31 maio, 2009

Taça e Jamor... sabor de ganhar a dobrar!!!

Ponto prévio. Serei um dos muitos milhares que inundará a A1 no sentido Norte/Sul, transformando o dito eixo rodoviário, numa espécie de carreiro de formigas com destino ao “formigueiro” Jamor.

Escrever sobre a Taça, é pensar Futebol na sua expressão de fenómeno humano único, onde se rebatem e esbatem influências e diversidades numa aculturação de adaptabilidades sem precedentes na sociedade.

Antes ainda de me diluir na imensa mole humana e me confundir com os cheiros da envolvência e ambiência festiva que emanam daquele minguo “pulmão” de ar puro, atiro para as linhas seguintes a antevisão da Festa da Taça, sem esquecer claro, a mala térmica onde se destacam as minis, os panados, rissóis, bolos de bacalhau e o prato principal, “dobradinha” à boa moda Azul.

A Taça, prova rainha do Futebol Luso, instrumento único capaz de “revitalizar” por momentos o obsoleto Estádio Nacional, tradição simbólica que os senhores da FPF, teimam em manter quando confrontados com condições e funcionalidades atinentes aos Estádios do Euro 2004, tem neste Domingo um confronto inédito.

Calcorreada a reinventada Via TETRA, o Dragão procura no Jamor passos seguros que o comprometam com o sucesso, alimentando a história Azul de títulos, muito por culpa do trabalho de uma equipa a sério que não renega o DNA, quer no Bem quer para o Mal, mas que nos faz ganhar e reagir ao adverso.

Ao terceiro ano, Jesualdo reinventou no terreno de jogo, uma equipa desde as bases do seu 4x3x3, onde se mesclam a arte da táctica com a ciência da técnica.

Num futebol moderno, onde a cada 90 minutos, o espaço para jogar é cada vez menor, interpretar conceitos e quebrar paradigmas, são chaves dos azuis e brancos para fazer emergir uma matriz de jogo naturalmente condicionada pelos nossos padrões técnico/tácticos.

Largos meses leva a época. Bem sei que no mundo da bola só o resultado é imprevisível, no mais, tudo é discutível. O Professor, ainda que não aureado de “mestre da táctica”, consegue transmitir sempre um conceito imperfeito ao onze portista, sem que a estrutura base oscile em demasia.

Um triangulo de meio campo, criteriosamente escalado segundo critérios, cujo vértice inferior dessa geometria, é quem define a largura e a profundidade. Fernando, a melhor “invenção” para um dos posicionamentos mais relevantes da era moderna, é o farol, um relógio, equilíbrio dinâmico defensivo, ritmando a transição, basculando em função da bola, opondo-se zonalmente a progressão de investidas contrárias.

Articulados neste desenho do miolo, os laterais, que definem na sua capacidade, a diferença para escapar às zonas de pressing, oferecendo densidade e benefícios quando em posse da bola, para materializar linhas intermédias de apoio no sentido pratico de sair a jogar, evitando o futebol de pontapé longo.

Epicentro das dinâmicas, a simbiose entre médios interiores e extremos alas, unos nas alternâncias, orientações mais que circunstanciais, pressionando alto, onde forçosamente se encurtam espaços e se impele o rival para o desafio de conseguir jogar entre linhas.

Meireles, pilar táctico, voz de comando, ser hiper-cinético na relação similar mente-corpo, raiz qualitativa do saber recolocar-se quando a equipa perde a bola, é origem de uma imagem que configura no último reduto, um processo defensivo apurado. O médio tampão atenua desequilíbrios, com a criatividade que acrescenta, participando ainda que não esporadicamente no trânsito ofensivo, interligando progressão e aceleração no colectivo azul.

Sem Lucho, há Mariano ou Tommy. Reverte-se um sistema, mantêm-se o modelo. Menos ênfase na posse curta, mas incidência nas transições, maior verticalização, desdobramento do 4x3x3 para o 4x4x2, reinventado ou num mais sui generis, 4x1x3x2, desce a percepção de um jogo onde o argentino speedy Gonzalez, encontra múltiplas linhas de passe, simples na abordagem dos lances, felino, mas naife nos 1x1 face aos defesas, transforma em mistério cada desenlace da jogada.

A opção por um ou outro argentino, veicula-se tanto mais ao que se quer para cada jogo, um jogo onde se queiram lado a lado, maior número de vértices ofensivos, triangulações de apoio, espaço entre linhas e condicionar ou não a saída do 1º passe, hipotecando de sobremaneira a transição no adversário.

Rodriguez, veio comum da máquina Azul, é um veículo transportador de bola, quando incorporado como 4º médio. Preocupa-se menos com a profundidade, até porque Cissokho interpreta bem esse cariz de ofensividade. Como interior, é exímio no pressionar e desagregar dos adversários, vertiginoso no modo como cava distâncias entre linhas, parece obtuso vê-lo perfilhar conceitos corporativistas que redundam num bloco homogéneo.

