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1 - Dos Teimosos
O teimoso, aqui, é claramente Paulo Fonseca.
Uma explicação prévia:
O ano passado não segui com particular atenção a carreira de Paulo Fonseca. Era público e notório que o Paços de Ferreira estava a fazer (e fez) um excepcional campeonato, mas nunca me dei ao trabalho de ouvir uma entrevista de Paulo Fonseca ou uma conferência de impresa ou, sequer, de ver um jogo dos canarinhos (à excepção dos encontros contra o FCP).
A única aproximação a Paulo Fonseca deu-se já no final da época através do Report TV, da Sport TV, dedicado a Josué. Recomendo vivamente esse episódio para se perceber quem é Josué, o que quer ser e o que pode dar.
Voltemos a Paulo Fonseca. No dito programa, foi dado largo enfoque à recuperação de Josué - não estritamente física, nem apenas mental, antes aquela "recuperação para o futebol". O crédito foi todo atribuido a Paulo Fonseca (jogador incluindo), que terá vislumbrado talento onde outros reconheciam apenas rebeldia, que terá encontrado fórmulas motivacionais adequadas onde outros tentavam apenas o chamado "ir mais cedo para o balneário".
Fiquei, apenas aí, com muito boa impressão de Paulo Fonseca - terceiro lugar e capacidades de liderança e de motivação de jogadores.
Fiquei, por conseguinte, agradado com a sua contratação.
Não foram, no entanto, essas características que Paulo Fonseca veio a demonstrar no FCP (sem prejuízo de ainda o poder vir a fazer e de eu desejar que tal aconteça e muito rapidamente!).
Em primeiro lugar, os casos (in)disciplinares sucedem-se: Iturbe, Fucile, Defour, Jackson, Quintero e etc.. Não lhe assistirá toda a responsabilidade, é um facto. Mas os níveis motivacionais e a concentração e foco no clube passam, parece-me, em primeira linha, pelo treinador.
Em segundo lugar, Paulo Fonseca insistiu, até à exaustão, em duas ou três ideias em que parece assentar o estilo enquanto treinador: (i) Lucho colado a Jackson e de costas para a baliza; (ii) dois trincos a jogar em paralelo; (iii) um discurso completamente desasjustado face à realidade.
Essas ideias, por muito boas (ou más) que se possam revelar na teoria, encontraram uma barreira natural: não funcionam. Ponto. Não dá. Não sei se é pelas caracterísitcas de Fernando, se pela ausência de características de Defour, se pela muita idade de Lucho, se pela pouca idade de Josué. Não interessa: não funciona.
E Paulo Fonseca foi insistindo e só mudou quando foi obrigado (cfr. lesão de Lucho e posterior saída para o Catar (ainda por explicar...)).
Paulo Fonseca revelou-se teimoso e normalmente a teimosia paga-se caro.
2 - Da Sorte
A sorte, diz-se, protege os audazes.
Paulo Fonseca não é audaz. Parece, por vezes, inconsequente e, mesmo, populista (no sentido de querer agradar às massas). Em jogos em que se nota que é urgente refrescar o ataque, o argelino Ghilas entra aos 86 minutos. Quando o FCP precisa de ganhar, mas em que o jogo parece estar mais ou menos controlado, retira Maicon e fica a jogar só com três defesas. Parece audaz no papel. A mim cheira-me mais a desespero.
Paulo Fonseca é teimoso. Não sei se por defeito, se por necessidade de afirmação. Talvez seja mais correcto dizer "Paulo Fonseca está teimoso". Mas a verdade é que a sorte tem estado do seu lado.
FCP - SCBraga: aquela aura no estádio de "perdes, sais". Tarja nas bancadas ("O emblema que carregam no peito é maior que o nome que trazem na camisola"). Primeira parte miserável. Lucho tem de sair e entra Carlos Eduardo, jogador que andou perdido em combate na equipa B. Entra, joga, faz jogar e o FCP ganha. A partir daí arranca duas ou três exibições prometedoras. Paulo Fonseca respira e vive mais uma semana.
FCP - Marítimo: FCP perde na Madeira, com futebol miserável, e SLB e SCP empatam. Paulo Fonseca respira e vive mais uma semana.
FCP - Estoril: novamente aquela aura no estádio de "perdes, sais". Tarja nas bancadas ("Será que estamos a ser Porto?"). Primeira parte miserável. Ghilas entra aos 83m (?!) e marca aos 87m. Mais sorte do que juízo. Paulo Fonseca festeja o segundo golo como nunca o vimos festejar, respira e... vive mais uma semana.
3 - Conclusão
Nada dura para sempre.
Das duas uma: ou a sorte abandona os teimosos, ou os teimosos viram audazes. Não me parece que a coisa se aguente assim por muito mais tempo.
RAM perguntava-me: "Fonseca a dar a volta? Ou sol de pouca dura?". Eu respondo: não me parece ser de esperar muito sol neste Fevereiro...
Oxalá Paulo Fonseca nos prove o contrário.
O teimoso, aqui, é claramente Paulo Fonseca.
