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Há cerca de 3 anos, André André jogava no 3º escalão do futebol nacional, mais precisamente, no Varzim. Após 3 boas épocas em Guimarães mas sem, diga-se em abono da verdade, atingir um nível de futebol magnífico que colocasse propriamente um Real Madrid ou Barcelona no seu encalço, o agora internacional português andou a fazer, qual formiga, o seu trabalho semana após semana, ano após ano até finalmente conseguir ter a grande oportunidade da sua carreira.
Sejamos sérios e honestos. É verdade que André André está em grande forma, é neste momento um dos pilares fundamentais do meio-campo Portista e tem marcado golos importantes. Com a mesma honestidade com que temos de admitir isto, igualmente teremos de admitir que um jogador que há 3 anos jogava num campeonato semiprofissional, que fez 3 boas épocas em Guimarães (tal como muitos outros!) e que apenas atingiu a sua primeira internacionalização aos 26 anos de idade, dificilmente entraria de caras como peça fundamental numa equipa como o FC Porto, superando a forte concorrência que teoricamente haveria para este sector.
Há apenas 2 anos, o FC Porto, vindo de mais um tricampeonato e com um novo treinador, aquele que iria trazer um futebol totalmente diferente do futebol “enfadonho” de VP, contratava um internacional mexicano de seu nome Héctor Herrera. Pessoalmente, conhecia pouco do jogador, mas aos poucos, fui percebendo que expetativas poderia ter em relação a este jogador. Tal como tantos bons negócios que o FC Porto tem feito ao longo das últimas décadas, o que muito tem contribuído para um sucesso interno tão esmagador, a contratação de um internacional mexicano, que no Verão anterior tinha sido titular da seleção olímpica do México que atingiu a medalha de ouro nos jogos Olímpicos de Londres, aliado ao valor de 8M€ que o FC Porto desembolsou na sua contratação, resultaria num cenário onde as expetativas em relação ao desempenho do mexicano teriam de ser as melhores.
Passado um primeiro ano em que não se percebeu bem se a má época de Herrera se tinha devido ao “annus horribilis de 2013/2014” ou a fatores endógenos do próprio jogador, a verdade é que a entrada para a época 2014/2015 renovava todas as esperanças na época da confirmação do mexicano. Depois de um excelente mundial, em que jogou, fez jogar e foi dos melhores na seleção mexicana, as expetativas eram as melhores em relação a Herrera. O que se viu a seguir foi o que todos sabemos, uma época de altos e baixos e demasiados jogos em que Herrera se alheava completamente do jogo, tendo falhas de desconcentração por vezes graves para a equipa. Para mim, que sempre defendi o mexicano e acreditava (infelizmente é esse o tempo verbal apropriado!) no seu potencial, o “transbordar do copo de água” foi o jogo no restelo que o mexicano fez. Sem exagero, diria que naquele jogo Herrera falhou cerca de 80 a 90% dos passes que realizou, a partir daí as coisas assumem um carácter de gravidade impossível de desvalorizar. Um médio de uma equipa ao mais alto nível não pode ter o índice de passes errados que Herrera tem. Aí, fui o primeiro a efetivamente admitir que tinha estado enganado, e que a presença de Herrera no onze Portista seria mais um problema e não solução. A venda teria sido a melhor opção no último defeso mas, ora aí está, os tubarões, quando há realmente qualidade e não “contextos favoráveis” como acontece com alguns jogadores e treinadores idolatrados em Portugal, não perdoam e abrem mesmo os cordoes à bolsa sem qualquer tipo de hesitação.
Dito isto, também tenho de ressalvar que o objetivo do post não é demagogicamente dizer que André André é muito melhor que Herrera só pelo facto dos dois jogadores estarem em momentos distintos de forma. O grande objetivo do post é fazer uma reflexão do porquê da diferença de rendimento entre estes dois jogadores e de que modo esta diferença pode impacto no sucesso coletivo da equipa.
