19 fevereiro, 2016

PODIA SER PIOR.

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BORUSSIA DORTMUND-FC PORTO, 2-0

Liga Europa, 16 avos de final, 1ª mão
qui, 18 Fevereiro 2016 • 18:00
Estádio: Westfalenstadion, Dortmund, Alemanha
Assistência: -


Árbitro: Luca Banti (Itália)
Assistentes: Lorenzo Manganelli e Alessandro Giallatini; Marco Guida e Andrea Gervasoni
4.º Árbitro: Andrea Padovan

BORUSSIA DORTMUND: Bürki, Piszczek, Papastathopoulos, Hummels (c), Schmelzer, Weigl, Nuri Sahin, Kagawa, Mikhitaryan, Reus, Aubameyang.
Suplentes: Bonmann, Subotic, Leitner (58' Nuri Sahin), Adrián Ramos, Pulisic (87' Reus), Ginter (87' Kagawa), Durm.
Treinador: Thomas Tuchel.

FC PORTO: Casillas, Varela, Martins Indi, Layún, José Ángel, Rúben Neves, Sérgio Oliveira, Herrera (c), Marega, Brahimi, Aboubakar.
Suplentes: Helton, Evandro, (76' Sérgio Oliveira), Corona, André André (59' Brahimi), Suk, (88' Aboubakar), Francisco Ramos, Verdasca.
Treinador: José Peseiro.

Ao intervalo: 1-0.
Marcadores: Piszczek (6'), Reus (71').
Disciplina: cartão amarelo a Varela (58'), José Ángel (62'), Evandro (78'), Suk (90').

O FC Porto estreou-se na presente época na Liga Europa e está de malas aviadas para sair tão depressa como entrou. Depois de uma vitória saborosa no Estádio da Luz, o FC Porto não foi capaz de dar sequência aos bons resultados na Alemanha.

E não se poderia esperar muito no jogo desta noite. Se atendermos ao poderio do adversário, ao momento de forma da equipa portista e, principalmente, à ausência de jogadores nucleares, o FC Porto pouco mais poderia fazer do que o que fez. Mas, sim, poderia fazer um pouco mais.

Quem treina é o treinador, quem decide é o treinador, quem sabe é o treinador, quem conhece os jogadores é o treinador mas normalmente quando se altera e quando se adaptam jogadores a posições em que não têm rotinas, o resultado não pode ser satisfatório. A história diz-nos isto mas há sempre tendência para repetir as mesmas coisas.

E perante o que se viu esta noite, o FC Porto pode sentir-se algo feliz por não reviver nova goleada na Alemanha. Iker Casillas e algum desacerto na hora da finalização impediram que o resultado se tornasse mais volumoso.

No ataque o FC Porto foi confrangedor. Nunca conseguiu sair para o ataque e a única oportunidade de golo neste jogo aconteceu já perto do final do jogo através de uma jogada de Evandro e remate de Suk contra um defesa contrário a salvar o que teria sido o tento de honra portista.

Isto foi o que eu vi. E é isto que escrevo e vou escrever. Não vou escrever o que uma cambada de lambe-botas queria que eu escrevesse. Aliás, nunca gostei de lambe-botas. Por isso, dispenso bitaites desses tagarelas.

Passando ao jogo, vi um FC Porto com remendos, o FC Porto possível mas não com as melhores opções para os diferentes lugares. O destino estava traçado e confirmou-se o receio. Ao FC Porto resta sair da prova com dignidade mas não deixando desde já de apontar todas as suas baterias para os jogos com o Moreirense e com o Belenenses.

O B. Dortmund entrou no jogo com muita intensidade e isso ficou à vista logo após o pontapé de saída. E não tardou a concretizar em golos o seu poderio. O golo surgiu aos 6 minutos na sequência de um pontapé de canto e a estratégia de Peseiro caiu por terra.

O FC Porto não conseguiu reagir, limitou-se a tapar os caminhos para a sua baliza e a jogar com linhas recuadas. Neste aspecto, Peseiro pareceu-me acertado porque o Dortmund explora muito bem as costas das equipas adversárias mas com esta estratégia o treinador portista perdeu os últimos 30 metros. Ou melhor, não conseguiu chegar à área como se pretendia. A sua equipa revelou-se muito curta.

Apesar disso, Varela fechou bem a ala direita mas nada mais do que isso e Marega foi obrigado a recuar muito o que lhe tirou capacidade ofensiva. Layún não comprometeu a central mas o FC Porto sentiu a falta da sua capacidade atacante e, consequentemente, das suas assistências. No meio-campo Sérgio Oliveira formou duplo pivôt com Rúben Neves (claramente irreconhecível), Herrera tentou pressionar o portador de bola mas revelou-se insuficiente. No ataque Brahimi e Aboubakar andaram completamente perdidos, tendo o argelino jogado para se promover ao invés de trabalhar para a equipa.

