08 dezembro, 2009

Vitórias a “feijões”… dão prestígio e milhões!

O desespero parecia instalado, as vozes uníssonas de tragédia, ecoavam como bolas nos postes, a equipa praticava um futebol desigual, onde qualquer semelhança com bom futebol era pura coincidência, de repente, uma dúzia de minutos mostravam um Dragão avassalador, onde mesmo sem Hulk, as transições voltavam a irromper, semeando desnorte em defesa alheia.

O futebol é isto, uma irrealidade, feita de contrastes radicais, onde nem tudo é mau, e o bom é sempre pouco para os demais.

O sucedâneo de ciclos competitivos, nem sempre propicia tempo de treino capaz de curar feridas tácticas, que nos afastam de rendimentos superiores.

Em semana de Champions, o cariz volta a ser, o de crescer a jogar e como tal a última jornada da liga milionária, tem para Colchoneros e Dragões, uma similaridade pertinente, a de comprovar a retoma interna de ambos.

Para além da expressão financeira que significa 800 mil euros, as motivações de ambos os conjuntos apontam a questões desportivas, como significância maior no processo evolutivo.

Em Madrid, 3 pontos para os da casa significam o atingir do objectivo mínimo, passando a ter a Liga Europa, como montra maior de uma época que tem sido a todos os títulos decepcionante.

Num Grupo onde desportivamente o acesso aos 1/8 de final, cedo ficou escalonado, os Espanhóis lutam ainda pela continuidade uefeira, tendo no mínimo que garantir um resultado idêntico ao do Apoel em Londres.

Dos Rojiblancos de Abel Resino, restam ainda múltiplas facetas, desde uma equipa que parece um autentico amontoado de personalidades díspares, há quem os considere mesmo um despropósito como expressão máxima de equipa. Lacunas, mais que muitas, defensivamente um colapso a cada rasgo de velocidade, por cima por baixo, muitas são as bolas que acabam a conhecer o fundo das redes de Asenjo.

Estrategicamente, o 4x4x2 losango de Quique Flores, poucas mutações trouxe ao jogo Colchonero, e nem mesmo a inclusão de Reyes, renovou a ideia de um futebol feito de pouco critério construtivo, ou capaz de quer pelas alas, quer pelo centro, servir de forma contundente uma das melhores duplas avançadas, Aguero/Forlan.

O novo desenho carece ainda de maior mecanização no entanto é já plataforma de sucesso, criando ideia sustentada de capacidade ofensiva, onde a dupla sul-americana mostra efectividade, fazendo crescer o bornal de ponto e retirando a equipa das últimas posições da tabela em Espanha.

Paulatinamente, e pior seria impossível, os pupilos de Quique vão exponenciando tacticamente a grande qualidade técnica individual que têm sobretudo do miolo para a frente.

Se é possível encontrar pontos comuns neste Atlético, bem menos serão os pontos comuns entre este FC Porto e o que visitou o Vicente Calderon a 24 de Fevereiro de 2009, começando desde logo pelo carácter não decisivo, que o confronto não tem, para as cores azuis e brancas.

Assim para os Dragões, a jornada vale por ser tempo de encaixar dinheiro e granjear prestigio, não deixando de ser neste processo de retoma, um jogo de novas oportunidades para algumas unidades.

Mesmo sabendo que raramente os Rojiblancos, cedem perante os seus aficionados, os Dragões costumam dar-se bem com os ares em terras de nuestros hermanos, o que acalenta esperanças num desempenho competente onde se evidencie capacidade em defender alto, resgatando predicados colectivos, solidificando intensidade e explosividade nas acções de transição.

A contenda pode muito bem evidenciar aquilo que é ainda hoje uma incerteza, mesmo depois do arrojo exibicional no Berço, este FC Porto é bem capaz de mostrar um lado ainda curto para a Champions, baralhando-se ainda na frequência das intensidades e ritmos europeus, talvez por isso esta fosse uma boa jornada para que o 4x3x3 se moldasse a estratégias e nuances mais imaginativas e menos constrangidas aos factores de velocidade mas sempre com intenção de surpreender o adversário.

O onze apresentará alterações, ate pela certeza da inclusão de Maicon, na frente a ideia é que a disponibilidade do tridente se alie a mobilidade, sempre tendo em mente a ideia de serem a 1ª barreira defensiva e darem ao conjunto a saudosa largura de pressing em busca da bola.

E como a partida não aquece, nem arrefece, há mais uns quantos nomes que Jesualdo não se importou de lançar como parte de uma equipa organizada e personalizada, Hulk, Helton, Fucile, Varela e Fernando, são meia equipa, ou outros ficam no segredo dos Deuses, sobrando pouco espaço para grandes surpresas.

Em suma os Colchoneros podem viver hoje melhor com a velocidade e efectividade do seu ataque, podem ate estar de moral em alta, mas que ninguém negue que este Dragão cresceu em disponibilidade física e/ou espírito de sacrifício, o que por certo lhes alimenta desejos de vitória, mesmo num jogo em que os “feijões”, valem milhões.

LISTA OFICIAL DE CONVOCADOS
Guarda-redes: Helton e Beto
Defesas: Miguel Lopes, Maicon, Álvaro Pereira, Sapunaru, Fucile e Bruno Alves
Médios: Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Valeri, Fernando, Rodríguez e Mariano
Avançados: Hulk, Varela, Farias e Falcão.

4 comentários:

  1. Como dizia a minha Santa avó, que o Porto ganhe e que ninguém se aleije.

    Mais importante que o prestígio, que vai e vem, ou que o dinheiro, é a confiança que foi recuperada e não convinha nada que se perdesse agora...

    Um abraço

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  2. É paga ganhar. Ponto 1.

    Uma equipa que é uma crónica participante na Champions tem que ter esta cultura de vitória. Vencer, em qualquer lado, mesmo quando o apuramento a isso já não obriga.

    Acho determinante que eles saibam que, para além dos pontos, estão em jogo:
    - vários milhões, importantes para a tesouraria portista;
    - prestígio, não fosse o jogo televisionado para Espanha, mercado apetecível e onde se aferirá do poder deste Dragão.

    Por isso, mais do que pedir, é exigível uma postura de acordo com o que é o Porto. E, de preferência, que tragam a vitória.

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  4. Jesualdo: «Um jogo da UEFA Champions League tem sempre a mesma responsabilidade quando o FC Porto entra em campo. Creio até que este tem responsabilidades acrescidas, pois estamos a falar do FC Porto, do prestígio do clube, do prestígio do país, do prestígio dos jogadores e, claro, de questões relacionadas com dinheiro»

    FORÇA MÁGICO PORTO

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