10 fevereiro, 2016

TRAGÉDIA EM 3 ATOS OU O DEFINHAR DO FC PORTO.

http://bibo-porto-carago.blogspot.pt/


Depois de algum período afastado dos textos aqui no blog, é difícil não escrever sobre o rumo que o nosso clube continua a seguir. Já abordei as presenças de serpas e outros tipos menos próprios nos eventos do clube. Já falei sobre o convite para o repórter dos porcos da bola para uma visita ao museu, enquanto aos sócios se exige que paguem a entrada no museu. Já falei sobre alguns comportamentos menos próprios e mesmo incompreensíveis de quem vai ao Dragão “apoiar” a equipa. Mas hoje, o texto irá debruçar-se sobre outra perspetiva do rumo do clube, a política desportiva. Não vou abordar casos concretos de jogadores que deveríamos ter contratado em Janeiro para reforçar a equipa, mas sim sobre política desportiva em geral.

Recuando um pouco no tempo e porque os nossos males não começaram em Agosto de 2014 com a contratação de Lopetegui, uma das piores decisões de política desportiva que tomamos foi a não renovação com o técnico Vitor Pereira. Na altura, em conversa com várias pessoas, dizia que voltaríamos a ter treinadores competentes, mas voltar a ter um treinador competente e que chorasse pelo clube no momento da vitória e despedida, não sabia quando voltaríamos a ter. Despedir, lato sensu, um treinador com 2 títulos consecutivos e com apenas 1 derrota ao longo de 60 jogos para o campeonato, derrota essa que não podemos esquecer como aconteceu, para se contratar um rapaz do Barreiro sem conhecimento profundo do FC Porto, foi o pontapé de saída para um conjunto de atos de gestão que contribuíram para que, desde Maio de 2013, não se tenha conquistado nada no que ao futebol sénior diz respeito.

Mas como esta troca de treinador já não era suficiente para o enfraquecimento do clube, em Janeiro de 2014, resolvemos dispensar os serviços de Otamendi e do capitão Lucho Gonzalez. A dispensa de um capitão é sempre um ato incompreensível, mas a dispensa de um capitão com todos os objetivos da época em aberto é um ato de TERRORISMO. A dispensa dos serviços do central argentino e a sua substituição por Abdoulaye foi o continuar de uma brilhante gestão desportiva. Depois de se tentar arrumar a casa e mudar a política de sucesso dos últimos anos, ao passarmos de jovens com muito potencial e baratos para depois de singrarem no clube serem transferidos, optamos por recorrer a empréstimos e valorizar atletas de outros clubes num projeto que seria a 3 anos, mas que ao fim do 1º ano de insucesso, e a esse ano voltarei mais adiante, observa-se nova inversão do rumo desportivo e de empréstimos de jovens, recorre-se a refugo dos outros clubes. Deixamos sair um lateral direito de enorme valor e contrata-se um acabado capitão dos apagados. Fomos buscar um guarda-redes numa história que faz lembrar a saída de Carlos Fernandes do Steaua de Bucareste, já que o anterior clube pagou para ele lá não ficar, e quando em Janeiro de 2016 se pode emendar a mão, apenas se compra jogadores para não irem para os rivais.

Se tudo isto já parecia terror suficiente, ainda há mais 2 pontos de péssimas opções da direção.

1. O silêncio ensurdecedor, sempre que há prejuízo da nossa equipa, é cada vez maior desde Jesualdo Ferreira, mais na época anterior em que um andor carregou os apagados rumo ao título. Não houve ninguém na nossa direção que tomasse a ousadia de, em praça pública, chamar os bois pelos nomes e, com os factos mais que suficientes de prejuízo do nosso clube e benefício dos outros, parasse a pouca vergonha a que se assistiu.

2. Mas, se a direção não agiu em defesa do clube, para que servem todos aqueles paineleiros impreparados e com pouca vontade de afrontar o seu eleitorado que ocupam todos os programas onde se “debate” futebol? Fez mais neste capítulo rui santos que todos os nossos paineleiros juntos ao longo da época.

A imagem acima, demonstra que o título devia ter sido nosso a 2 jornadas do fim do campeonato e não devia ter sido dos apagados. Com esta performance da arbitragem e do seu líder, que fez a nossa direção? NADA!

Se estes 2 pontos já eram suficientes para uma gestão ser considerada péssima, ainda podemos juntar a decisão de despedir um treinador sem ter um substituto e termos andado de porta em porta, um conjunto enorme de dias a receber negas, e ao fim de 12 dias, apresentamos um treinador. Esta política é a política do salvar a nossa pele e só depois nos preocuparmos com os problemas do clube. Porque num momento em que os assobios e protestos da massa associativa se tornavam iminentes de se transferirem do treinador para a direção, o salvar da pele exigiu a demissão do técnico escolhido pela direção.

