07 janeiro, 2013

Confiança

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Devo dizer que discordo inteiramente da ideia de que este campeonato se irá decidir em grande medida na próxima visita ao galinheiro. Na minha opinião, os campeonatos decidem-se muito mais nos outros 28 jogos do que nos 2 jogos com o maior rival. Ainda me lembro da forma infeliz com perdemos 2 pontos em Vila do Conde, ou do empate na 1ª jornada em Barcelos. Se no final perdermos o campeonato, para mim esses jogos serão mais determinantes do que um eventual mau resultado no galinheiro.

Dito isto, não posso também deixar de admitir a enorme importância do jogo do próximo fim-de-semana, não só pela vertente pontual, mas essencialmente pela vertente psicológica que a vitoria num jogo destes confere a quem o ganha. É por isso um jogo importante, e que tem de ser encarado com a máxima concentração da parte de todos, tendo em conta também que as duas equipas apresentam índices de produtividade praticamente iguais.

Bem sei que a história não ganha jogos e que cada jogo tem uma história diferente, mas não deixa de ser elucidativo o facto de nos últimos 10 anos, os encornados apenas nos terem vencido 2 vezes no seu galinheiro (um deles o famoso jogo do túnel), contra 5 vitórias nossas e 3 empates em jogos a contar para o campeonato.

Estando em melhor ou pior forma, tem sido regra nos últimos largos anos que naquele jogo os jogadores do FC Porto se transcendam e envergonhem os jogadores encornados perante o seu próprio público. Desde que me conheço, as recordações que tenho da visita ao galinheiro são excelentes, provavelmente das melhores recordações futebolísticas que tenho. Invariavelmente, antes de uma visita àquele antro de porcos, vem-me à memória aquela fantástica vitória por 5-0 em 96, a forma heroica como viramos o jogo das meias-finais da taça e espetamos 3/1 eliminando aqueles palermas que já pensavam ter carimbado o passaporte do Jamor e finalmente o momento de maior brilhantismo e que me causou um estado de histerismo tal que nem imaginava ser possível: a vitória que nos garantiu o título de campeão nacional 10/11, as luzes apagadas, a rega ligada, a azia daqueles cornos com cara de patetas a verem o FC Porto festejar o título em pleno galinheiro, enfim tudo aquilo foi mágico, foi perfeito, um verdadeiro momento inesquecível. Como é óbvio há sempre a hipótese de perdermos lá, da mesma forma como também às vezes perdemos em Barcelos ou Coimbra, mas que aquele é um estádio “fetiche” para o FC Porto lá isso é.

Apesar da minha confiança sempre em alta antes de um jogo destes, não deixo de refletir sobre algumas coisas que do meu ponto de vista poderiam ser “endireitadas” antes do final do fecho do mercado de transferências. A resolver o mais rápido possível:
  1. Vender o Rolando o mais rápido possível. Há seguramente 2 anos que vejo tantas notícias de interessados de Espanha, Itália, Turquia e não sei mais quantos países que alguma deve ser verdade. O seu empresário que ao menos uma vez na vida faça algo de útil e arranje um clube para o craque! Estão à espera de quê: Que Rolando fique mais 2 anos no banco a desvalorizar-se e depois sair a custo 0 no final do contrato? Ou que continue a ser a ultima opção para central, sendo que propriamente não deve ganhar tão pouco como isso?

  2. Com o possível benefício financeiro de uma venda de Rolando, ir ao mercado ir buscar um avançado para prevenir um eventual problema de Jackson Martinez. Kleber esta lesionado e não tem feito muito de útil esta época.

  3. Muito sinceramente, e correndo o risco de ser desagradável, acho que nem Kelvin, nem Atsu têm categoria para ser titulares no FC Porto. Quaresma, numa só perna tem mais qualidade que estes dois jogadores juntos. Ir buscar o internacional português que está livre, seria para mim um negócio tão bom como foi o de ir buscar Lucho no ano passado.

