08 setembro, 2014

PRIMEIRAS IMPRESSÕES.

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Terminou de forma muito positiva o primeiro ciclo de jogos do FC Porto versão 14/15, sobretudo a nível de resultados, já que o nível exibicional apresentado ainda esteja (como é normal!) longe dos níveis ideais pretendidos para este FC Porto.

O primeiro grande objetivo da época foi conseguido com total limpeza: o apuramento para a fase de grupos da Champions. Tal objetivo foi conseguido através de uma equipa muito consistente e extremamente focada no resultado.

Mais do que olhar para os 5 jogos já realizados, considerando apenas a vertente estatística consubstanciada nos 9 golos marcados, 0 sofridos e 9 pontos conquistados, importa após este primeiro mês de competição oficial antever aquilo que pode ser o FC Porto da presente época, nas suas virtudes, que deverão ser amplificadas, e nos seus defeitos, que urge serem mitigados ou mesmo eliminados na medida do possível, sendo que no futebol há sempre um facto importante: não há equipas perfeitas, nem imbatíveis, há sim equipas que se aproximam da perfeição.

Qualquer analise que se faça nesta altura tem de ter em consideração a altura inicial da época, as mudanças realizadas no plantel e o recomeço após a pior época do clube nos últimos 30 anos. Analisar as coisas sem este enquadramento, parece-me desonesto e com outras intenções que não uma analise séria e construtiva, como algumas que vou lendo por aí.

Como é evidente há coisas que me agradam neste FC Porto de Lopetegui, como por exemplo a consistência defensiva demonstrada, a ideia de jogo baseada em posse de bola e ataque continuado, bem como a paciência e calma que a equipa tem demonstrado em campo frente aos autocarros que tem encontrado (e que são normais, repetir-se-ão em 80% dos jogos da Liga). Porém, seria desonesto também esquecer que os adversários até aqui encontrados, com a exceção do Lille, demonstraram apenas e só uma ideia: destruir jogo e tentar deixar passar o tempo. Frente a adversários mais fortes, será necessário um FC Porto bem mais forte, mesmo nesta fase inicial da época. Arrisco a dizer que o jogo em Guimarães vem na melhor altura. Frente a uma equipa motivada pelas 3 vitórias conquistadas nas primeiras 3 jornadas, muito bem orientada e a jogar no seu reduto, será necessário um FC Porto mais forte que o que se tem visto. É importante perceber o estado de desenvolvimento do FC Porto perante um adversário mais forte.

Porém, mais do que falar nos aspetos positivos, o importante numa altura em que os resultados são positivos e tudo parece correr bem, é apontar aquilo que eventualmente pode estar menos bem para que no futuro ao primeiro desaire não se coloque tudo em causa. Perder é mau, mas perder não demonstrando o mínimo fio de jogo, nem uma ideia com pés e cabeça. É isto que eu espero que aconteça com este FC Porto. Que ao primeiro jogo que perca, possamos chegar ao fim e dizer que apesar da derrota, vê-se uma equipa com pés e cabeça, algo que NUNCA aconteceu na pretérita época, um pesadelo que ninguém quer repetir, com a exceção de um ou outro ressabiado para quem é mais importante as suas “linhas de pensamento” e o seu orgulhoso umbigo.

O modelo de jogo que Lopetegui pretende implementar tem muitas coisas que me agradam. A pressão alta, a posse de bola (nenhuma equipa do mundo sofre golos tendo a bola em sua posse) e o ataque continuado, por vezes rendilhado até de mais, raramente se vê uma bola bombeada para a área mesmo em situações de 0-0 a 20 minutos do fim. No entanto, é necessário que essa posse de bola se faça maioritariamente em zonas de maior perigo para o adversário, não abusando das trocas de bola entre os centrais e o trinco, algo que por vezes tem acontecido nestes 5 jogos.

É importante também que a equipa não tenha uma obsessão por não errar, algo que eu percebi nos 2 importantíssimos jogos com o Lille, mas que já não entendo tão bem frente a um Moreirense. A obsessão em não errar implica que se façam demasiados passes laterais e que a posse de bola não seja feita em progressão para a baliza adversária. Neste particular, considero importantes duas coisas: que se estabilize o meio-campo (Herrera é um jogador que urge valorizar e colocar na sua posição ideal de médio mais ofensivo) na medida em que não haja mudanças de jogo para jogo, e que os extremos incutam à equipa duas características que por vezes têm escasseado nesta fase inicial: velocidade e criatividade. Aqui, é incontornável que o futuro próximo passe por três jogadores-chave no sistema tático que Lopetegui pretende implementar, nomeadamente Tello, provavelmente o jogador mais rápido e tecnicista do plantel, Quaresma, um jogador de rasgo e explosão que com certeza acrescentará muito à equipa e Brahimi, um autentico quebra-cabeças para as defesas adversárias, primoroso tecnicamente, a quem é praticamente impossível tirar a bola.

Se Lopetegui conseguir retirar o máximo das potencialidades dos jogadores que tem à disposição, se conseguir construir um coletivo forte, com fio de jogo, com modelo de jogo bem identificado, se para além disso, conseguir disciplinar o muito talento que tem à disposição, inserindo-o nesse sistema coeso e seguro, estarão reunidas todas as condições para termos uma época completamente diferente da anterior, a todos os níveis.

1 comentário:

  1. Estou todo de acordo.
    Ter solidez, muita mobilidade e acima de tudo paciência vão ser o principio das muitas vitórias que nós esperamos.

    Abraço.

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