Esta podia ser muito bem uma tragédia em três atos, mas não o é. É sim, um descritivo deste mandato da nossa direção. Não sou mal agradecido a tudo o que o presidente fez ao longo dos 34 anos que leva à frente do clube, mas este mandato, é claramente um mandato negro e se o presidente não fosse Jorge Nuno de Lima Pinto da Costa, não teria qualquer hipótese de reeleição. Anos maus todos temos, decisões erradas todos tomamos, e espero que o próximo mandato 2016-2020 seja claramente mais proveitoso e com melhores decisões.

Este ano, ainda podemos conquistar coisas, mas é preciso não querer ser (bacocamente) bons rapazes. Quando formos prejudicados, não devemos ter medo de apontar o dedo a quem nos prejudica, e quando os outros forem beneficiados, não devemos ficar calados. Porque se jogamos contra eles e eles forem sempre beneficiados e ficarmos calados, o fosso será impossível de reverter.

Todos juntos, somos mais fortes. Todos a remar para o mesmo lado, ainda podemos lá chegar. Mas, a comer e a calar, não será de certeza.

16 comentários:

  1. O Vitor Pereira tinha um estigma de ter sido o adjunto do Villas Boas... Por mim só pecava nas conferencias de imprensa. O silencio da estrutura perante os roubos que nos tem sido feitos é o que mais me incomoda... Ainda este fim de semana ninguém abriu a boca, no outro dia o Octávio deu uma conferência de imprensa e nós nada... Sempre achei que o treinador a contratar teria sido o Jorge Costa!!!

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  2. Jorge Costa nem treinador é

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  3. PdC não pode ser posto em causa por tudo que construiu e deu ao clube ao longo de 30 anos, mas quando é ele próprio que coloca tudo isso em causa é altura de reconhecer que o seu tempo (e desta direcção) acabou.
    Já se sabe que enquanto ele for candidato não haverá alternativa credível, pois alguém que tenha a lucidez e capacidade para gerir o clube tem que saber também que contra PdC nunca irá ganhar.
    Resta-nos a solução possível, comparecer em massa nas próximas eleições e votar em branco. Neste momento parece-me a única maneira credível de mostrar o desagrado pelo estado actual do clube.

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  4. É uma questão que todos nós perguntamos todos os dias.
    Porque é que num espaço de uma década o Nosso Presidente passou de uma atitude atacante, para uma atitude de passividade?

    Passamos de ter um Clube em que todos íamos pelo mesmo caminho, e mesmo em anos não, nós lutávamos para recuperar o caminho, e fazíamos isso de uma forma eficiente.
    A partir do momento em que o Clube se automatizou para fazer passar treinadores e jogadores em poucos anos, tudo parecia andar a todo o vapor.
    Ora isto acontecia quando o Nosso Presidente interiorizava dentro de cada individuo, as suas funções e o sentimento de Portismo.

    Estava tudo muito bem, mas creio que houve um ano em que tudo começou a desleixar-se, e com isto o caminho foi-se perdendo até agora estarmos no ponto em que estamos.

    O meu pessimismo leva-me a pensar que com Pinto da Costa ainda no comando, nós vamos continuar nesta situação moribunda.
    O meu optimismo leva-me a pensar que esta situação não passa de 2/3 anos e que voltaremos ao caminho correto.

    Para isto acontecer ou o Nosso Presidente saca do melhor que tem de si e comece a fazer limpezas, que são obrigatórias, ou então entra num remoinho ainda mais profundo e não haverá saída possível, a não ser que venha alguém que queira impor um novo rumo ao Clube.

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  5. Caro Fernando Delindro
    O seu comentário está bem construído e concordo quase em absoluto com ele. Já vivi por dentro problemas semelhantes antes da entrada de Pinto da Costa. O amigo toca em vários pontos sensíveis. Nenhum deles é “o culpado”. Para mim foi o conjunto de todos que nos levaram à atual situação.
    Depois a nossa massa associativa, sobretudo aqueles que tem até 40 anos, está mal habituada nunca conheceu o “outro” Futebol Clube do Porto. Os mais velhos como eu, e salvo raras exceções, já não tem a força ou, se preferir, a mística de antigamente. Como se recorda esse assunto foi questionado no último Encontro da Bluegosfera e um grande portista (Mário Faria) achou “que era a mesma”. Não é! Infelizmente não existem muitos Fernandos Delindros que com outros amigos enchem o Dragão Caixa ou acompanham o Clube nas deslocações fora.
    Quer queiramos ou não o problema da sucessão está cada vez mais complicado. No meu tempo não havia Sad. Quando o Porto perdia rasgava-mos o cartão e na segunda-feira lá íamos à velha Sede pagar mais 2$50 para requisitar um novo. Se já era difícil arranjar um presidente (veja-se quantos houve antes de Pinto da Costa) repare como será agora para conseguir um que presida ao Clube e à Sad. Um nome entre os mais velhos, que perceba de futebol e gestão desportiva/financeira, confiar em vós jovens, ou uma mescla de ambos? No meu entender devemos começar a pensar nisso seriamente.
    Grande abraço e obrigado por ser um grande Portista.