Um saber posicional que o adequa com a importância de reconhecer os espaços, roubando-os ao adversário, garantido diagonais e apoios aos momentos ofensivo/defensivo, em suma, um jogador de equipa.

Mas se à torrente de jogo não corresponderem os acutilantes aríetes, o Jamor, continuará a ser órfão de uma equipa que não sabe o que é ganhar finais, para que o enguiço se quebre um trio, que não joga junto, mas que representa um papel determinante no todo.

Lisandro e Hulk, permitam-me que confluam as minhas ideias sobre os mesmos. Imagens de combatividade, nervo, explosivos e poderosos, tratam com deslevo a redondinha, ditam os ditames de um futebol objectivo, sabendo quase sempre como fazer a recepção, o passe ou drible, fazendo da raça, um dinamismo muito seu, mesmo que por vezes rocem o individualismo.

Licha, traduz na sua técnica, um carácter cujo colectivo se sobrepõe ao individual, fazendo nascer noutras latitudes da relva, bolas e jogadas de perigo.

Por fim, Farias. Rato de área, astuto, buliçoso, invejável faro de golo, avançado que melhor se relaciona com o Sal do futebol. Alheia-se da partida vezes sem fim, mas raramente não dedilha as “teclas” certas de uma música que o comprometa com o seu dever no campo… GOLOS!!!!

O Tetra, pode bem ser personificado num indomável Dragão, Bruno Alves, símbolo de uma equipa, ostenta a braçadeira, justapondo concomitantemente a camisola e emblema ao coração, luta como corre, é mais que um simples jogador, é um símbolo que vê crescer ao seu lado, Rolando, um garoto que vai bebendo ensinamentos, acrescentado ainda mais valias à visão colectiva deste FC Porto.

A lista dos eleitos, desfez umas das poucas dúvidas que se me suscitavam. Helton não vai mesmo ocupar lugar entre os postes, ele que foi o herói da eliminatória frente aos Leões. Dir-se-á que se desvanecem algumas inconsistências, fruto do jeito sambista e brincalhão do keeper do violão, criando-se a ilusão inspirada de um Homem de balneário, Nuno, capaz de organizar a defesa e efectuar defesas em voo que nos fazem sorrir após algum momento mais “arrepiante”.

Para dançar, assim como para outras coisas na vida, às vezes são precisos dois, ou seja, esta Final carece de um par para se desenrolar.

A juntar à solarenga tarde e a canícula veraneante que fará transpirar todos os poros da pele Draconiana, o aumento das dificuldades crescem mais por força do adversário em contenda, que propriamente pelas condições naturais do tempo, ainda que essas venham a ser no meu ponto de vista, um handicap que pode favorecer a equipa com menor densidade competitiva ao longo da época.

Um rival, “castores” vindo da capital do móvel, a viverem um momento histórico que contrapõe e contradiz a sensação experienciada com o espectro da descida no inicio da temporada, sobem a palco inquebrantáveis no seu âmago, sobredimensionados num ego de quem não se sente inferior a ninguém, escalpelizando argumentação nas características diferentes que tem os jogos nesta competição, Jóia da Coroa federativa.

Paulo Sérgio é o líder de um colectivo que inunda em vontade de ser um grupo na verdadeira acepção da palavra. Depois de desafiarem o inicio de época escudados num hermético 4x4x2, que tremia a defender, mormente a veia goleadora, o trajecto conferiu ao grupo uma serenidade desenvolta pelas características de um futebol que pisa o relvado com ideias próprias, bem definidas, bem secundado pela inteligência e experiência de algumas das suas unidades.

Viverão talvez muitos, um momento único, estarão talvez reféns do binómio que é ter de jogar um jogo imaginado vezes sem conta, mas que agora se torna real.

Confesso que a ofensividade do processo de ataque foi uma lufada positiva, faltando constatar se o medo supera a coragem de não engendrarem um modelo que amordace o Dragão, conferindo dessa forma alguma audácia táctica.

Numa equipa com um ataque realizador, mesmo quando falamos da taça, (20 golos em 5 eliminatórias), a estratégia a apresentar, passará muito pelo desenho táctico e pela utilização ou não de uma defesa com 3 centrais, num processo defensivo que não deixará de cobrir e obstar ao jogo azul pelas faixas, onde depois os laterais Jorginho e Ferreira serão pedras alicerce da capacidade para evidenciarem um bloco um pouco mais subido com o decorrer do tempo de jogo.

Pedrinha e/ou Paulo Sousa, baluartes coriáceos da máxima, antes quebrar que torcer, são a zona estanque. Gerem ritmos, cerram fileiras, depositam à posteriori a bola nos expoentes máximos da dinâmica atacante Pacense.

Rui Miguel e Cristiano, o primeiro, olho no olho, espalha criatividade e não engana na temporização de jogo, conferindo essência a um futebol de craveira técnica acima da média. O segundo, franzino, velocista de sete fôlegos, hábil, finta e remata sempre num jeito de atirador furtivo, onde só William rivaliza nos dotes de finalizador mais acertivo.