  4. Não haver outra vez a gracinha de vender um titular no dia 31 janeiro às 23h 59m. Tipo um Moutinho para o Tottenham por 30 M€, um James para o Manchester por 40M€ ou um Fernando para o Inter por 15M€. A menos que o objetivo este ano seja apenas o 2º lugar e vencer a taça da liga…
Bem sei que a confiança que demonstrei neste post se calhar não é partilhada por muitos portistas e é provavelmente um exercício arriscado. Só domingo veremos quem tinha ou não razões para ter confiança, mas sempre que vejo muita desconfiança nas hostes portistas lembro-me do mítico torneio de Paris em que perdemos os dois jogos, na semana antes da supertaça, em que íamos ser goleados pela “máquina trituradora do mastigador de pastilhas elásticas”. O que aconteceu depois é o que se sabe…

3 comentários:


  1. Partilho e não partilho do optimismo do texto. Partilho por acreditar sempre no nosso clube e por saber que nos superamos sempre nestes momentos, principalmente naquele estádio que se habituou desde 2004 a ver os azuis a festejar.

    Não partilho por um motivo simples: a recente forma da equipa. Não sei porquê mas desde a derrota em Braga que a equipa não desenvolve, não constrói, às vezes até parece apática. E a confirmar-se a ausência de James ainda mais apreensivo fico. A substituição-fetiche do nosso mister ultimamente tem sido colocar o Defour a extremo. O rapaz até a defesa direito fazia melhor que o Danilo, não é a sua qualidade que está em causa, mas o nosso fio de jogo.

    Desde Braga que jogamos em Paris, com o Moreirense, Nacional (Taça da Liga), Estoril e outra vez Nacional. Pelos vistos, o melhor jogo que o Porto fez foi aquele que não foi televisionado, porque de resto foi sempre do mesmo: desperdiçar oportunidades, tremer na defesa, pouco fio de jogo, apatia e uma gritante falta de soluções.

    Termino este longo texto com um olhar ao mercado: um extremo é necessário, muito necessário. Mas também o é um defesa direito. Em tempos tivemos 3 defesas direitos de qualidade (Sapunaru, Fucile e até Sereno, que fazia melhor que o Danilo) e neste momento não temos nenhum (nem Danilo e muito menos o Miguel Lopes). Não sei se o Izmailov é boa solução ou um capricho da administração. Estarei cá para ver.

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  2. Silva Pereira07 janeiro, 2013

    Boa tarde,

    Não estou completamente de acordo.
    Concordo que perder pontos com equipas mais frágeis num campeonato disputado a 2 é dificil recuperar, no entanto (a minha discordância) é mais fundamental os jogos com os chifudos vejamos se o FCP ganhar os 2 jogos fica com mais 6 pontos se perder esses jogos fica com menos 6 pontos ora isto dá um diferencial de 13 pontos em pé de igualdade vale o resultado entre ambos. Assim estes jogos são cruciais e com o agravante de toda a carga psicológica.

    Para exemplo o caso do Hoquei estavamos 1 ponto atrás e ficamos com 2 de avanço se tivessemos perdido ficamos com 4 de atraso (daí o tal diferencial de 6 Pontos) e vejam como os chifrudos reagiram bem como os média macrocéfalos.
    Por isso é importante não perdermos e se ganharmos é um tiro naqueles egos.

    Bom ano para todos os portistas

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  3. Completamente de acordo que o jogo é importante e pode ter impactos psicológicos significativos no curto prazo, mas temos de analisar friamente todas as hipóteses possíveis e nunca atirar a toalha ao chão seja qual for o resultado.

    No pior dos cenários, em caso de derrota no galinheiro, e se o FC Porto ganhar em Setúbal o jogo em atraso, a liderança fica a 3 pontos, e ainda temos de os receber no Dragão, ficamos portanto a depender apenas de nós proprios… Não acredito que FC Porto e encornados não percam mais nenhum ponto até final do campeonato… A questão vai estar em quem perder menos pontos com as equipas denominadas pequenas.

    O próximo jogo no galinheiro seria sim decisivo se uma eventual derrota abrisse uma desvantagem para a liderança de 5/6 ou 7 pontos… Aí sim, seria bem mais difícil, na medida em que não acredito que o estúpido do jj cometa o mesmo erro de gabarolice que cometeu nos dois últimos anos e perder pontos à maluca entregando o título ao FC Porto!
    Quanto ao reforço do plantel, penso que estaremos todos de acordo que um extremo e um avançado são imprescindíveis… Mas ora ai está, apenas será possível se houver margem financeira para contratar alguém, e para isso era preciso vender excedentários que nada trazem de útil ao plantel… Tal e qual no ano passado, é preciso haver retoques no plantel, sob pena do risco de não ser campeão ser bem maior…

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