25 maio, 2009

Que festa bonita, carago!

assistência: 50.019 espectadores.

árbitro: Pedro Proença (Lisboa), Tiago Trigo e Ricardo Santos; José Gomes.

FC PORTO: Helton; Sapunaru, Rolando, Bruno Alves «cap» e Cissokho; Mariano, Fernando, Raul Meireles; Lisandro, Farías e Rodríguez.
Substituições: Farías por Hulk (59m), Mariano por Tomás Costa (71m) e Rodríguez por Sektioui (82m).
Não utilizados: Nuno, Pedro Emanuel, Stepanov e Guarín.
Treinador: Jesualdo Ferreira.

SC BRAGA: Eduardo; Filipe Oliveira, André Leone e Evaldo; Alan, Frechaut «cap», César Peixoto e Edimar; Rentería e Matheus.
Substituições: Edimar por Luís Aguiar (65m), Eduardo por Mário Felgueiras (79m) e Matheus por Zé Manel (87m).
Não utilizados: Dani, Aníbal, Januário e Nani.
Treinador: Jorge Jesus.

disciplina: cartão amarelo a Bruno Alves (15m), Edimar (20m), Evaldo (36m), Rentería (72m) e Hulk (84m).

golos: Farías (42m) e Edimar (56m).


The End. O jogo de hoje, no Dragão, deveria ter uma mensagem aos adeptos, impressa no bilhete. “Lamentamos pela interrupção, mas prometemos ser breves. O palco dos sonhos voltará, daqui a umas semanas, com os protagonistas do costume”.

É com um misto de nostalgia e orgulho que assisto ao baixar do pano, no encerramento de mais uma temporada. Época longa, feita de combates diários, agruras várias, pontuada por inúmeros momentos inolvidáveis, daqueles que ficam permanentemente gravados no córtex cerebral.

O golo de Lucho, na Luz, concretizando com frieza a grande penalidade. O remate certeiro de El Comandante, na fria Ucrânia, resgatando o Porto de 3 derrotas seguidas. O pontapé magistral, feito de uma raiva explosiva, de Bruno Alves, no Alvalade XXI, para o campeonato. Ou a cavalgada épica de Hulk, no mesmo palco, para o jogo da Taça. A esperança surgida quando Rodriguez desfeiteou Van der Sar, em Old Trafford. Momentos únicos. Singulares. Que nos fizeram a todos sorrir, festejar, celebrar, sentindo o coração a bater mais forte, ufano.

Não sendo os últimos 90 minutos da época, este jogo com o Braga representou a despedida de um palco mítico. Fechou com chave de ouro. Com festa. Com celebração. Porque, é bom dizê-lo, os campeões que vestem de azul e branco “never walk alone”. Por tudo o que fazem, pela forma briosa como defendem um emblema lendário, merecem ser parabenizados. Sem grandes solenidades, mas com imensa alegria. Eles são os nossos heróis. E daqui, sentindo sempre aquele arrepio único na espinha, sinal de enorme sentimentalismo, sai um OBRIGADO em letras garrafais.

Com as luzes da ribalta viradas para os jogadores do plantel portista, com um público ávido de emoções nas bancadas, era de esperar que o futebol saísse algo prejudicado. Assim foi. Este Porto-Braga teve momentos quase intragáveis, tamanha foi a descompressão sentida em ambos os lados da barricada. Um jogo a feijões. Um encontro em que interessava apenas o apito final do árbitro, ponto de partida para a efusiva comemoração.

Os pupilos de Jesualdo apresentaram-se na máxima força. Com os prováveis titulares de hoje a serem também potenciais candidatos a pisarem a relva do Jamor, daqui a uma semana. Sem qualquer surpresa táctica, com Mariano a desempenhar o papel habitualmente a cargo do lesionado Lucho, a partida iniciou-se em toada morna, com o perigo a escassear, junto de qualquer área.

Alguns fogachos do trio mais ofensivo portista, todo ele com sotaque sul-americano, mas sem provocarem qualquer mossa na bem estruturada defensiva bracarense. A partida tornou-se quezilenta, com a benevolência habitual de Pedro Proença a permitir a rudeza excessiva da equipa comandada pelo “génio da táctica”.

