19 fevereiro, 2010

Pedras à deriva no mar

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Sábado passado mais uma deslocação para apoiar o nosso mágico Porto. Independentemente do momento que atravessamos, com altos e baixos, marcámos mais uma vez a nossa presença. Desta vez mesmo aqui ao lado, em Matosinhos, no estádio do Mar. O resultado foi um empate a zero frente ao Leixões, em jogo a contar para a 19ª jornada da Liga Sagres. Resultado este, que nos afastou dos lugares cimeiros da tabela classificativa.

Desistir?! Nunca. Acreditarei sempre enquanto for matematicamente possível e não aceito outra coisa. A ganhar a ou perder nós continuaremos a puxar pelos nossos, seja onde for. Não somos adeptos de ocasião. Somo-lo em qualquer situação.

O estádio do Mar foi invadido por uma maré azul e branca, que preencheu quase totalmente o topo Norte. Bilhetes entre 10 e 15 euros para um estádio sem as mínimas condições. O que ainda estou para perceber é o porquê de dois preços, uma vez que eram todos para o mesmo sítio. O costume. Adiante.

"Super Dragões" e "Colectivo" marcaram presença em grande número. O apoio foi bom durante os 90 minutos. Um duelo interessante neste “derby” da cidade Invicta entre os Ultras Porto e a “Máfia Vermelha”, o grupo organizado do Leixões Sport Clube. Algumas picardias na segunda parte que aumentaram com o apito final de Bruno “Campo Maior” Paixão. E o quanto me apetecia falar deste ladrão, mas não vou entrar por aí.

Refiro que, aquando das entradas da equipa no terreno de jogo, foi aberta uma tocha no sector azul e branco. Ouviu-se também o rebentamento de alguns petardos.

Mas foi já depois do apito final do Bruno “Campo Maior” Paixão, que o ambiente aqueceu desnecessariamente no sector visitante. Os adeptos leixonenses debruçavam-se na bancada e gesticulavam para nós. Estavam orgulhosos de em quarenta e cinco minutos da segunda parte, terem permitido que se jogassem cerca de vinte. Do nosso lado ouvia-se “Ide pr’á segunda, palhaços ide pr’á segunda…”.

Já o estádio estava deserto, e nós continuávamos à espera da sagrada autorização para o abandonar. Trinta minutos após o apito final, e nada! Alguns portistas começaram a caminhar em direcção à porta de saída, onde se encontrava a polícia de intervenção. Os tais senhores famintos de levantar o cassetete, esperando apenas uma mínima razão para o fazer. Já se devia saber como é. Entre provocações de um lado e do outro, a polícia avançou duas ou três vezes para dispersar pela bancada, os adeptos que se situavam à volta do local de saída.

Eis que de repente, começam a “voar” autênticos paralelos na nossa direcção, arremessados de fora do estádio. A autoridade continuava sem nos deixar sair. Agora nem pelo facto de ser em legítima defesa. Há quem diga que as pedras forma lançadas por peixeiros indispostos, há quem diga que foram adeptos do Porto que conseguiram sair e as arremessavam contra a polícia. A verdade é que eles estavam protegidos e elas caíam na nossa direcção apenas.

A paciência tem limites. Com aquela “chuva de pedras” toda a bancada se revoltou, confrontando o corpo de intervenção para que nos abrisse as portas, ou falando com os “stewards”, para que, em última análise, nos abrisse as portas de acesso ao relvado. Não podíamos era estar ali. Isto tudo resultou numa grande confusão, que ainda deu para perceber a boa educação de alguns “stewards”, que diziam coisas como “estamos a tentar resolver a situação”, enquanto os paralelos iam caindo. Outros chegaram mesmo a ameaçar para termos cuidado em futuros jogos. A desculpa do tal elemento da autoridade era: “Eu vou ver os jogos todos do Porto, não venho só a Matosinhos”. Só pode ser para rir.

