16 janeiro, 2013

Aquele dia do Ano

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/

Ando o ano todo atrás do FC Porto, vibro em muitos estádios por esta Europa fora com o meu FC Porto, deliro com as nossas conquistas, defendo o nosso clube com unhas e dentes, defendo aqueles que me são próximos com a minha vida se for preciso, mas há um dia por ano que fico fora de mim, tudo me sobe à cabeça, o sangue ferve com facilidade, não consigo comer direito nas vésperas do grande dia, a comida não passa, fico nervoso, cometo pequenas loucuras, daqueles dias que mesmo que ninguém vá comigo, até de carro sozinho vou e tenho de lá estar. Domingo passado, foi um destes dias...

O dia em que o FC Porto vai àquele aido nojento jogar com o clube que mais odeio neste mundo, o dia em que a incerteza no resultado é grande!

O meu ódio àqueles cabrões é tanto que só o saber que eles não gostam da minha presença, é quando me dá mais vontade de estar ali a gritar, por tudo o que já passei ali com aqueles camelos, com tudo o que já engoli em seco de autênticos roubos de igreja, que no dia seguinte esfumaram-se nas inúmeras tentativas de colocar os carneiros de serviço a “FAZER OPINIÃO”.

Outros personagens que não conseguem esconder o ódio que têm ao azul e branco; falo daquela malta que ao que parece, gosta de estar a levar com pedras durante uma hora, mas quando se trata de adeptos de futebol, e à mínima palavra, sai bastonada. Ainda no Domingo, tive um breve diálogo com um desses, deu para ver que, coitado, o cromossoma 21 sofreu alterações... não dão para mais!

Não podia deixar de fora aquelas intermináveis revistas à entrada para bancada; tira boné, levanta a camisola, vê o cinto, não leva isqueiro... e uma demora propositada que apenas ajuda a exaltar os ânimos à medida que a hora do jogo se aproxima.

O galinheiro onde somos colocados, só vem ajudar ao apoio, porque fica tudo junto e canta tudo ao mesmo tempo, mas claro, não podia deixar de levar com os cromos da prossegur a dizer que não se pode pôr as mãos no barão metálico, não pode ter o pé na linha amarela, não se pode estar no degrau 2 e até houve um cromo que passou uns bons 10 minutos de jogo a tapar-me a vista para a baliza onde os camelos atacavam.

Mas logo esqueço todas estas dificuldades e foco-me em apoiar o nosso clube, ajudar a carregar a equipa até aos 3 pontos.

O que vi, foi um grande FC Porto, muita maturidade, com identidade muito própria, a dar chocolate ao adversário com toques de bola do outro mundo, e fazer um jogo de posse, em plena casa dos carneiros.

Um jogo que João Ferreira tentou sempre equilibrar, valeu tudo de um dos lados, não preciso falar em foras de jogo, apenas pergunto como é possível o lateral direito dos carneiros ter liberdade para bater em tudo o que mexe?

Há uma coisa que são faltas, outra, são as faltas para cartão. Infelizmente, o lateral direito dos camelos não só acabou o jogo com um só amarelo numa jogada que dava vermelho directo, como andou o jogo todo a distribuir lenha à vontade, sem que se quer fosse avisado.

Mas com isto posso eu muito bem. O que não aceito, é que a caminho de casa, no dia seguinte (não, não me estou a referir ao programa pornográfico), haja um controlo total e totalmente manipulador da opinião das pessoas. De repente, já tudo é possível, já não há problema nenhum com as arbitragens, foi um excelente jogo onde tudo correu bem e não há nada apontar.

Até se chega ao ponto de ir buscar erros cometidos lá fora para justificar que não há problema, sob o lema "se lá fora no jogo do city não se marcou, é porque está bem".

O que eu vi, foi muito simples.Mal acabou o jogo, a vermelhada nas bancadas a sair depressinha e com a sensação de quem não lhes cabia um feijão no cu, e que aquele resultado tinha sido a melhor coisa que lhes aconteceu nos últimos tempos, que já não era preciso ir para a secretaria pedir repetições dos jogos como fizeram no volley.

A juntar a esta odisseia, lá fomos impedidos de entrar em todas as estações de serviço, nem para ir à casa de banho ou até mesmo para atestar o depósito. Como já tinha dito, estes agentes da autoridade vivem noutro planeta. Nunca fiz mal a ninguém, não tenho histórico criminal de roubos, pago os meus impostos e pago bem; acho que o mínimo que mereço, é poder pelo menos usar a casa de banho e esticar um bocado as pernas... Mas o país não é de todos, é só de alguns, por isso é que se ouve muitas vezes "se é em adeptos da bola, é bem feito, vândalos, animais”. Por isso, da próxima vez que alguém vier gritar que a polícia bateu em manifestantes... nhé nhé nhé blá blá blá, leva logo com o “midle finger”, porque para hipocrisias, eu não dou troco!

Acima de tudo, valeu a pena, vale sempre a pena. Pelo FC Porto, tudo e contra todos, se assim for necessário. Por isso, aqui fica um cheirinho da festa lá em baixo, sempre com o pensamento já na próxima jornada.


Meus amigos, um abraço Tripeiro e muito... muito Portista.