Foi pois com alguma surpresa que o placard sofreu alterações. Jogada de insistência de Lisandro, no lado esquerdo, culminada com um cruzamento a que acorreu Farías. O argentino, bafejado pela sorte, viu a bola embater no seu corpo e anichar-se caprichosamente nas redes de Eduardo. O intervalo, cirúrgico, chegou logo de seguida.

A 2ª metade ameaçava ser mais do mesmo. Sensaborona. Até que Alan, numa assistência primorosa, permitiu que o empate surgisse. Estava dado o mote para o campeão se insurgir contra o rumo dos acontecimentos. Jesualdo lançou Hulk. E, coincidência ou não, a entrada do brasileiro catapultou os Dragões para um patamar exibicional mais consentâneo com os seus pergaminhos. Futebol fluido, jogado em velocidade, passes verticais, de risco, procurando as entradas dos médios, empurrando o opositor para as proximidades da sua baliza. O golo da vitória esteve perto. Várias vezes. Algumas, por inépcia e sofreguidão, falhado na hora H. Outras, como num remate admirável de Hulk com defesa correspondente de Eduardo, por mérito adversário.

Foram 20 minutos finais que mostraram a raça do campeão. O que deixa no ar a pergunta: onde é que o vigente titular do ceptro nacional esteve, nos 70 minutos anteriores?

É uma questão retórica. Todos sabem [e desculpam] alguma negligência e desleixo profissional, quando o ambiente em redor da equipa tolda o lado racional. Hoje, dia de festa, percebe-se que a concentração competitiva tenha cedido a outros prazeres. Afinal, o CAMPEÃO fez por merecer, anteriormente, esta espécie de greve de zelo. Para o ano há mais. A caminho do penta…

Melhor do Porto: Difícil a eleição, pelos motivos acima indicados. Jogo na segurança, evitando injustiças na última crónica de um jogo, na temporada 2008/09. Helton, Bruno Alves e Rolando, seguros como sempre, não descurando em nenhum momento a guarda das redes portistas. Fernando, estereótipo da formiga incansável, junta-se a este trio, procurando a bola, pressionando os adversários, tentando sair com o esférico de forma jogável. A finalizar, a referencia ao Incrível. Continua o mesmo. E isso transmite tudo. Debelada a lesão, o fulgor, a explosividade, a capacidade quase sobrenatural de rematar de forma violenta, continuam intactas. Ainda bem. Temos uma Taça pra conquistar.

Arbitragem: Irritante, como é apanágio do juiz em questão. Uma série de erros de interpretação, culminando no patético amarelo mostrado a Hulk, quando este foi [novamente] carregado em falta. Pedro Proença é um juiz mediano, com um ego sobredimensionado. Só ele é que ainda não o percebeu.

14 comentários:

  1. Até a brincar ao intervalo estamos a a ganhar...

    Bibo porto carago...

    Saudações azuis e brancas
    Carlos Pinto

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  2. bonita ???? que saudades daquelas festas grandiosas nas Antas, com o estádio cheio...mesmo assim, Viva o Tetra.

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  3. Sim, anónimo, bonita!

    O Dragão tb teve casa cheia e uma festa que em nada desmerece das anteriores. A festa, aquela rija, genuína, é feita nas ruas, de gritos de júbilo, de palavras cantadas. De comemorações sadias.

    Somos campeões. Isso, por si só, embeleza qualquer evento. Celebremos!

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  4. O povo está na Rua. O Porto está na Rua. É bonito ver a equipa de novo a passear nas ruas da Cidade.

    O Porto está em festa, aliás não só o Porto. Um pouco por todo o País (e mesmo lá fora) há Portistas felizes. Um abraço para todos vós.

    Estive no andebol e no futebol onde tive o prazer de conhecer a nossa colega Heliantia.

    No andebol FCP-33-SLB-26

    Estamos a 1 vitória do título.

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  5. Este comentário foi removido pelo autor.

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  6. O Dragão estava lindo, lindo de mais :D
    A Festa na rua não tive possibilidade de participar, mas as imagens da televisão são o suficiente para encher o ego de ORGULHO de se pertencer ao Futebol Clube do Porto.

    O prazer foi todo meu, Lucho :)
    Um beijinho muito especial da Filipa para a Mafaldinha.