Após o 1-0, o FC Porto não conseguia soltar-se da teia bem montada pelos germânicos mas à medida que o tempo foi passando, o FC Porto conseguiu equilibrar-se defensivamente e o Dortmund recuou e desacelerou. No entanto, os germânicos sentiam-se confortavelmente em campo.

Sérgio Oliveira conseguiu o único remate da primeira parte com uma bola que saiu à figura do guarda-redes contrário. Muito pouco para uma equipa que tem aspirações a passar a eliminatória. Chega a ser confrangedor ver o FC Porto mas a culpa não é de Peseiro. Joga com as armas que tem mesmo que eu não concorde com as opções tomadas para este jogo. A culpa é de quem preparou mal a época e de quem tomou certas decisões que fizeram com que a equipa ficasse desequilibrada e sem soluções.

Na 2ª parte mais do mesmo. FC Porto de linhas recuadas, muito curto ofensivamente e a jogar na defesa do 1-0. O Dortmund, sem forçar e sem praticar o jogo vertiginoso, ia aproveitando os espaços que os azuis e brancos concediam. E sempre que chegavam à baliza de Casillas, o perigo era constante.

Pois aos 71minutos, numa das muitas bolas perdidas pelo FC Porto no seu meio-campo, a bola circulou livremente e com velocidade na área portista e Reus aumentou para 2-0. O golo quase que “matou” a eliminatória.

Até aqui, o FC Porto poderia ter sofrido um ou dois golos e já depois do segundo golo, Casillas safou o FC Porto de uma goleada à Munique. Peseiro ainda colocou Evandro e Suk e estes dois elementos, em poucos minutos, produziram muito mais do que Sérgio Oliveira e Aboubakar o jogo todo. Já antes Brahimi tinha sido substituído por A. André que não trouxe nada de novo.

Nos instantes finais, Suk teve uma oportunidade única de relançar a eliminatória mas Burki impediu o golo de honra portista. A equipa portista regressa a Portugal para encarar mais uma jornada da Liga NOS já este Domingo com o Moreirense. Palavra de ordem é vencer. Sem desculpas.

Quanto à Liga Europa, o FC Porto tem uma missão extremamente difícil e complicada e eu acrescento, quase impossível de ultrapassar. Para além de ter de recuperar de uma desvantagem de dois golos, ao FC Porto depara-se um cenário histórico: nunca ter conseguido recuperar de uma desvantagem de dois golos nas competições europeias.

Esteve para acontecer na longínqua época de 85-86 quando o FC Porto defrontou o Barcelona na extinta Taça dos Campeões Europeus. Na 1ª mão, os Dragões perderam em Barcelona por 0-2 e na 2ª mão nas Antas, os azuis e brancos anularam a desvantagem mas os catalães reduziram logo a seguir, de nada valendo o 3º golo portista perto do fim, pois como se sabe os golos marcados fora de casa valem por dois no desempate de uma eliminatória.

Há muitos que acreditam e eu também tenho a minha crença mas não deixo que o meu lado emocional me tolde o raciocínio, nem deixo que essa minha crença me converta ao ridículo de não querer ver a realidade tal como ela se apresenta. Nem vamos comparar a famosa equipa dessa época 85-86, que viria a ser campeã europeia um ano depois e tinha estado dois anos antes noutra final europeia, com esta manta de retalhos que temos presentemente.

Tudo é possível mas ou somos realistas ou então mais vale estar calado sob pena de sermos ridículos. Não devemos apoiar e estar presentes? Claro que devemos. Mas com os pés bem assentes.

Se o FC Porto tivesse tido apenas uma noite má mas revelando ser uma equipa segura, consistente, regular e forte, haveria motivos mais que suficientes para poder acreditar numa reviravolta, mesmo contra todas as estatísticas e evidências históricas. Mas não é o caso.

Estou perfeitamente à vontade para o dizer pois apesar de, repito, ter aquela esperança sempre, não vou seguir a carneirada e soltar palermices. No entanto, estarei presente no Dragão na próxima 5ª feira para ver o clube do meu coração.



DECLARAÇÕES

José Peseiro: “Não estamos mortos”

José Peseiro não sabe “quais são as probabilidades” de o FC Porto avançar para a os oitavos de final da Liga Europa, após a derrota desta quinta-feira no terreno do Borussia Dortmund, por 2-0, mas garante que a equipa se vai “agarrar a elas”. “Ainda temos possibilidades, não estamos mortos. Sei que é muito difícil passar esta eliminatória, mas vamos estar na quinta-feira com o apoio dos nossos adeptos, contra uma equipa muito forte, para lutar para passar à próxima eliminatória”, afirmou o treinador, na entrevista rápida após o encontro.