E a pergunta que tem de se fazer é: tendo Herrera qualidade teórica e margem de potencial muito maior que André André, sendo que o valor de mercado de Herrera andará pelos 16,5M€ (segundo por exemplo o TransferMarket), enquanto o valor do internacional português não excederá os 5,5M€, como se explica que o português já tenha feito em 7 ou jogos mais coisas úteis que Herrera em dois anos completos? Julgo que a explicação tem de necessariamente passar por algumas características tais como: ATITUDE, COMPROMETIMENTO COM O JOGO, CONCENTRAÇÃO e CAPACIDADE MENTAL DE LIDAR COM A PRESSÃO.
E basicamente a conclusão é que um jogador pode ter as melhores qualidade técnicas e táticas, pode ter a melhor formação, pode ter potencialidades intrínsecas imensas, mas, sem atitude e uma componente mental muito forte, é impossível chegar longe no futebol moderno. Como devem calcular, o que eu mais quero é que enquanto jogador do atual plantel do FC Porto, Herrera prove em campo que todo este meu post não tem razão de ser. Infelizmente, o que temos visto esta época está mais próximo do que aqui escrevi do que aquilo que mais desejo: que Herrera seja útil numa época de sucesso do meu querido FC Porto!
PS - Pode ser paradoxal, pode parecer até estúpido ou ridículo o que vou dizer, mas gostei de algumas coisas que vi em Osvaldo, um jogador muito criticado pelas oportunidades que desperdiçou na Póvoa do Varzim. É verdade que Osvaldo falhou oportunidades de golo, mas também é verdade que Osvaldo marcou um golo mal invalidado (e novidades?) e lutou muito, aparecendo sempre bem enquadrado em zonas de finalização, desmarcando-se, correndo e esforçando-se ao máximo por cada bola. Osvaldo é um jogador acima da média e isso já foi visível no pouco que jogou. Não tenho duvidas que será importante na época do FC Porto.
Sejamos sérios e honestos. É verdade que André André está em grande forma, é neste momento um dos pilares fundamentais do meio-campo Portista e tem marcado golos importantes. Com a mesma honestidade com que temos de admitir isto, igualmente teremos de admitir que um jogador que há 3 anos jogava num campeonato semiprofissional, que fez 3 boas épocas em Guimarães (tal como muitos outros!) e que apenas atingiu a sua primeira internacionalização aos 26 anos de idade, dificilmente entraria de caras como peça fundamental numa equipa como o FC Porto, superando a forte concorrência que teoricamente haveria para este sector.
Há apenas 2 anos, o FC Porto, vindo de mais um tricampeonato e com um novo treinador, aquele que iria trazer um futebol totalmente diferente do futebol “enfadonho” de VP, contratava um internacional mexicano de seu nome Héctor Herrera. Pessoalmente, conhecia pouco do jogador, mas aos poucos, fui percebendo que expetativas poderia ter em relação a este jogador. Tal como tantos bons negócios que o FC Porto tem feito ao longo das últimas décadas, o que muito tem contribuído para um sucesso interno tão esmagador, a contratação de um internacional mexicano, que no Verão anterior tinha sido titular da seleção olímpica do México que atingiu a medalha de ouro nos jogos Olímpicos de Londres, aliado ao valor de 8M€ que o FC Porto desembolsou na sua contratação, resultaria num cenário onde as expetativas em relação ao desempenho do mexicano teriam de ser as melhores.