Lá nos deixaram sair, ficando a convicção da nossa parte que não abandonaremos a equipa do nosso coração.



Horas de dedicação, em troca de 90 minutos de raça!

90 minutos é o tempo do espectáculo para os jogadores. É o tempo em que rola a bola sobre o relvado. Mas para nós, Ultras, existe toda uma preparação prévia do próximo encontro, que gostamos que seja reconhecida. Que nos ocupa bastante tempo, mas é disto que gostamos! De servir o Clube que amamos!

Faltavam onze horas para o início do FC Porto – Arsenal, jogo da primeira-mão dos quartos-de-final da Liga dos Campeões, quando eu entrei no Palco das Emoções. Cerca de duas dezenas de Ultras para ajudar a montar tudo para a grande noite que se avizinhava. Colocámos as faixas, montámos o sistema de som, bombo, etc. E claro, o mais esperado, a grande coreografia. Abrimos três panos gigantes que cobriam a Curva Sul inteira. Um era o emblema do FC Porto, outro dizia “PORTO”, e outro tinha a marca “12”, dos Super Dragões. Ajustámos tudo para que nada falhasse. Chegava a hora do almoço. Uma horinha para recarregar baterias e tudo de volta ao Dragão para continuar o trabalho. Fomos à parte superior da Bancada Nascente montar a já conhecida frase “FC Porto a vencer desde 1893”. E depois, espalhar cartolinas pelas filas da Bancada Sul que não eram abrangidas pelo pano, por toda a Bancada Norte (exceptuando obviamente o sector destinado aos ingleses) e por toda a Bancada Nascente!!! De cima para baixo, eram cartolinas azuis escuras, azuis claras, cor-de-laranja e brancas.

Saímos do Dragão quando faltava apenas uma hora para abrirem as portas!

Tempo apenas de ir buscar o material e de novo rumo ao local onde tudo se iria passar. Habitual conversa com os grandes amigos desta causa. Desta vez com um sentimento especial, pois tivemos a enorme oportunidade de conhecer pessoalmente o nosso colega colaborador deste espaço, RCBC.

A coreografia foi um sucesso. Mais do que as cartolinas, talvez por não terem sido totalmente levantadas. Cerca de 40000 espectadores no estádio do Dragão. À volta de dois milhares de “Gunners”. Tanto o sector dos "Super Dragões", como o do "Colectivo", esteve completamente cheio. Muito material presente. O apoio de ambas as claques foi bastante audível. A partir do golo de Falcao, foi grande a festa protagonizada. Os ingleses apenas se ouviram depois do golo do empate.

Estamos na frente da eliminatória e acreditamos na passagem!



Domingo às 20h15 FC Porto – SC Braga no estádio do Dragão. Pede-se estádio cheio para apoiar o Tetra-Campeão Nacional! Estou curioso para ver a deslocação dos bracarenses, uma vez que estão na mó de cima este ano. Mas antes disso, não esquecer que no Sábado às 17h à que ir apoiar a nossa equipa de basquetebol, num grande duelo que a vai opor à Ovarense.

Um abraço Ultra.

10 comentários:

  1. No jogo de Matosinhos, foi pena ver muita malta a fugir bancada abaixo, quando apareceram as pedras, e muitos fogem e não sabem porque, veêm todos a fugir e são como os carneiros, tudo bancada abaixo. Não era altura de fugir, mas sim de forçar a saída, era altura de união...
    Tripeiro, não referes o que se passou cá fora, com pedras, tochas, e grades tudo pelo ar, indignação contra os bófias e que acabou em mais uma carga policial desproporcional e em bater em tudo o que mexia... tanta era a fome, que tanto batiam em pessoas, como até os carros estacionados nas imediações do pavilhão levaram por tabela... Enfim mais uma triste cena dos ACAB, No justice no piece...
    No jogo do Arsenal estavam todos reunidos, os meninos "robocop", e prendiam e humilhavam todos os ultras que se encontravam na zona do viaduto... ACAB
    e os gajos de matosinhos fechados nos cafés... bem escondidos e de rabo apertadinho... Peixeiros...