Há depois no plantel, outros que não sendo revelações, são velhos conhecidos cá do burgo, Edson, Carlos Carneiro, Ozeia e Ricardo, todos imbuídos de um espírito de conquista, cujo guardião Cássio é o ultimo obstáculo aos intentos dos Dragões.

As finais são pouco dadas a erros conceptuais, a euforia que grassa na massa adepta é sinónimo de desmedida confiança e ainda que Taça seja festa, convém não ser demasiado efusivo, nem transmitir cenários desmesurados de facilidades, capazes de provocar relaxamento nos Azuis e brancos.

Não interessa agora fazer apologia desta ou daquela funcionalidade individual ou colectiva, pelo que a minha primazia vai mesmo para a Vitória... como tal, façam o favor de jogar a bola e explanar para nós, o vosso melhor Futebol.

Só assim, esta época a ganhar, será mesmo a Dobrar!!!

LISTA DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Nuno e Ventura.
Defesas: Bruno Alves, Cissokho, Fucile, Pedro Emanuel, Rolando, Sapunaru e Stepanov.
Médios: Fernando, Guarín, Mariano, Raul Meireles e Tomás Costa.
Avançados: Farías, Hulk, Lisandro, Rodríguez e Tarik Sektioui.

11 comentários:

  1. Armando Pinto31 maio, 2009

    Boa viagem a todos os Portistas que vão estar presentes no Jamor e, especialmente, feliz regresso, com a taça a ser conquistada pelo nosso F. C. Porto.
    Atenção, porém, para não haver distrações... e, se possível, façam chegar mensagem à nossa equipa do desplante que os de Paços tiveram em ensaiar a subida à tribuna... Haverá alguma jogada de bastidores que eles saibam, como aconteceu com o seu benefício na descida do Boavista...? E como eles tanto quizeram jogar em Lisboa / Oeiras...
    Os nossos, atletas e público, têm de se impor... pois o Porto tem valor suficiente para trazer mais um caneco!
    Armando Pinto

    ResponderEliminar
  2. Cá estou eu nos ultimos preparativos para a viagem, e prometo que irei fazer todos os possiveis para puxar pelo nosso PORTO!

    E vamos trazer a taça!

    BIBÓ PORTO

    ResponderEliminar
  3. 7 horas, já estou preparado e daqui a pouco, vou sair a caminho do pulguedo.

    Se correr tudo normalmente, lá estaremos na mata, para comer os vossos petisquinhos.

    BiBó-PorTo!

    ResponderEliminar
  4. A caminho. Não tão cedo como alguns, mas ainda a tempo da tainada e depois, claro, a experiência única e gratificante de estar num estádio com condições que merecem receber a festa da taça...se esta fosse disputada num qualquer País do 3º Mundo.

    O Estádio de Oeiras é apenas uma arma de arremesso político, utilizada quando convêm. Por mim, era implodido...de preferência numa final Benfica-Sporting, com o boi do Delgado e o Cartaxana nas bancadas.

    Já se vê que acordei hoje sem grande humor. Mas nada que uma conquista não melhore:)

    Vamos a eles!

    ps: E já temos um infiltrado na claque adversário. O Estilhaço;)

    ResponderEliminar
  5. Venha de lá Taça, portem-se bem e façam por aparecer na tv :D

    Beijinhos, boa viagem e divirta-se.

    HELIANTIA

    ResponderEliminar
  6. P.P. o Estilhaço nas bancadas contrárias?...Então aquilo vai rebentar tudo!...Tassssssss....Boa Viagem gente!

    ResponderEliminar
  7. Viva !

    Belo texto !

    Um único senão : Eu apostaria no Ventura na baliza.

    Sim : Venha a dobradinha

    E Viva o Porto !

    ResponderEliminar
  8. É de mim ou noto aquele nervoso miudinho nos comentários. A taça é nossa “carago”, medinhos? Dúvidas? Imponderáveis do futebol? Mas o que é isso?
    Não tem espinhas, logo volto aqui com mais este caneco para vos passar um atestado de medrosos.

    ResponderEliminar
  9. Caros PORTISTAS
    E o NOSSO PORTO ganhou carago a seguir ao campeomnato veio a taça. E que alegria imensa estar no meio da nossa gente a incentivar e por fim a comemorar a dobradinha. Só foi pena não ter conseguido falar com o amigo BlueboY mas outros desafios serão postos outros encontros existirão para se continuarem a dar os encontors e desencontros dos campeões. Medu caro amigo peço-te manda-me o Jogo pelo correio fico-te grato. A menina ,inha filha tambem não actualiza o blog á montes de tempo estava um pouco receoso por te poder ver. fica para uma proxima.

    FORÇA PORTO UNIDOS VENCEREMOS

    276mqj

    ResponderEliminar
  10. João Santos01 junho, 2009

    estás pior que m machado a escrever

    ResponderEliminar