Passado um primeiro ano em que não se percebeu bem se a má época de Herrera se tinha devido ao “annus horribilis de 2013/2014” ou a fatores endógenos do próprio jogador, a verdade é que a entrada para a época 2014/2015 renovava todas as esperanças na época da confirmação do mexicano. Depois de um excelente mundial, em que jogou, fez jogar e foi dos melhores na seleção mexicana, as expetativas eram as melhores em relação a Herrera. O que se viu a seguir foi o que todos sabemos, uma época de altos e baixos e demasiados jogos em que Herrera se alheava completamente do jogo, tendo falhas de desconcentração por vezes graves para a equipa. Para mim, que sempre defendi o mexicano e acreditava (infelizmente é esse o tempo verbal apropriado!) no seu potencial, o “transbordar do copo de água” foi o jogo no restelo que o mexicano fez. Sem exagero, diria que naquele jogo Herrera falhou cerca de 80 a 90% dos passes que realizou, a partir daí as coisas assumem um carácter de gravidade impossível de desvalorizar. Um médio de uma equipa ao mais alto nível não pode ter o índice de passes errados que Herrera tem. Aí, fui o primeiro a efetivamente admitir que tinha estado enganado, e que a presença de Herrera no onze Portista seria mais um problema e não solução. A venda teria sido a melhor opção no último defeso mas, ora aí está, os tubarões, quando há realmente qualidade e não “contextos favoráveis” como acontece com alguns jogadores e treinadores idolatrados em Portugal, não perdoam e abrem mesmo os cordoes à bolsa sem qualquer tipo de hesitação.
Dito isto, também tenho de ressalvar que o objetivo do post não é demagogicamente dizer que André André é muito melhor que Herrera só pelo facto dos dois jogadores estarem em momentos distintos de forma. O grande objetivo do post é fazer uma reflexão do porquê da diferença de rendimento entre estes dois jogadores e de que modo esta diferença pode impacto no sucesso coletivo da equipa.
E a pergunta que tem de se fazer é: tendo Herrera qualidade teórica e margem de potencial muito maior que André André, sendo que o valor de mercado de Herrera andará pelos 16,5M€ (segundo por exemplo o TransferMarket), enquanto o valor do internacional português não excederá os 5,5M€, como se explica que o português já tenha feito em 7 ou jogos mais coisas úteis que Herrera em dois anos completos? Julgo que a explicação tem de necessariamente passar por algumas características tais como: ATITUDE, COMPROMETIMENTO COM O JOGO, CONCENTRAÇÃO e CAPACIDADE MENTAL DE LIDAR COM A PRESSÃO.
E basicamente a conclusão é que um jogador pode ter as melhores qualidade técnicas e táticas, pode ter a melhor formação, pode ter potencialidades intrínsecas imensas, mas, sem atitude e uma componente mental muito forte, é impossível chegar longe no futebol moderno. Como devem calcular, o que eu mais quero é que enquanto jogador do atual plantel do FC Porto, Herrera prove em campo que todo este meu post não tem razão de ser. Infelizmente, o que temos visto esta época está mais próximo do que aqui escrevi do que aquilo que mais desejo: que Herrera seja útil numa época de sucesso do meu querido FC Porto!
PS - Pode ser paradoxal, pode parecer até estúpido ou ridículo o que vou dizer, mas gostei de algumas coisas que vi em Osvaldo, um jogador muito criticado pelas oportunidades que desperdiçou na Póvoa do Varzim. É verdade que Osvaldo falhou oportunidades de golo, mas também é verdade que Osvaldo marcou um golo mal invalidado (e novidades?) e lutou muito, aparecendo sempre bem enquadrado em zonas de finalização, desmarcando-se, correndo e esforçando-se ao máximo por cada bola. Osvaldo é um jogador acima da média e isso já foi visível no pouco que jogou. Não tenho duvidas que será importante na época do FC Porto.
plenamente de acordo com osvaldo, farto de o ver a ser crucificado.
ResponderEliminarfalhar golos cantados paga-se muito caro na champs e ate no campeonato, mas ele fez jogar bastante e foi um batalhador incansável.
percebe-se também que aquilo que fez Jackson brilhar, e agora destaca Aboubakar, é uma marca do treinador: colocar o avancado a jogar como pivot e a distribuir jogo. Osvaldo já adquiriu essas rotinas e vai-nos ser muito útil durante a época. tecnicamente uns bons furos acima dos habituais suplentes para o lugar de outras épocas, e bem rato na forma como se faz aos lances.
Completamente de acordo! Aliás o próprio reconhce o que de errado fez quando no seu FB colocou que a nível individual foi um jogo para esquecer, mas importante era a equipa e aí os objectivos foram cumpridos.
EliminarPara um jogador catalogado como arruaceiro e criador de mau ambiente posso dizer que venham mais arruaceiros assim!