3 comentários:

  1. Sabendo de antemão que vou ser politicamente incorrecto, porque vou dizer algumas verdades que doem, não posso calar o que penso, na sequência deste texto, aliás muito bem escrito pelo Antas.

    Não sou adepto de ir a todo o lado com o FCP, mas já o fui quando era mais novo de tal modo que no dia 7/11/79 assisti ao Real Madrid-Porto em Madrid depois de um dos meus filhos ter nascido na véspera....
    Portanto também já tive a minha dose de paixão inconsciente... :)

    No entanto, actualmente ainda vou aqui ou acolá para apoiar o clube da minha paixão, principalmente fora do país porque aqui, o que se passa nas deslocações é demais para a minha inteligência e capacidade de aceitação!

    - Sem escamotear os excessos cometidos por alguns vândalos integrantes das claques que, quer queiramos quer não, deveriam ser banidos do seu seio para o ar se tornar mais respirável!
    - Embora compreenda que os desmandos feitos por essa meia duzia de vândalos - fácilmente identificáveis e expurgáveis do seio da claque (caso houvesse vontade!) - originam o efeito de acção/reacção por parte dos outros!
    - Não esquecendo também que o historial destas deslocações ao galinheiro não é própriamente agradável.

    NÃO ACEITO

    Não aceito que só porque se está num autocarro com adeptos do FCP se seja tratado de modo vil e asqueroso pelas forças de segurança que, com esse tratamento, pretendem esconder a sua incapacidade para lidar com a situação. Não tem outra definição! INCOMPETÊNCIA e mais nada!

    Já passei por uma situação análoga a esta do Antas, que acho digna de terceiro mundo profundo, onde toda a estupidez dos responsáveis da segurança deste país - talvez por esse sector ser dominado por imundos lampiões - veio ao de cima.

    No regresso dum Atlético de Madrid - F.C.Porto, à saida de Madrid paramos e por, especial deferência do responsável local, pudemos utilizar um WC de serviço dos funcionários das portagens.

    De lá até à fronteira nada de especial aconteceu até que, à entrada no nosso(?) país, em Vilar Formoso, logo um dos funcionários da segurança deste país, armado em "dono da fazenda" nos impediu sequer de sair para desentorpecer as pernas... O que provávelmente seria necessário para o motorista mais do que para qualquer outra pessoa... E, todos nos lembramos como, hipócritamente, esses "inteligentes" recomendam uma paragem de 2 em 2 horas nas viagens longas.
    Pois, falta avisar da excepção a autocarros com adeptos do FCP....!!!

    Dali até ao estádio do Dragão onde chegamos cerca das 5 da manhã, não nos foi permitido por esses lacaios uma única paragem em qualquer área de serviço (ou fora delas) e, o autocarro onde viajei vinha isolado!!!

    Só mesmo mentes tacanhas poderão dar esse tipo de instruções ou então, se foi por iniciativa dos lacaios, uma grande dose de estupidez!!

    A segurança, para a qual pagamos com os nossos impostos os ordenados desses tipos, tem que ser garantida de forma inteligente e eficaz, não por "ausência de tomates".

    Simplisticamente, bastaria permitir que, em cada area de serviço, pare um ou dois autocarros e com um período de 15/20 minutos para cada um, saiam à vez os adeptos (portanto ficaria sempre um autocarro a aguardar a saida do outro)...

    Portanto, não é preciso ser doutor, basta tê-los no sítio e ser portador de bom senso para, sem descurar a segurança das pessoas, lhes permitir a satisfação de necessidades básicas!!!

    Resta-me acrescentar que nessa malfadada viagem de Madrid (valeu o resultado)a maioria esmagadora dos adeptos que viajavam nesse autocarro eram sexagenários e mais velhos do que isso. À minha frente seguia o sócio nº 78 (salvo erro) do FCP, o que é definidor do tipo de bandidos que compunham a lotação do autocarro e da desumanidade cometida por essas bestas que, têm orgasmos mentais com as atitudes prepotentes que tomam. O que não deixa de ser o espelho da corporação.
    E, em parte do País.
    Mas., mesmo assim, não conseguirão abaternos. Porque somo o povo mais forte!
    Saudações azuis e brancas
    José Sampaio

    ResponderEliminar
  2. @ Antas

    sou um "puto" em deslocações, se comparado contigo, mas também já tive a minha dose de situações. e só porque, nessas visitas, levei um cachecol azul-e-branco. e não fui a acompanhar a claque; fui com o meu Avô(!!)

    a pior, na década de 90/91, foi no antigo "estádio" dos calimeros. inenarrável o que ouvi de um senhor que usava um distintivo que informava que era da «segurança pública». para não ser fastidioso, digo que fiquei com o cachecol na minha posse e o meu Avô, à data com 60 anos de idade, com uma das faces vermelha (do estalo que levou).
    são umas bestas, esses srs. da PSP/corpo de intervenção. e ainda falam das claques...

    abr@ço
    Miguel | Tomo II

    ResponderEliminar
  3. boas!!
    Fui ver o jogo à Luz como adepto do porto, sem cachecol, claro!
    posso dizer k nem revista houve.. Uma vergonha!

    ResponderEliminar