Em semana de clássico importante (mas não decisivo) em que todos desejamos seja o nosso regresso ao lugar que é do F.C. Porto por natureza, isto é, o primeiro lugar, lembro um avançado que vestiu durante seis épocas a camisola azul e branca com bastante qualidade e que ainda hoje mantém boas relações com o clube para além de continuar a ter casa em Miramar.
Michael Anthony Walsh nasceu a 13 de Agosto de 1954 em Chorley Lancashire na Irlanda. Antes de chegar a Portugal, representou o Blackpool durante 5 temporadas, o Everton e o Queens Park Rangers até ser contratado pelo Porto no início da época 1980/1981. Chegou num momento difícil do clube e para substituir a grande referência do ataque portista, Fernando Gomes, entretanto vendido ao Gijon, de Espanha, depois do tristemente célebre "Verão Quente de 1980", devido à dispensa de Pedroto por parte do então presidente Américo de Sá, e que levou à saída de Pinto da Costa e ameaças por parte dos jogadores (onde se incluiu Gomes) de não voltar ao clube. Aliás, dizem as más línguas, que Pinto da Costa foi o grande responsável pela saída de Gomes (e não só).
Walsh, para além de uma enorme simpatia como pessoa, era um jogador tipicamente britânico com um magnífico jogo de cabeça mas que sentia algumas dificuldades com a bola nos pés. Mas a sua adaptação ao futebol português foi rápida e logo na sua primeira época ao serviço do Porto, foi o melhor marcador da equipa com 14 golos embora a equipa não tenha ido além do 2º lugar no campeonato. Seguiu-se uma época menos produtiva em que foi menos utilizado uma vez que Hermann Stessl preferiu o pequenino Jacques entretanto contratado ao Braga e que até viria a tornar-se o melhor marcador do campeonato. Nessa época de 81/82 conquista o primeiro troféu pelo Porto que vence o Benfica por 4-1 nas Antas (depois de perder 2-0 na Luz) com um hat-trick precisamente de Jacques num jogo memorável e que tive a felicidade de assistir ao vivo. É bom perceber que, depois da derrota por 2-0 na Luz, os vermelhos já cantavam vitória e ainda por cima numa altura em que a equipa revelava extremas dificuldades de jogo. Até por isso, foi um grande vitória com um sabor magnífico.
Com a chegada de Pinto da Costa à presidência, regressa Pedroto e também Gomes mas Mikey Walsh mantém-se como elemento decisivo na equipa do Porto conseguindo na época 82/83 o seu melhor registo com 15 golos mas o Porto volta a ficar em segundo no campeonato e a perder a final da Taça. E na época de 83/84 volta a ser menos utilizado mas tem o seu momento de glória em Donetsk, na Ucrânia, nos quartos de final da Taça das Taças quando marca de cabeça um magnífico golo a cerca de 15 minutos do final do jogo e coloca o Porto nas meias finais desta competição onde chegaríamos pela primeira vez a uma final europeia. Final europeia que perdemos contra a Juventus e onde Walsh entrou para o lugar de Jaime Magalhães a meio da 2ª parte ajudando a "sufocar" os italianos embora sem o sucesso desejado. Nesse ano o Porto conquistou a Taça de Portugal e foi o verdadeiro começo do Porto que hoje conhecemos. Nas duas temporadas seguintes, já com Artur Jorge como treinador, Mike Walsh teve algumas lesões e foi ainda menos utilizado pois o Porto dispunha de grandes avançados como Futre, Gomes, Jacques e depois Juary e Madjer tendo marcado poucos golos mas conseguindo ser bicampeão nacional.
Deixou o Porto na temporada de 86/87, já com 31 anos, mas manteve-se em Portugal e representou nos anos seguintes Salgueiros Espinho e Rio Ave onde foi treinador-jogador. Curiosamente, depois da sua saída de Inglaterra com 25 anos, só jogou futebol em Portugal. Representou a sua selecção em 21 ocasiões tendo apontado alguns golos entre os quais um que deu a vitória à Irlanda sobre a Rússia e que permitiu que o seu país estivesse na fase final do Mundial 86.
