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Mal aterrou no Dragão, José Peseiro referiu que o percurso teria de ser construído “step by step”, numa clara mostra de realismo perante uma realidade que era tudo menos pacífica.
Sem grande margem de manobra, a visão do nosso treinador estava (e está) perfeitamente alinhada com a realidade. Tendo caído para o 3º lugar, cada jogo do campeonato transformou-se numa final e qualquer deslize assemelha-se neste momento à morte do artista. No ainda breve percurso de poucas semanas Peseiro já teve o campeonato perdido após a derrota com o Arouca, recuperando espectacularmente o fôlego uns dias depois com uma vitória num dos terrenos mais complicados da Liga. Apesar desta nova vida, conquistada no limite, ninguém acredita que se o FC Porto voltar a escorregar antes dos rivais possa voltar à luta com expectativas de atingir o titulo.
Estamos assim numa luta de sobrevivência, na sequência de uma temporada que desde a recepção ao Dinamo de Kiev se transformou numa montanha russa de emoções e peripécias que todos nós dispensávamos.
Após a chegada do novo técnico, que serviu sobretudo para tentar pacificar o ambiente, conseguimos alguns resultados importantes e que se desejam que possam ser a base para uma boa recta final. Após um inicio auspicioso, onde quase garantimos a presença na final da Taça de Portugal e atingimos uma vitória há muito adiada em Lisboa (Estoril), seguiu-se um balde de água gelada com a derrota inesperada contra o Arouca (& friends, porque as verdades são para se dizer) e a sensação de que a pintura estaria definitivamente borrada. As noticias da morte definitiva eram no entanto prematuras e a resposta acabou por surgir com assertividade e de forma algo surpreendente: nova vitória em Lisboa, no terreno do rival mais apetecível e outra vez de virada.
Depois dessa noite, com um gosto especial de um FC Porto à imagem do seu legado das últimas décadas, seguiu-se um desafio de extrema dificuldade. Dortmund seria sempre difícil até para um FC Porto vintage, mas com todas as condicionantes actuais somadas a baixas por castigos e lesões parecia que teríamos pela frente 90 minutos demasiado longos… O resultado final não é animador ou capaz de nos deixar satisfeitos, no entanto a gestão de danos seguida por Peseiro mantém-nos não só ainda na luta pela eliminatória como com o ânimo intacto, não se desbaratando num mísero jogo o efeito da partida da Luz.
Do jogo de quinta-feira, já devidamente escalpelizado, destaco algo que me deixou satisfeito. Alguns dos grandes treinadores do FC Porto como Artur Jorge ou o Mestre Pedroto foram capazes de montar equipas que jogavam um futebol ofensivo e atractivo, mas também souberam identificar os momentos onde a ambição de entrar de igual para igual teria de ser refreada sob pena de passarmos um mau bocado com adversários com argumentos muito fortes. Peseiro, catalogado como ofensivo, dogmático e até algo lírico depois das passagens por Sporting e Braga, foi capaz de meter os princípios na gaveta, percebendo o óbvio: em circunstâncias normais o Dortmund actual é mais forte do que nós, nas condições de quinta mais ainda. Daí que perceba as suas intenções e elogie a forma descomplexada como escolheu a estratégia, pensando sobretudo no futuro próximo da equipa. Mesmo retraída, defensiva e incapaz de provocar medo aos alemães, a equipa do FC Porto pareceu ter a lição bem estudada para nunca perder o norte, resistiu a entrar em colapso e não caiu nos erros que outros Portos mais “artilhados” cometeram em Munique, Londres ou Manchester, onde mais do que defensivos cheiraram a medo por todos os poros e acabaram trucidados. Ser defensivo e cauteloso não significa não ter coragem ou personalidade, sendo que este FC Porto foi capaz de se aguentar e assim ganhar mais uns dias de calma.
E agora venha a próxima final. Vindos de 2 jogos de grande desgaste, pede-se à equipa que não cometa os mesmos erros do jogo com o Arouca e que tente resolver o mais rápido possível o desafio para depois sim se concentrar no jogo contra o Dortmund. Um jogo e uma eliminatória que serão evidentemente difíceis de ganhar mas onde se pede coragem e ambição, agora que jogamos em casa e com um elenco mais completo. Aqui não vivemos de banha da cobra, não fazemos de conta que desvalorizamos a Europa, sabemos que é nesses palcos que nascem as lendas e que foi aí que se forjou a história ímpar do FC Porto.
A continuação desta história chamada 2015/16 está ai e já amanhã temos o “step” seguinte. Que seja possível continuar a lutar pelos nossos objectivos semana a semana, de preferência com ambições intactas até Maio. Será pedir de mais?