Cumprimentos
André Guimarães
Só quando a época acabar é que se pode fazer uma avaliação completa mas até agora o André André tem estado muito bem. Já sabia que era um bom jogador mas está a surpreender-me. Não é um jogador de top mundial, tem as suas lacunas, mas parece-me que está ali um novo Moutinho, com algumas características diferentes mas com aquela garra e intensidade que tão bem fazem à equipa. Farta-se de trabalhar, correr, recuperar bolas e tem um amor ao clube como poucos. Grande André André!
ResponderEliminarA titulo de post, creio que André André e Herrera são jogadores de igual nível.
ResponderEliminarO RCBC chama toda a razão ao escrever: "ATITUDE, COMPROMETIMENTO COM O JOGO, CONCENTRAÇÃO e CAPACIDADE MENTAL DE LIDAR COM A PRESSÃO." E é isso que separa os dois neste momento.
Viu-se durante estes anos Herrera muito cabisbaixo ao contrário que agora André que se vê sempre um brilho nos seus olhos sempre que entra em campo |vide a ser Portista também|.
O nosso Lendário Pedroto sempre disse "Enquanto fomos sempre bons rapazes fomos comidos".
Osvaldo não é nenhum bom rapaz, já é um homem que não está bem com nada e destes é o que nós precisamos e que procura sempre o coletivo.
Abraços.
ResponderEliminar@ rcbc
não esquecer que Herrera esteve dois anos em autêntico 'non stop', com participações na Copa América e no Mundial.
só este ano é que teve férias e, mesmo assim, pelos vistos não chegaram, ao ponto de ainda estar a recuperar a forma física. é certo que este factor, na minha opinião, não desculpa alguns dos (muitos) desacertos que teve ao longo da última época, com o jogo de Belém a ser o mais sofrível, apenas o atenua.
abr@ço
Miguel | Tomo III
É verdade que só quando acabar a época é que podemos fazer uma análise completa. Mas uma coisa parece-me inegável: André André já fez muitas coisas úteis em 10 jogos e é neste momento um elemento indiscutível no meio-campo Portista. E a verdade é que Herrera em 2 anos completos nunca foi indiscutível.
ResponderEliminar@André Guimarães,
De facto, para um jogador que foi catalogado como o “diabo na terra” quando chegou a atitude de ter admitido no final do jogo que não tinha estado bem individualmente foi positiva. Resta continuar com esta atitude, não faltarão oportunidades para Osvaldo marcar golos e ajudar o clube.
O André André é portista de gema. Vibra com a camisola azul e branca.
ResponderEliminarO Herrera é um profissional honesto, que corre quilómetros, mas não sente a mesma alegria com a camisola do FC Porto, como por exemplo, com a do México, onde parece outro jogador completamente diferente, para melhor, do Herrera do Porto. E sim, Herrera é capaz de muito melhor. Lembro-me do jogo Bate Borisov - FCP em que ele fez uma exibição de encher o campo, com grande golo e assistências.
Lembro-me do André (pai), do Emerson, do Moutinho, jogadores que sem ter a finura técnica dos predestinados, tinham o empenho, pulmão e capacidade de empurrar a equipa para a frente. André André cada vez mais parece destinado a esse lote de jogadores pela forma que enche o campo. Ele transporta bola, oferece linhas de passe, pressiona implacavelmente adversários e ainda aparece no apoio ao ponta de lança e na finalização. O que lhe falta do génio de um Lucho, compensa e iguala com a força do querer. Uma excelente contratação.
Osvaldo teve um jogo infeliz na finalização, é certo. Mas no momento que ele chegou ao Porto, a ideia que fiquei dele (erradamente?), é de que era uma prima-dona. Esquecendo o golo falhado de baliza aberta, o que vi no sabado, foi um jogador lutador do 1º ao último minuto, com muita qualidade no controlo da bola, e mais importante, teve a atitude e empenho contra uma equipa de 2ª divisão, que teria porventura com um Barcelona. Um jogador que estou certo poder ser uma mais valia.
Cumprimentos,
Hugo