06 fevereiro, 2010

Histórias para divertir a minha psi

http://bibo-porto-carago.blogspot.com/


Aconselharam-me fazer, seguir ou rezar, etc. (como quiserem), uma análise psi. E que esta era indispensável para o meu trabalho. É que nos almoços, (que não são mais que o prolongamento com penaltis das horas de trabalho), entre colegas, a conversa roda em torno do que contou o psi desta ou daquele.

Fui à lista telefónica e encontrei três que estavam “convencionados com a Segurança Social”. Pelo menos, assim, seria reembolsado. Uma mulher e dois homens.

Escolhi a mulher. Na guerra são os homens que matam e as mulheres que curam.

Mas enganei-me. A minha psicanalista é fria como as águas onde nada o bacalhau.

A minha psi anda tristonha. Por isso, tentei alegrá-la com anedotas para crianças. Até lhe contei aquela do pinguim que respira pelo tutu. Mas nada. Parecia uma estátua a olhar para o relógio.

E se assim é, “A la Guerre comme à la Guerre“:

    A célula de ajuda e de apoio psicológico, chegou uma hora depois do desastre. Trinta homens e mulheres formados para as urgências e situações de crise, desembarcaram e tomaram em mão a situação, ocupando bancadas e balneários.

    Uma jovem psi ajuda um matulão. Este, com a cara pintada de vermelho, choraminga e repete: “Não é possível , não é possível...”

    A psi responde-lhe sossegadamente: “Actualmente, atingiu o máximo de sofrimento. O tempo e a comunicação televisiva Portuguesa, vão acalmar a sua ferida“.

    O matulão repetia: “Não quero ver mais ninguém. Tenho vergonha. Não quero comer“.

    E, carinhosamente, a psi diz-lhe: “Continue a chorar. Faz-lhe bem. Vou-lhe aconselhar um tratamento. É livre de o tomar ou não. Mas é muito eficaz”.

    E receita-lhe um tratamento: quatro comprimidos por 24 horas. Dois azuis e dois brancos, que devem ser tomados em alternância, segundo a cor , todas as seis horas.

    Nas entranhas do desastre, um psy, com experiência, ouve, nos balneários, um homem com uma águia desenhada no peito que mais parecia uma coruja numa noite de chuva.

    Estava sentado no chão e psalmodiava: 7-0 não é justo... 7-0 não é justo, devíamos ganhar...

    A minha psi sorriu.
E Viva o Porto!

3 comentários:

  1. Porto Maravilha,

    Delícia. Destilando ironia, de forma corrosiva. Pode ser que mais uns quantos fiquem no chão, a balbuciar, no final deste campeonato. "Não é justo..."

    Ainda acredito, mesmo com a MÁFIA a controlar as operações.

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  2. Acreditamos todos.
    TEMOS de acreditar todos.

    Vamos vencer !

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  3. PortoMaravilha,

    Essa colagem à jamais esquecida passagem das bestas por Vigo, com aquela abada de 7 a zero, para sempre recordar, é um acontecimento mais que perfeito para controle da nossa sanidade mental ;)

    E vai uma aposta que tal como o PP aqui já deixou, no final, vamos ver muitos e tantos, os suspeitos do costume, a carpir lágrimas qb por mais uma vez, terem morrido na praia :D

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