O técnico começou por “agradecer a presença dos adeptos” na Alemanha, com “muito sacrifício”, e mostrou-se “satisfeito” com a forma como os Dragões trabalharam, face aos condicionalismos e aos castigos que os limitaram, especialmente a nível defensivo. “Foi um jogo difícil, frente a uma equipa muito poderosa, e com os condicionalismos de termos jogadores com posições alteradas, que não jogavam na posição há muito tempo ou nunca tinham jogado. Defensivamente fizemos um trabalho magnífico e os jogadores responderam de forma inequívoca”, explicou.

Frisando que não gosta de “individualizar”, Peseiro referiu o esforço de Martins Indi – que sentiu “dor” mas cumpriu os 90 minutos, não se sabendo ainda qual a sua condição clínica –, Varela, adaptado a lateral direito, e Layún, que alinhou como defesa central. “O Miguel tinha feito essa posição duas ou três vezes, o Varela nunca a tinha feito, mas prepararam-se mentalmente para isso e dentro do treino, para dar uma resposta cabal, com a ajuda de todos os outros jogadores. Foi preciso a defesa ser mais sólida, coesa e junta a defender, porque a equipa adversária era muito forte em ataque posicional”, detalhou.

O treinador reconheceu que, em termos ofensivos, faltou “mais atrevimento e afirmação” e “mais qualidade para ter a bola”. Foi por isso mesmo que André André entrou em campo aos 59 minutos: “Havia um momento para ter mais bola e jogo em posse e entendi que seria na parte final. Resultou em parte, mas sofremos o segundo golo”. Já na sala de imprensa, deu os “parabéns” aos alemães, que foram mais fortes, mas reforçou a mensagem de esperança. “Queremos daqui a uma semana mostrar que ainda estamos vivos, sabendo das dificuldades, mas com a solidez de hoje na defesa e a capacidade que vamos ter na frente”, disse.



ARBITRAGEM



RESUMO DO JOGO

7 comentários:

  1. Triste.
    Difícil, mas não impossível.
    Vou comprar o bilhete para o 2° jogo e apoiar a equipa.

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  2. Em relação ao que temia, o resultado foi até bastante aceitável.

    Por muito difícil que seja (e vai ser), pelo menos ainda estamos vivos na disputa da eliminatória.

    Do 11 de ontem, só critico Sérgio Oliveira. Evandro tem mais qualidade e clarividência do que o português para essa posição. Marega penso que foi boa opção, pois apesar de inferior a Corona, foi muito mais disponível para tarefas defensivas, em relação ao que costuma ser o Mexicano.

    Do resto, há que perguntar àqueles senhores da Torre das Antas se ficaram contentes com a manta de retalhos que apresentamos ontem.

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  3. Temos que ser realista. Este ano nem temos equipa nem plantel para ganhar qualquer competição europeia . Por isso até fico confirmado no desfecho do jogo da segunda mão . E até atrevo a me dizer se passamos a eliminatória , não teremos chances nenhumas de ganhar o campeonato. Por isso até é bom de ser afastados se queremos ainda ter uma hipótese de conseguir o objectivo principal da época. E penso que peseiro pensou nisso na composição da equipa ...

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  4. Com esta equipa já muito fizemos nós ao não sermos goleados.Peseiro tem feito um ótimo trabalho.A culpa é toda da Sad que fez um trabalho péssimo e que por isso devia ser responsabilizada pelos danos causados ao clube.Se quando são campeões recebem prémio (que rica forma de ser portista)também agora deviam ser responsabilizados e pagarem do bolso os prejuízos pelo não cumprimento de objetivos.Mas como isso não sucede é para o lado para onde dormem melhor.

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  5. De acordo com tudo incluindo isto em que me revejo particularmente:
    "Não vou escrever o que uma cambada de lambe-botas queria que eu escrevesse. Aliás, nunca gostei de lambe-botas. Por isso, dispenso bitaites desses tagarelas."
    Boa, Pedro. Abraço.

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  6. Viva,

    Não me lembro de ver o Porto jogar para não perder por muitos. E, isto, em mais de cinquenta anos com ou sem palpitações cardi'acas.
    O Dortmund que ganhou 2-0 ao Porto, jogando a passo de caracol, perdeu 5-1 nesta época contra o Bayern de Munique, sendo o resultado definitivo alcançado aos 60 munutos de jogo.
    Que FC Porto se pretende para um futuro pro'ximo?
    Um FC Porto meramente rectangular e/ou regional, esquecendo-se a memo'ria?

    E Viva o Porto!

    Nuno Porto Maravilha

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