonato nacional deste ano à frente do FC Porto, passar à fase seguinte da “Champions League”, ter saúde e “ganas” e vontade de continuar a treinar.

Sendo um transmontano, é visto como um lisboeta de passagem pelo Norte. Porquê este contra-senso?
É simples. Nasci em Mirandela, passei a minha adolescência toda em Angola, voltei para Chaves para acabar o liceu e depois fui para Lisboa porque era o único sítio onde havia o curso que eu queria. Acabei por regressar ao Norte por razões também profissionais.

Mas o que é que responde quando lhe perguntam de onde é e o que é?
Sou de Mirandela e identifico-me profundamente com as gentes do Norte.

Artur Jorge gosta de pintura, José Mourinho diverte-se com os seus “mind-games”. De que gosta Jesualdo Ferreira?
De estudar. Interesso-me muito por todas as matérias relacionadas com a minha actividade e com o desenvolvimento das minhas capacidades.

Quando recebeu um prémio individual em Lisboa, enfatizou o agradecimento a Pinto da Costa. Estratégia ou acto sincero?
Um dos meus grandes problemas é não ser um estratego nato, um estratego mentiroso... Muitas vezes prefiro não dizer nada do que mentir. Naquele momento, disse a verdade: se não tivesse sido o presidente Pinto da Costa a convidar-me para treinar o FC Porto, eu não teria tido condições para ter sucesso e para estar ali a receber aquele prémio. E como acho também que nenhum treinador consegue ter sucesso sozinho, entendi que aquele prémio tinha de ser extensivo a muitas mais pessoas que me ajudaram durante a época.

fonte: jornal O PÚBLICO, de 2008.09.09

7 comentários:

  1. Muito boa a entrevista embora no que diz respeito à Liga dos Campeões, eu gostasse que Jesualdo colocasse a fasquia um bocadinho mais alta.
    Um abraço

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  2. Gostei particularmente desta sua resposta:

    «Sempre achei muito estranho que o FC Porto ganhasse tantos campeonatos e fosse um dos líderes no plano internacional através desses argumentos. Não acredito que isso fosse possível. O que eu sei é que o FC Porto ganhou quando teve boas equipas e perdeu quando elas eram mais fracas. Tenho muitas dúvidas ainda sobre o facto de o “Apito Dourado” se ter ficado pelo Norte do país. Tenho 62 anos, 34 de futebol e sei bem que houve um grande objectivo: atingir o FC Porto. O FC Porto ganha campeonatos há 30 anos e passou a ganhá-los com mais frequência a partir de certa altura, ao mesmo tempo que passou a fazer também bons resultados no exterior. Ao mesmo tempo, os seus rivais directos começaram a perder lá fora e cá dentro. Quem consegue isto tudo através das arbitragens deve ser muito hábil... É evidente que o que fez a diferença foi a qualidade do trabalho.»

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  3. Este treinador nunca me convenceu e não acredito que me vá convencer algum dia.

    Há treinadores que nunca serão grandes porque não têm estrutura para tal.

    Não culpo o Jesualdo porque se mais não faz é porque não é capaz. Quem nasceu para lagartixa nunca chega a jacaré.

    Responsabilizo o presidente porque ainda não quis perceber que precisamos de outro treinador para podermos aspirar a vôos mais altos. Acomodou-se a esta situação. Temos treinador para podermos ganhar o campeonato, chegar aos oitavos-de-final da Liga dos Campeões e basta. Quem tiver mais ambição que mude de clube.

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  4. Continuo sem ser um seu admirador incondicional, não vou escondê-lo... mas enquanto cá estiver, será sempre o «meu treinador»... sempre e a 101%!

    Gostei bastante desta entrevista e que tinha até já pensado colocá-la aqui em forma de post (de qq modo, PortoMaravilha, obrigado pela dica), onde penso que esteve muito bem em vários dos temas e mesmo até naqueles que poderiam ser como uma «casca de banana», soube bem contornar o discurso e dizer o mais importante, deixanso o acessório para quem não tiver que mais fazer.

    Gostei, gostei bastante de toda esta entrevista muito extensa... de um Homem a quem já aprendi a respeitar e admirar, apesar das suas «origens» deveras, muito dúvias, mas como digo no texto, hoje, olho para trás e posso dizê-lo sem qq tipo de problema:

    "O Prof. Jesualdo Ferreira é um treinador muito... objectivo, competente e com alma!"

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  5. Se quisermos passar algum tempo sem ganhar nada contratemos um estrangeiro, caso queremos continuar a ganhar títulos, em Portugal não conheço quem o possa fazer para além do Jesualdo.
    Caso conheçam algum outro português com a estaleca dele digam, agora que há um ou outro que daqui a meia duzia de anos poderão estar cá, também é uma verdade, caso do Carvalhal por exº

    cumprimentos

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  6. Porra! é verdade que o Jesualdo não é o homem mais carismático do mundo, mas é competente e sério! e põe o porto a jogar à bola!

    o que queriam? adrianse? couceiro? fernandez? del neri?

    Já é tempo de se dar o devido valor ao jesualdo e de ouvir as bancadas do dragão a cantarem o nome dele! O homem já deu muito ao porto e merece!

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  7. Viva !

    É uma excelente entevista. E de realçar que não foi feita por um jornal desportivo.

    Está imensamente bem conduzida ! Por uma vez, fala-se de futebol a sério !

    Concordo, plenamente, com a observação acima do Lucho.

    Tal como o Lucho, saliento as palavras de Jesualdo Ferreira : Os exitos são símbolo de trabalho ( resumindo ) e o resto é psp ( lol!).

    Creio, actualmente, não haver melhor treinador para o Porto.

    Penso que as metas que Jesualdo Ferreira apresenta são realistas.

    Penso que o Porto está num grupo muito difícil. Tem a pouca sorte de jogar em casa, no começo, contra os Turcos (que nada têm a provar e que têm um núcleo unido de jogadores).

    Com essa treta (falsa) das estatísticas o Porto vai jogar sob pressão. Não perder pontos em casa.

    Não sei porquê mas os Turcos metem-me receio. Muito mais que o Arsenal !

    Vamos chegar aos oitavos ! Depois logo se verá ! Cada coisa em seu tempo !

    E Viva o Porto !

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