Fora dos relvados, Mike Walsh foi notícia de telejornais por, em 28 de Janeiro de 1985, ter sido pai de quadrigémos (um rapaz e três raparigas). Aliás, nasceram no dia a seguir a um Benfica - Porto que o Porto ganhou 1-0 com golo de Gomes (e que eu assisti ao vivo). Mal acabou o jogo, meteu-se num avião para Londres para poder assistir ao parto. Se pensarmos que ter quadrigémeos e sobreviverem todos ainda hoje é difícil, há 25 anos era-o ainda mais mas até aí triunfou e todos os seus filhos singraram na vida. Hoje, é um agente de jogadores apesar de não se conhecerem grandes negócios mas trabalha também na área do turismo desportivo.
Michael Anthony Walsh nasceu a 13 de Agosto de 1954 em Chorley Lancashire na Irlanda. Antes de chegar a Portugal, representou o Blackpool durante 5 temporadas, o Everton e o Queens Park Rangers até ser contratado pelo Porto no início da época 1980/1981. Chegou num momento difícil do clube e para substituir a grande referência do ataque portista, Fernando Gomes, entretanto vendido ao Gijon, de Espanha, depois do tristemente célebre "Verão Quente de 1980", devido à dispensa de Pedroto por parte do então presidente Américo de Sá, e que levou à saída de Pinto da Costa e ameaças por parte dos jogadores (onde se incluiu Gomes) de não voltar ao clube. Aliás, dizem as más línguas, que Pinto da Costa foi o grande responsável pela saída de Gomes (e não só).
Walsh, para além de uma enorme simpatia como pessoa, era um jogador tipicamente britânico com um magnífico jogo de cabeça mas que sentia algumas dificuldades com a bola nos pés. Mas a sua adaptação ao futebol português foi rápida e logo na sua primeira época ao serviço do Porto, foi o melhor marcador da equipa com 14 golos embora a equipa não tenha ido além do 2º lugar no campeonato. Seguiu-se uma época menos produtiva em que foi menos utilizado uma vez que Hermann Stessl preferiu o pequenino Jacques entretanto contratado ao Braga e que até viria a tornar-se o melhor marcador do campeonato. Nessa época de 81/82 conquista o primeiro troféu pelo Porto que vence o Benfica por 4-1 nas Antas (depois de perder 2-0 na Luz) com um hat-trick precisamente de Jacques num jogo memorável e que tive a felicidade de assistir ao vivo. É bom perceber que, depois da derrota por 2-0 na Luz, os vermelhos já cantavam vitória e ainda por cima numa altura em que a equipa revelava extremas dificuldades de jogo. Até por isso, foi um grande vitória com um sabor magnífico.
Com a chegada de Pinto da Costa à presidência, regressa Pedroto e também Gomes mas Mikey Walsh mantém-se como elemento decisivo na equipa do Porto conseguindo na época 82/83 o seu melhor registo com 15 golos mas o Porto volta a ficar em segundo no campeonato e a perder a final da Taça. E na época de 83/84 volta a ser menos utilizado mas tem o seu momento de glória em Donetsk, na Ucrânia, nos quartos de final da Taça das Taças quando marca de cabeça um magnífico golo a cerca de 15 minutos do final do jogo e coloca o Porto nas meias finais desta competição onde chegaríamos pela primeira vez a uma final europeia. Final europeia que perdemos contra a Juventus e onde Walsh entrou para o lugar de Jaime Magalhães a meio da 2ª parte ajudando a "sufocar" os italianos embora sem o sucesso desejado. Nesse ano o Porto conquistou a Taça de Portugal e foi o verdadeiro começo do Porto que hoje conhecemos. Nas duas temporadas seguintes, já com Artur Jorge como treinador, Mike Walsh teve algumas lesões e foi ainda menos utilizado pois o Porto dispunha de grandes avançados como Futre, Gomes, Jacques e depois Juary e Madjer tendo marcado poucos golos mas conseguindo ser bicampeão nacional.
Deixou o Porto na temporada de 86/87, já com 31 anos, mas manteve-se em Portugal e representou nos anos seguintes Salgueiros Espinho e Rio Ave onde foi treinador-jogador. Curiosamente, depois da sua saída de Inglaterra com 25 anos, só jogou futebol em Portugal. Representou a sua selecção em 21 ocasiões tendo apontado alguns golos entre os quais um que deu a vitória à Irlanda sobre a Rússia e que permitiu que o seu país estivesse na fase final do Mundial 86.
