A sondagem que levámos a cabo esta semana, teve a ver com a forma como a equipa foi capaz de ultrapassar as ausências, por lesão, de dois jogadores fundamentais na manobra colectiva da equipa. Fizémos a pergunta: 'Com as ausências de Lucho e Hulk, qual foi o jogador-chave na manutenção do equilíbrio na equipa?', à qual responderam 139 visitantes. O médio Raúl Meireles foi, sem surpresa, o jogador que maior consenso gerou em redor da questão, com um total de 79 votos (57%). Seguiram-se Mariano González - quem diria! - com 42 votos (30%), Fernando com 12 (9%) e Tomás Costa com apenas 6 (4%). Pertenço à maioria que votou no admirador de tatuagens por excelência da nossa equipa.
O percurso do FC Porto nesta temporada 2008-09 foi claramente em crescendo, melhorias substanciais no seu desempenho se foram verificando à medida que o tempo ía avançando, com repercussões positivas ao nível dos resultados. Depois de um início tremido, com alguns picos de quase calamidade, Jesualdo Ferreira começou a juntar as peças e a colocá-las no sítio mais correcto. Com cada vez mais treinos, com o conhecimento entre o treinador e, sobretudo, os novos jogadores a aumentar e a consequente consolidação dos processos pretendidos pelo Professor, a equipa foi evoluindo e conseguiu dar a volta aos momentos menos bons. Numa primeira fase, manteve-se sempre ali na luta pelo primeiro lugar, para, numa fase posterior e até hoje, disparar com vitórias sucessivas e exibições a condizer, deixando a concorrência directa definitivamente para trás. Inclusivamente, na Trofa, a equipa foi capaz de igualar o record de vitórias consecutivas fora de casa, qualquer coisa como onze triunfos.
De facto, a ponta final desta equipa na Liga Sagres foi demolidora. Quando Lucho e depois Hulk se lesionaram, os anti-portistas devem ter esfregado as mãos de contentamento. Seria aquela uma excelente janela de oportunidade para que nos pudessem alcançar no topo da classificação? Benéfico para a nossa equipa não foi certamente, mas ela não tremeu. Manteve a rotação e continuou com a dinâmica de 3 pontos por jogo em andamento. Na minha opinião, um colectivo que funcione bem distingue-se dos outros pela capacidade que demonstra em manter o mesmo nível, independentemente das individualidades que estão em campo. Distingue-se pela forma como consegue suprir ausências, como é capaz de substituir um jogador por outro, sem que isso se note na sua performance. Esse trabalho cabe ao treinador e Jesualdo mostrou, mais uma vez, a sua competência na formação de equipas inteligentes.
Já o disse e repito que este FC Porto mostrou que não é excessivamente dependente de nenhum jogador em particular. O modelo está de tal forma consistente e percebido por todos os jogadores, que a falta de um ou outro não prejudica por aí além. Lucho e Hulk são grandes executantes, é certo. A qualidade de ambos provoca sempre alguma dependência, até porque, 'El Comandante' é o cérebro, a unidade que melhor pensa o futebol ofensivo portista; e Hulk, no modelo de ataques rápidos, assume um papel preponderante. Mas isso é o mesmo que dizer que o Manchester United sem Ronaldo e Rooney, o Barcelona sem Messi e Iniesta ou o Inter sem Ibrahimovic e Cambiasso não poderiam ser as mesmas equipas. É inevitável que os melhores jogadores se assumam como referências naturais, mas apenas isso. Não pode é um colectivo estar refém da utilização deste ou daquele elemento. E isso o FC Porto provou que felizmente não está.
Além do modelo estar já bem interiorizado por todos, a existência de outros jogadores categorizados é evidente que também ajudou, pois sem grandes jogadores para interpretarem um conceito de jogo, não há grandes equipas. Raúl Meireles pegou na batuta de Lucho, quando este esteve indisponível, daí a razão para ter sido considerado pela maioria dos portistas como o jogador-chave para que a equipa não saísse prejudicada pelas perdas. Aliás, penso até que, na globalidade, Meireles rendeu bastante mais que Lucho ao longo de toda a temporada. É, actualmente, um centrocampista de craveira internacional, tendo evoluído muitíssimo desde que chegou ao Dragão. Passes verticais a rasgar as defesas adversárias é com ele. Técnica individual, leitura de jogo e maturidade táctica são outros atributos que tem para oferecer.
Mariano González, até há bem pouco tempo, o eterno mal-amado das bancadas, que recebia assobios, muitas vezes injustificados, por tudo e por nada, também foi muito importante na manutenção da qualidade da equipa. Tendo já assumido um papel bastante activo desde cedo nesta época, entrou no onze titular, ora na posição 8, ora na ala direita ofensiva. Beneficiando da confiança e da aposta sistemática de Jesualdo, mandou às malvas o seu problema existencial de stress excessivo e mostrou variados predicados: inteligência, visão de jogo, sentido colectivo, disponibilidade, capacidade de assistir os colegas, participação correcta nos processos ofensivo e defensivo, etc. Sem ele, certamente que a baixa de Hulk teria sido uma dor de cabeça muito maior para o corpo técnico.
