09 janeiro, 2013

Quem cospe para o ar...

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Bom Natal
Era uma tarde como outra qualquer.
A esposa do Tône caminhava, sozinha, rondariam as três da tarde ou coisa assim quando alguém lhe cuspiu na cara.
Poderá soar engraçado mas foi assustador. Rápido e assustador.
Estava ela caminhando pela tal rua simpática quando alguém foi de encontro a ela.
Ela deu um passo para o lado mas o indivíduo fez o mesmo.
E foi tão perto que ela teve a certeza que não iria escapar.
Talvez um roubo, um encontrão. Mas não.
O tal de indivíduo não lhe bateu, não a empurrou nem tão pouco lhe tocou.
Foi uma cuspidela. Sem catarro mas daquelas tipo chuveiro ou mesmo se tivessem casca era ovo.
Atónita olhou para trás e reparou que o tal de individuo continuava a caminhar tranquilamente, como se nada se tivesse passado.
Atordoada nem sequer conseguiu articular uma sílaba e recordou a mãe que lhe dizia que cuspir nas pessoas era a pior falta de respeito que se podia demonstrar.
Logo a ela, que nunca tinha cuspido em ninguém, é que lhe havia de calhar a medalha da estupidez de um desconhecido.
Seria um lunático? Um antigo namorado? Ou apenas alguém que não tinha gostado da cara dela?
Ou seria um daqueles que atacam quando tem oportunidade?
E que melhor oportunidade que uma senhora sozinha e distraída.

Levou a cuspidela e perdeu, se calhar, mais do que um bom bocado da sua dignidade.
E mesmo após ter lavado a cara e ter tomado banho sentia o nojo daquele cuspe nela.
Tentou entender mas não entendeu.
Ficou com raiva mas não a guardou por muito tempo.
Restou-lhe apenas o dó daqueles que nunca foram ensinados sobre a falta de respeito.

O mais importante e moral da história é que todas começam assim mas nem todas terminam da mesma maneira.
Há aquelas em que alguns, mesmo no fim e protegidos entre um qualquer acrílico e uma manga semi-recolhida, cospem para o ar e levam ou deviam levar, em resposta, com aquilo que está mais à mão.

Edo, um Excelente Ano para ti!

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