    Abraço, eu vou te ver, quero ver-te a vencer .... Domingo

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  2. "Desistir?! Nunca. Acreditarei sempre enquanto for matematicamente possível e não aceito outra coisa. A ganhar a ou perder nós continuaremos a puxar pelos nossos, seja onde for. Não somos adeptos de ocasião. Somo-lo em qualquer situação."

    Tripeiro, estou completamente contigo!

    BIBÓ PORTO

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  3. Segura o facho Tripeiro, que ainda há muita coisa para ganhar e muita luta a travar.

    Um abraço

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  4. Tripeiro:
    Imagino a excitação em dia de jogo Europeu estares ali bem cedinho no relvado que depois iria ser pisado pelos nossos guerreiros.

    Grande abraço.

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  5. Engraçado que só hoje consegui ver como estava a nossa bancada com a espetacular coreografia feita pelos super especialmente para a Champions.

    Tripeiro bom resumo, e vamos é pensar onde jantar em Londres para comemorar a nossa passagem à fase seguinte.

    Eu acredito.

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  6. Julgo ter visto o jogo do Leixões perto de alguns membros do blog pois a vossa bandeira estava muito próxima ao local estava com alguns amigos.
    Infelizmente também assisti à pouca vergonha que foi, não só a arbitragem do jogo, mas também as cenas infelizes que se passaram com a nossa saída. Desde pedras a voar para a bancada e provocações dos stwerts. Enfim...uma noite para esquecer.
    Cumprimentos.

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  7. Se na 'lota', foi o que sabemos, tanto no futebol jogado (ou o não jogado), com mais umas daquelas diabrites de fim de festa, que aqui relatas bem...

    Já no Dragão, diria que já vi nos últimos tempos, uns SD, vocalmente falando, melhores, bem melhores... mas com uma coreografia mto engraçada no seu topo, alimentada ao longo das bancadas, ainda que em muitos e muitos locais, com a falta de 'ocupantes', as cartolinas, se mantiveram imóveis, o que foi pena, pois teria dado um colorido bem mais bonito, muito mais bonito... já o COLECTIVO, deve estar a preparar a tal habitual mega-operação, para a penúltima jornada da liga interna, só pode.

    Quanto ao resto, acreditas tu... e continuo eu tb a acreditar, ou não me sentisse 'orgulhosamente' sempre Portista, nas boas... mas ainda mais, nas más!!!

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  8. Caro Tripeiro,quem estava a atirar pedras e grades eramosa nós Dragoes contra a Policia,e eles bem cheios de medinho figiam que nem formigas,tiveram a primeira de muitas surpresas,a nossa revolta vai aumentando e estamos fartos de ser paus mandados,a patrtior de agora é há Dragoes.

    Abraço,foi só paq tirar a tua duvida,eu vi tudo desde que começou ate acabar...

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  9. Que a força não te falte grande Tripeiro!

    SD em grande em ambos os jogos, mas contra o Arsenal foram simplesmente soberbos!

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  10. Apenas para confirmar que em Matosinhos as pedras que entraram nas bancadas reservadas á malta do porto estavam mesmo a ser lançadas igualmente por malta do porto, naturalmente sem intenção de atingir os adeptos, mas sim pelo confronto violento que existiu com a polícia.
    Confronto forte, duro e violento como há muito não se via. Polícia sem reacção, refugiou-se na bancada. Como posteriormente tive oportunidade de ouvir comentar entre eles, não contavam com aquilo, não contavam com tanta e tão forte resposta dos ultras azuis, sem ninguém recuar.

    Bravos Dragões que parece quererem regressar aos tempos idos!!!

    Porto Old School

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