    As minhas filhas adoraram cantar os parabéns ao Jesualdo :D
    Uma tarde que certamente elas nunca esquecerão.

    IV CAMPEÕES

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  7. Em relação á festa de ontem, sim porque a festa no DRAGÃO já tinha acontecido á duas semanas atrás, o que adorei mesmo foi ver os nossos CAMPEÕES, a passearem-se pelas ruas da cidade que eu adoro e tenho um enorme orgulho, espero que nos próximos campeonatos o coração da minha cidade se torne a vestir de azul e branco, obrigado FC do PORTO, por teres levado a festa á rua!

    Pois como o Lucho também tive o prazer de conhecer a Heliantia !

    Heliantia, tens duas princesas muito fofinhas, beijinhos e um especial á Filipa !

    BIBÒ PORTO

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  8. Grande ambiente, grande festa e um jogo fraquito do Tetracampeão, que só despertou com a entrada do Hulk e após o golo do Braga.

    Ontem foi festejar, hoje é descansar e amanhã é começar a preparar com todo o empenho determinação e profissionalismo, a final da Taça, porque queremos e merecemos, acabar a época em beleza, com a dobradinha.

    Feliz o regresso à baixa - tem de ser para continuar -, que foi o ponto mais alto das comemorações do título.

    - Rio, tu, sempre que o F.C.Porto ganha, és um dos grandes perdedores...

    Um abraço

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  9. Festivo, demasiado festivo, onde até os nossos jogadores, resolveram entrar na "dança" e assistir-se a uma sonolência de jogo tal, que admito, em largos momentos da 2ª parte, entrei num estado tal de sonolência, com bocejos à mistura, que só o facto de estar sentado, já me estava a incomodar e de que maneira.

    Valha-nos que nos últimos 8/10 minutos, assistiu-se a um assomo de coragem e bravura dos nossos, com Hulk a criar alguma excitação nas bancadas e por aí ficou.

    De facto, ontem, era apenas dia de festa, de muito festejo, relaxamento em dose qb e muita, mas muita mesma boa disposição... assim foi a história do cair do pano sobre o TETRA.

    Venha de lá esse PENTA... mas antes, há que invadir Oeiras e o Pulgedo Stadium para se mostrar mais uma vez, em terra de infiéis, a força do TETRAcampeão!!!

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  10. Dia fantástico!

    Estive no Dragão Caixa, ganhamos aos mouros, falta 1 vitória!

    Encontrei-me com o pessoal cá do blog :)
    Segui para o Dragão, completamente cheio, grande festa (entrega da taça a horas!).

    Lindíssima a festa na baixa da mui nobre, sempre leal e invicta cidade do Porto!! Ali é que é! Segui para lá logo após o final do jogo, grande festa antes dos jogadores chegarem, durante o seu passeio e depois até na estação de metro :)

    Um grande abraço, Portistas

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  11. O desgraçado do rio que ponha os olhos nisto, espero que esta onda se erga de novo para o correr daqui para fora.
    Viva o FC Porto

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  12. O jogo acabou por nao ser importante ontem, a ansiedade para os festejos era maior... tb acho que se podia ter festejado mais um pouco no estádio.

    Nas ruas é o que se sabe, o costume. Noite de S.Joao antecipada...

    Venha o Penta!

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  13. A vitória no campeonato é justíssima, apesar de um momento de menor acerto, que manchou um pouco, tornando a prova mais competitiva.

    Realce para os reforços, Cissokho, Fernando, Hulk e Rodriguez que acabaram por se integrar quase perfeitamente.

    Também para a evolução do treinador Jesualdo Ferreira que parece ter deixado cair alguns medos que no passado recente lhe causou amargos de boca.

    A ideia de festejar nas ruas da cidade foi magnífica já que permitiu um contacto mais directo a quem, por variados motivos não assiste aos jogos no estádio. Foi a democratização da festa! Serviu também para dar a bofetada de luva branca ao complexado presidente da Câmara.

    Segue-se a Final da Taça de Portugal. Espero naturalmente um Porto à altura dos seus pergaminhos para que a festa possa continuar na capital do império, onde há cada vez mais portistas.

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  14. Quem é esse Rio sujo q todos falam? :)

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