Fernando e Tomás Costa garantiram igualmente o equilíbrio da equipa, embora numa proporção menor em comparação com Meireles e Mariano. Fernando porque manteve-se exactamente com as mesmas funções que tinha. Não cambiou rigorosamente nada, nem na sua posição, nem naquilo que tinha de fazer em campo. Continuou a ser o pêndulo que já era antes das lesões de Lucho e Hulk. Tomás Costa porque, tendo tido mais oportunidades de ser titular (no lugar de Meireles, que fazia de Lucho) do que o que era suposto, foi sempre algo discreto e não foi das peças mais fundamentais. Mesmo denotando algumas limitações, é certinho, não falha muito e o seu espírito humilde agrada-me.
Para a final da Taça de Portugal com o Paços de Ferreira, Hulk já estará operacional e espera-se que Lucho também. No entanto, a forma como a equipa foi competente o suficiente para responder às suas ausências durante esta recta final do campeonato, foi uma das bases do sucesso.
O percurso do FC Porto nesta temporada 2008-09 foi claramente em crescendo, melhorias substanciais no seu desempenho se foram verificando à medida que o tempo ía avançando, com repercussões positivas ao nível dos resultados. Depois de um início tremido, com alguns picos de quase calamidade, Jesualdo Ferreira começou a juntar as peças e a colocá-las no sítio mais correcto. Com cada vez mais treinos, com o conhecimento entre o treinador e, sobretudo, os novos jogadores a aumentar e a consequente consolidação dos processos pretendidos pelo Professor, a equipa foi evoluindo e conseguiu dar a volta aos momentos menos bons. Numa primeira fase, manteve-se sempre ali na luta pelo primeiro lugar, para, numa fase posterior e até hoje, disparar com vitórias sucessivas e exibições a condizer, deixando a concorrência directa definitivamente para trás. Inclusivamente, na Trofa, a equipa foi capaz de igualar o record de vitórias consecutivas fora de casa, qualquer coisa como onze triunfos.
De facto, a ponta final desta equipa na Liga Sagres foi demolidora. Quando Lucho e depois Hulk se lesionaram, os anti-portistas devem ter esfregado as mãos de contentamento. Seria aquela uma excelente janela de oportunidade para que nos pudessem alcançar no topo da classificação? Benéfico para a nossa equipa não foi certamente, mas ela não tremeu. Manteve a rotação e continuou com a dinâmica de 3 pontos por jogo em andamento. Na minha opinião, um colectivo que funcione bem distingue-se dos outros pela capacidade que demonstra em manter o mesmo nível, independentemente das individualidades que estão em campo. Distingue-se pela forma como consegue suprir ausências, como é capaz de substituir um jogador por outro, sem que isso se note na sua performance. Esse trabalho cabe ao treinador e Jesualdo mostrou, mais uma vez, a sua competência na formação de equipas inteligentes.
Já o disse e repito que este FC Porto mostrou que não é excessivamente dependente de nenhum jogador em particular. O modelo está de tal forma consistente e percebido por todos os jogadores, que a falta de um ou outro não prejudica por aí além. Lucho e Hulk são grandes executantes, é certo. A qualidade de ambos provoca sempre alguma dependência, até porque, 'El Comandante' é o cérebro, a unidade que melhor pensa o futebol ofensivo portista; e Hulk, no modelo de ataques rápidos, assume um papel preponderante. Mas isso é o mesmo que dizer que o Manchester United sem Ronaldo e Rooney, o Barcelona sem Messi e Iniesta ou o Inter sem Ibrahimovic e Cambiasso não poderiam ser as mesmas equipas. É inevitável que os melhores jogadores se assumam como referências naturais, mas apenas isso. Não pode é um colectivo estar refém da utilização deste ou daquele elemento. E isso o FC Porto provou que felizmente não está.
Além do modelo estar já bem interiorizado por todos, a existência de outros jogadores categorizados é evidente que também ajudou, pois sem grandes jogadores para interpretarem um conceito de jogo, não há grandes equipas. Raúl Meireles pegou na batuta de Lucho, quando este esteve indisponível, daí a razão para ter sido considerado pela maioria dos portistas como o jogador-chave para que a equipa não saísse prejudicada pelas perdas. Aliás, penso até que, na globalidade, Meireles rendeu bastante mais que Lucho ao longo de toda a temporada. É, actualmente, um centrocampista de craveira internacional, tendo evoluído muitíssimo desde que chegou ao Dragão. Passes verticais a rasgar as defesas adversárias é com ele. Técnica individual, leitura de jogo e maturidade táctica são outros atributos que tem para oferecer.