Fora dos relvados, Mike Walsh foi notícia de telejornais por, em 28 de Janeiro de 1985, ter sido pai de quadrigémos (um rapaz e três raparigas). Aliás, nasceram no dia a seguir a um Benfica - Porto que o Porto ganhou 1-0 com golo de Gomes (e que eu assisti ao vivo). Mal acabou o jogo, meteu-se num avião para Londres para poder assistir ao parto. Se pensarmos que ter quadrigémeos e sobreviverem todos ainda hoje é difícil, há 25 anos era-o ainda mais mas até aí triunfou e todos os seus filhos singraram na vida. Hoje, é um agente de jogadores apesar de não se conhecerem grandes negócios mas trabalha também na área do turismo desportivo.
é das primeiras recordações que tenho de jogadores do Porto.
ResponderEliminarcoincidiu com a altura em que comecei a ver futebol
.
ResponderEliminarNão tenho grandes recordações, mas segundo reza a história, parece ter sido um bom jogador que passou pelo nosso Club!
ResponderEliminarBIBÓ PORTO
Grandes recordações de um ponta de lança com um jogo aéreo fantástico.
ResponderEliminarRecordar é viver! Grande Walsh!
Eu apenas me lembro dele em cadernetas de cromos uma vez que estava, em termos que, a nascer, no início da década de oitenta! :)
ResponderEliminarNo entanto, sei que continua pelo Porto, pois ainda esta semana um amigo meu tomou uma "pint" de cerveja com ele junto à Ribeira! Continua por cá porque adora o nosso "Sol a bater no granito" (palavras suas).
Abraço
Memórias de Walsh não são tão lúcidas quando desejaria, mas relembro bem desse, ainda que eu fosse muita pequenino... foi um daqueles nomes que sempre me ficou na retina, simpatizei logo à primeira e até era um dos meus nomes preferidos para «vestir a pele», nos tempos das futeboladas da escolinha com os amigos, quando eu me armava em «Mike Walsh», mas de tão cepo que era com a bola nos pés, só tinha mesmo era a fama, porque o resto, era um ai jesus ;D
ResponderEliminarDe facto, o jogo que mais recordo com lucidez dele, foi numa célebre 1/2 final (ou terá sido 1/4 final?) da taça de portugal, nas antas, com o Sporting, onde choveu até aos píncaros durante todo o santo jogo, em que este entrou, e se a memória não me atraiçoa, até marcou um dos golos.
Que saudades dos (bons) velhos tempos... ainda bem que esses «bons», ainda hoje se mantém e até suplantaram o mais belo sonho d'um Portista.
Mike Walsh, para mim, sempre uma memória recordada com um sentimento muito especial!
O que me recordo dele são os golos de cabeça que marcava com muita técnica e do bigode sempre muito bem aparado. Óptima recordação desse Irlandês tranquilo.
ResponderEliminarGrande jogador com um jogo aéreo notável.Vi muitos jogos dele.
ResponderEliminarMarcou uns bons golos por nós, profissional,simpático, uma pessoa que deixou saudades.
Que jeito dava um igual a ele agora...
Viva !
ResponderEliminarAgradeço a memória.
Para mim, Walsh dignificou o FC Porto e o futebol.
Um jogador que compreendia que o futebol era um jogo colectivo e não cruzamentos de pézinhos sem sapatinhos de dança.
Vi-o jogar várias vezes. Jogava para o colectivo.
Não barafustava com árbitros e procurava sempre estar presente no espaço que lhe era atribuido. Não perdia tempo pois a reclamar por e tudo e por nada como alguns. O importante era posicionar-se. Jogava para o colectivo. E o futebol é um desporto colectivo.
Um exemplo !
Dizem que era fraco dos pés. Não acho !
Tem piada : Eu pensava e tinha lido, na altura, que a sua esposa tinha tido seis gémeos e não quatro. Talvez a minha memória me falhe.
Mais uma vez : Obrigado pela lembrança !
E Viva o Porto !
Tem razão, a esposa do Mike Walsh teve mesmo 6 gêmeos. Se agora são só 4 , é porque faleceram 2.
ResponderEliminar