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  6. Infelizmente meus amigos, o reinado de JNPC chegou ao fim. Seria bom que ele não se recandidata-se porque corre o risco, ele e nós, de as coisas irem de mal a pior, e tudo o que ele fez até agora ser esquecido pela sucessiva incapacidade de acertar, acertar com o treinador, acertar com os jogadores, substituir a SAD. Continuando assim vão ser cada vez mais os sócios que no fim, e durante o jogo, se vão virar a assobiar, não a equipa mas o Presidente. Gostaria que ele percebesse, por si, que está na altura de transmitir o poder a outro, porque se não o fizer vão ser os sócios, a continuarmos nesta senda, a fazê-lo sentir essa dura realidade. É um Enorme Portista e não merece isso, só que... tem de saber ouvir, e não me parece que o saiba...

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  7. Eu até tentaria acrescentar uma nota à conclusão:

    Todos juntos por um "Abril" que possa trazer uma verdadeira mudança ao Futebol Clube do Porto.

    Um abraço.

    Porta 26, em blogporta26.blogspot.pt

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  8. Caros Portistas
    Acabei de ler no site do Clube que está marcada para 3 de Março a Assembleia Geral da SAD e na ordem de trabalhos consta a eleição dos Orgãos Sociais. O FC Porto vai propor para um novo mandato até 2019 os actuais Administradores. Gostaria ( se alguém souber ) de me elucidarem acerca da seguinte questão : Em Abril irão ter lugar as eleições para os Orgãos Directivos do F.C. do Porto e caso viesse a aparecer uma lista alternativa à actual Direcção ( já sei que é uma mera hipótese académica ) será que essa nova Direcção, estatutariamente, teria poderes para destituir os Administradores da SAD sem ter de os indemnizar? Desculpem a pergunta mas como desconheço as normas porque se regem as SAD ponho aqui a questão, pois à primeira vista o que parecia mais acertado é que primeiro deveriam ocorrer as eleições no Clube ( o maior accionista da SAD ) e só depois é que a nova direcção indicaria os seus representantes na Administração da SAD. Desde já grato, envio as minhas calorosas saudações portistas. Jorge Monteiro.

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  9. Se Pinto da Costa tem que se demitir por não ouvir os sócios ?!! (adeptos que irão ao estádio?) então ter-se-ia demitido sempre que se rasgavam os cartões nos tempos de antanho.
    Se há coisa que me orgulha é o F. C. do Porto e Pinto da Costa, o Presidente mais titulado do mundo.
    E se temos orgulho neste clube, só a essa pessoa o devemos.
    Os artistas cibernéticos que têm a mania que se ajoelham mais que o Papa, que vão a eleições, porque ao contrário do que dizem o clube nunca foi uma ditadura.

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  10. Eu lembro me que Pinto da Costa quis renovar com Vitor Pereira mas que este recusou porque tinha oferta das arabias; e recorrer a exemplos como o de Otamendi e risivel, porque sabemos bem que este senhor so tinha em mente por se a andar daqui para ganhar mais dinheiro. O que alias voltou a repetir em Valencia! Mas e obvio que o nosso rumo nao e o melhor e que a continuar assim morreremos pelo nosso silencio e conformismo...

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  11. Também não sou a favor da monarquia. Era o que faltava não se poder criticar o Presidente. Bem sabemos o que ele fez pelo nosso clube, mas sejamos sinceros, o clube também fez muito por ele. Se eu tiver um filho, criado, cujos estudos lhe paguei, mais o casamento e tudo o que seja, dá-me o direito de aos 30 anos pegar num taco de basebol e lhe partir as duas pernas, esperando que ele me agradeça os 30 anos passados?

    Não vejo uma luzinha sequer ao fundo do túnel...

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  12. Caro jorgemrn
    Estatutariamente as eleições para o Clube “realizam-se no mês de Abril do ano que tiver de ocorrer” (Artº 51º), neste caso 2016.
    Depois o Artº 64 Nº2 alínea bb) estipula como direito “indicar os titulares de órgãos sociais noutras sociedades que o clube tenho o direito de designar, incluindo as sociedades desportivas por si promovidas e constituídas”.
    NR – Logo a SAD, neste caso no dia 3 de Março, já está eleita pela actual Direcção. A futura Direcção do Clube que vier a ser eleita em Abril, poderá ou não manter tudo como está, a Sad actual até 2019. Sabemos que "vai propor" a continuação da mesma.
    Cumprimentos

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  13. Caro José Lima

    Grato pelo esclarecimento, envio-lhe as minhas saudações portistas.
    Jorge Monteiro

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  14. Nuno Miguel, que marca de tabaco anda a fumar?

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  15. Também seria a favor de um voto branco, ou nulo, no intuito de dar um cartão amarelo ao actual estado de coisas. A minha questão é saber se esses votos contam ou se, por outro lado, só contarão ou votos expressos.
    Alguém é capaz de me esclarecer?

    Saudações Dragonianas

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  16. Caro Luís - Só contam os vossos expressos. A única solução é arranjar uma Lista com antecedência e concorrer daqui a 4 anos. Para o Clube, bem entendido. Cumprimentos

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