Uma explicação prévia:
O ano passado não segui com particular atenção a carreira de Paulo Fonseca. Era público e notório que o Paços de Ferreira estava a fazer (e fez) um excepcional campeonato, mas nunca me dei ao trabalho de ouvir uma entrevista de Paulo Fonseca ou uma conferência de impresa ou, sequer, de ver um jogo dos canarinhos (à excepção dos encontros contra o FCP).
A única aproximação a Paulo Fonseca deu-se já no final da época através do Report TV, da Sport TV, dedicado a Josué. Recomendo vivamente esse episódio para se perceber quem é Josué, o que quer ser e o que pode dar.
Voltemos a Paulo Fonseca. No dito programa, foi dado largo enfoque à recuperação de Josué - não estritamente física, nem apenas mental, antes aquela "recuperação para o futebol". O crédito foi todo atribuido a Paulo Fonseca (jogador incluindo), que terá vislumbrado talento onde outros reconheciam apenas rebeldia, que terá encontrado fórmulas motivacionais adequadas onde outros tentavam apenas o chamado "ir mais cedo para o balneário".
Fiquei, apenas aí, com muito boa impressão de Paulo Fonseca - terceiro lugar e capacidades de liderança e de motivação de jogadores.
Fiquei, por conseguinte, agradado com a sua contratação.
Não foram, no entanto, essas características que Paulo Fonseca veio a demonstrar no FCP (sem prejuízo de ainda o poder vir a fazer e de eu desejar que tal aconteça e muito rapidamente!).
Em primeiro lugar, os casos (in)disciplinares sucedem-se: Iturbe, Fucile, Defour, Jackson, Quintero e etc.. Não lhe assistirá toda a responsabilidade, é um facto. Mas os níveis motivacionais e a concentração e foco no clube passam, parece-me, em primeira linha, pelo treinador.
Em segundo lugar, Paulo Fonseca insistiu, até à exaustão, em duas ou três ideias em que parece assentar o estilo enquanto treinador: (i) Lucho colado a Jackson e de costas para a baliza; (ii) dois trincos a jogar em paralelo; (iii) um discurso completamente desasjustado face à realidade.
Essas ideias, por muito boas (ou más) que se possam revelar na teoria, encontraram uma barreira natural: não funcionam. Ponto. Não dá. Não sei se é pelas caracterísitcas de Fernando, se pela ausência de características de Defour, se pela muita idade de Lucho, se pela pouca idade de Josué. Não interessa: não funciona.
E Paulo Fonseca foi insistindo e só mudou quando foi obrigado (cfr. lesão de Lucho e posterior saída para o Catar (ainda por explicar...)).
Paulo Fonseca revelou-se teimoso e normalmente a teimosia paga-se caro.
2 - Da Sorte
A sorte, diz-se, protege os audazes.
Paulo Fonseca não é audaz. Parece, por vezes, inconsequente e, mesmo, populista (no sentido de querer agradar às massas). Em jogos em que se nota que é urgente refrescar o ataque, o argelino Ghilas entra aos 86 minutos. Quando o FCP precisa de ganhar, mas em que o jogo parece estar mais ou menos controlado, retira Maicon e fica a jogar só com três defesas. Parece audaz no papel. A mim cheira-me mais a desespero.
Paulo Fonseca é teimoso. Não sei se por defeito, se por necessidade de afirmação. Talvez seja mais correcto dizer "Paulo Fonseca está teimoso". Mas a verdade é que a sorte tem estado do seu lado.
FCP - SCBraga: aquela aura no estádio de "perdes, sais". Tarja nas bancadas ("O emblema que carregam no peito é maior que o nome que trazem na camisola"). Primeira parte miserável. Lucho tem de sair e entra Carlos Eduardo, jogador que andou perdido em combate na equipa B. Entra, joga, faz jogar e o FCP ganha. A partir daí arranca duas ou três exibições prometedoras. Paulo Fonseca respira e vive mais uma semana.
FCP - Marítimo: FCP perde na Madeira, com futebol miserável, e SLB e SCP empatam. Paulo Fonseca respira e vive mais uma semana.
FCP - Estoril: novamente aquela aura no estádio de "perdes, sais". Tarja nas bancadas ("Será que estamos a ser Porto?"). Primeira parte miserável. Ghilas entra aos 83m (?!) e marca aos 87m. Mais sorte do que juízo. Paulo Fonseca festeja o segundo golo como nunca o vimos festejar, respira e... vive mais uma semana.
3 - Conclusão
Nada dura para sempre.
Das duas uma: ou a sorte abandona os teimosos, ou os teimosos viram audazes. Não me parece que a coisa se aguente assim por muito mais tempo.
RAM perguntava-me: "Fonseca a dar a volta? Ou sol de pouca dura?". Eu respondo: não me parece ser de esperar muito sol neste Fevereiro...
Oxalá Paulo Fonseca nos prove o contrário.
Excelente análise,revejo me na integra nessa análise, e não serei certamente o unico...bem pelo contrario!!
ResponderEliminarPerfeita e muito realista!!
Eduardo
Rio Tinto
PC no telejornal das 20h no Porto canal ?
ResponderEliminarPouco sol, muita chuva, teimosia intacta e sorte em andamento.
ResponderEliminarE assim se vai em 2º colocando pressão no derby da segunda circular.. (caso a martifer autorize lol).