Mariano González, até há bem pouco tempo, o eterno mal-amado das bancadas, que recebia assobios, muitas vezes injustificados, por tudo e por nada, também foi muito importante na manutenção da qualidade da equipa. Tendo já assumido um papel bastante activo desde cedo nesta época, entrou no onze titular, ora na posição 8, ora na ala direita ofensiva. Beneficiando da confiança e da aposta sistemática de Jesualdo, mandou às malvas o seu problema existencial de stress excessivo e mostrou variados predicados: inteligência, visão de jogo, sentido colectivo, disponibilidade, capacidade de assistir os colegas, participação correcta nos processos ofensivo e defensivo, etc. Sem ele, certamente que a baixa de Hulk teria sido uma dor de cabeça muito maior para o corpo técnico.
Fernando e Tomás Costa garantiram igualmente o equilíbrio da equipa, embora numa proporção menor em comparação com Meireles e Mariano. Fernando porque manteve-se exactamente com as mesmas funções que tinha. Não cambiou rigorosamente nada, nem na sua posição, nem naquilo que tinha de fazer em campo. Continuou a ser o pêndulo que já era antes das lesões de Lucho e Hulk. Tomás Costa porque, tendo tido mais oportunidades de ser titular (no lugar de Meireles, que fazia de Lucho) do que o que era suposto, foi sempre algo discreto e não foi das peças mais fundamentais. Mesmo denotando algumas limitações, é certinho, não falha muito e o seu espírito humilde agrada-me.
Para a final da Taça de Portugal com o Paços de Ferreira, Hulk já estará operacional e espera-se que Lucho também. No entanto, a forma como a equipa foi competente o suficiente para responder às suas ausências durante esta recta final do campeonato, foi uma das bases do sucesso.
O Raúl Meireles sempre foi um excelente jogador, mas nesta temporada a sua evolução foi evidente e assumiu-se como patrão da equipa, mesmo quando Lucho estava a jogar. Acho que Meireles fez uma época bem acima da de Lucho. Também o Mariano foi importante em muitos jogos, principalmente ao nível das assistências. É muito trapalhão, define mal muitos lances, mas é trabalhador, conquistou o Dragão a pulso e tem a minha admiração por isso. Nunca virou a cara à luta e ajudou o Porto em muitas alturas. Dois jogadores com a mentalidade certa.
ResponderEliminarVencer o Braga é o próximo objectivo.
Os melhores são sempre os mais calados e o Raul Meireles é a prova disso. Não é que os outros falem muito, é que quase ninguém fala do Raul! E ele é pendular como um relógio suiço.
ResponderEliminarE o Fernando vai-lhe no encalço.
O Meireles é como aquela engrenagem mínima e quase esquecida de uma complicada máquina, que até passa despercebida,mas se vem a mostrar essencial.
Parabéns, Raul Meireles.
O Meireles este ano só ficou mal na fotografia com o Roony, até o Aderson ficou espantado, de resto um verdadeiro Dragão que tem passado despercebido aos gurus da europa
ResponderEliminarTb eu votei em Raúl Meireles, porque foi quanto a mim, ainda que excelentemente bem apoiado por Fernando, mas tb, surpresa das surpresas, por um Mariano Gonzalez que mesmo continuando a "irritar um santo por vezes", o organizador e orientador de excelência do meio-campo portista.
ResponderEliminarEste, é um daqueles a que na grande maioria das vezes, passa despercebido, muito despercebido, mas onde o seu trabalho de sapa e de formiguinha, é de uma excelência enorme.
Raul Meireles, um exemplo a seguir... e como aqui já foi bem, muito bem dito, até a falar, ninguém ou quase ninguém o ouve... está lá, apenas para trabalhar... e falar apenas e só o necessário.
Enorme Raul Meireles!!!
Viva !
ResponderEliminarBelo Texto !
Pensei que Raúl Meireles iria ter um sufrágio quase unanime.
Para mim, Raul Meireles é um marinheiro à moda antiga.
Pena que não tivesse podido, por razões diversas e, sobretudo, porque o futebol é um jogo colectivo, se afirmar como um meia distancia.
Para mim, é um grande jogador !
E Viva o Porto !
Uma pequenina éstória: quando joguei, em 1995-96, nos iniciados do Grijó, clube aqui da minha terra (fomos Campeões Distritais da 1ª Divisão da AF Porto e subimos ao Nacional), joguei contra ele num jogo contra o Boavista (ganhámos 4-0!, contra a equipa B deles). O Raúl era iniciado ainda de 1º ano, era pequenino, muito baixinho à beira dos outros, mas já 'destrocava' futebol daqueles pés que era uma maravilha. Lembro-me bem desse jogo e de pensar 'Aquele puto loiro joga muito!' Ele na altura actuava a central, mas tinha uma técnica e uma classe a jogar que impressionava.
ResponderEliminarEra evidente que um dia havia de chegar lá acima. Quando subiu aos séniores do Boavista, lembrei-me dele e quando o FC Porto o contratou fiquei contente. É um grande jogador, muitas vezes não valorizado na justa medida.