Sem grande margem de manobra, a visão do nosso treinador estava (e está) perfeitamente alinhada com a realidade. Tendo caído para o 3º lugar, cada jogo do campeonato transformou-se numa final e qualquer deslize assemelha-se neste momento à morte do artista. No ainda breve percurso de poucas semanas Peseiro já teve o campeonato perdido após a derrota com o Arouca, recuperando espectacularmente o fôlego uns dias depois com uma vitória num dos terrenos mais complicados da Liga. Apesar desta nova vida, conquistada no limite, ninguém acredita que se o FC Porto voltar a escorregar antes dos rivais possa voltar à luta com expectativas de atingir o titulo.
Estamos assim numa luta de sobrevivência, na sequência de uma temporada que desde a recepção ao Dinamo de Kiev se transformou numa montanha russa de emoções e peripécias que todos nós dispensávamos.
Após a chegada do novo técnico, que serviu sobretudo para tentar pacificar o ambiente, conseguimos alguns resultados importantes e que se desejam que possam ser a base para uma boa recta final. Após um inicio auspicioso, onde quase garantimos a presença na final da Taça de Portugal e atingimos uma vitória há muito adiada em Lisboa (Estoril), seguiu-se um balde de água gelada com a derrota inesperada contra o Arouca (& friends, porque as verdades são para se dizer) e a sensação de que a pintura estaria definitivamente borrada. As noticias da morte definitiva eram no entanto prematuras e a resposta acabou por surgir com assertividade e de forma algo surpreendente: nova vitória em Lisboa, no terreno do rival mais apetecível e outra vez de virada.
Depois dessa noite, com um gosto especial de um FC Porto à imagem do seu legado das últimas décadas, seguiu-se um desafio de extrema dificuldade. Dortmund seria sempre difícil até para um FC Porto vintage, mas com todas as condicionantes actuais somadas a baixas por castigos e lesões parecia que teríamos pela frente 90 minutos demasiado longos… O resultado final não é animador ou capaz de nos deixar satisfeitos, no entanto a gestão de danos seguida por Peseiro mantém-nos não só ainda na luta pela eliminatória como com o ânimo intacto, não se desbaratando num mísero jogo o efeito da partida da Luz.
Do jogo de quinta-feira, já devidamente escalpelizado, destaco algo que me deixou satisfeito. Alguns dos grandes treinadores do FC Porto como Artur Jorge ou o Mestre Pedroto foram capazes de montar equipas que jogavam um futebol ofensivo e atractivo, mas também souberam identificar os momentos onde a ambição de entrar de igual para igual teria de ser refreada sob pena de passarmos um mau bocado com adversários com argumentos muito fortes. Peseiro, catalogado como ofensivo, dogmático e até algo lírico depois das passagens por Sporting e Braga, foi capaz de meter os princípios na gaveta, percebendo o óbvio: em circunstâncias normais o Dortmund actual é mais forte do que nós, nas condições de quinta mais ainda. Daí que perceba as suas intenções e elogie a forma descomplexada como escolheu a estratégia, pensando sobretudo no futuro próximo da equipa. Mesmo retraída, defensiva e incapaz de provocar medo aos alemães, a equipa do FC Porto pareceu ter a lição bem estudada para nunca perder o norte, resistiu a entrar em colapso e não caiu nos erros que outros Portos mais “artilhados” cometeram em Munique, Londres ou Manchester, onde mais do que defensivos cheiraram a medo por todos os poros e acabaram trucidados. Ser defensivo e cauteloso não significa não ter coragem ou personalidade, sendo que este FC Porto foi capaz de se aguentar e assim ganhar mais uns dias de calma.
E agora venha a próxima final. Vindos de 2 jogos de grande desgaste, pede-se à equipa que não cometa os mesmos erros do jogo com o Arouca e que tente resolver o mais rápido possível o desafio para depois sim se concentrar no jogo contra o Dortmund. Um jogo e uma eliminatória que serão evidentemente difíceis de ganhar mas onde se pede coragem e ambição, agora que jogamos em casa e com um elenco mais completo. Aqui não vivemos de banha da cobra, não fazemos de conta que desvalorizamos a Europa, sabemos que é nesses palcos que nascem as lendas e que foi aí que se forjou a história ímpar do FC Porto.
A continuação desta história chamada 2015/16 está ai e já amanhã temos o “step” seguinte. Que seja possível continuar a lutar pelos nossos objectivos semana a semana, de preferência com ambições intactas até Maio. Será pedir de mais?
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