20 dezembro, 2009

Clássico... um jogo de Sonhos!!!

Era uma vez, por terras do Pai Natal! Sem tempo para sentir frio, o lúdico e o frenesim do labor na oficina mágica dos brinquedos, eram garantia de um bom prelúdio de Natal.

Todos os anos era a mesma azáfama, um contra relógio, não havia mãos a medir, naquele que é considerado o Mundo de todos os desejos e sonhos, não se falava de outra coisa. Na última semana o burburinho, havia aumentado de tom, não havia uma só personagem, desse mundo encantado, que não murmurasse acerca do “clássico”.

Era o duelo mais aguardado da Liga de jogos virtuais no Pais das Fantasias, também por aqui o futebol era Rei.

O Domingo reservava um esgrimir de forças entre Rudolfo, a rena de nariz lampião, e um velhinho de barbas brancas, cuja sua maior tristeza, era a de uma vez por ano ter de despir as suas nobres vestes e trajar de vermelho, mesmo que por poucas horas fosse.

Rivais de longa data, as 2 figuras haviam já perdido a conta ao número de vezes que se haviam defrontado em tira teimas e luta pela supremacia futebolística em tal liga. Época após época repetiam-se as contendas, já haviam experimentado os matraquilhos como forma de confronto, o suboteo, e a sua mesa já haviam sido palco de enormes jogatanas.

Desta vez não seria diferente, alguns handicaps tornavam o confronto sempre uma incógnita, o factor casa garantia a Rudolfo a escolha do divertimento em que se degladiariam pela vitória.

O advento tecnológico notava-se cada vez mais em solo de fantasia, o boom era evidente, a lufa-lufa no armazém dos vídeo games, comprovava a tendência no mercado dos sonhos.

Rudolfo, há muito se rendera as evidências, não enjeitava o conforto do GPS na noite de 24 Dezembro e nos últimos tempos, onerava-se mestre das tácticas, tal era a opulência com que brindava outros visitantes e os goleava no Footbal Manager.

O Decano velhinho, que tinha no Azul das auroras boreais a sua força e inspiração, não se dava mal com o choque tecnológico, mas ano após ano via-se confrontado com um mesmo problema, pedidos e prendas de última hora levavam-lhe o que de melhor tinha, obrigando-o a resetar e reiniciar novos processos de up-grade.

Com o estábulo lotado, o nariz tinto, havia convidado inúmeros habitantes do Circulo Polar Árctico, amontoados em frente ao LCD topo de gama de largas polegadas, esperavam pelo início das hostilidades.

O dono do trenó mais famoso do planeta, chegou cedo, cercado de fiéis seguidores, logo percebeu a tarefa que o esperava, Rodolfo não havia feito por menos, 1 Playstation 3 slim, 2 comandos e o FIFA 10, era uma jogabilidade cada vez mais realística, mesmo que a vitória não desse a qualquer um deles a possibilidade de reinar.

Alguns minutos prévios de habituação mútua a nova realidade, o dono da casa mostrava altivez num ou outro comentário, mas notava-se que a confiança estava abalada, a força mental do lado azul havia tolhido o efeito rolo compressor.

O ambiente electrizante ajudava ao amenizar de temperaturas siberianas, repentinamente Rodolfo mostrou-se apreensivo, ao passar no menu do jogo, as opções para tapete verde não mostravam um relvado capaz…não começava bem o Clássico.

O anfitrião percorria agora as opções dos esquemas tácticos e os melhores nomes para lhe darem corpo, no entanto havia algo que o condicionava, vários jogadores apareciam interrogados e limitavam-lhe a possibilidade de escolha, aumentava a intensidade no ruminar da sua pastilha elástica. Meses a fio a preparar-se, horas de sono perdidas esmiuçando os conteúdos do jogo e agora a Playstation virava-se contra ele.

Dedilhava tecla atrás de tecla, o Guarda-redes conseguia escolher bem, a linha de 4 defesas (ou será 4 em linha), não era costume ter laterais de raiz, hoje teria de ser igual, como se não bastasse, as unidades que havia escolhido rumo ao estrelato para a zona nevrálgica, habitual sector ofensivo e zona criativa por excelência tinha interrogações de sobra e só na frente parecia poder contar com a perícia e codicia pelo golo da dupla do costume.

Interrogações a parte, a Rena de nariz luzidio, escolhe o 4x1x3x2, que dissimula o 4x4x2 losango, tendo pelo menos em Javi, um farol para unir as linhas, e mesmo que o centro do terreno não se preencha com os habituais titulares, esta garantida a sociedade que permite o estereotipado movimento de Cardozo como elemento fixo de área, com Saviola a baixar em movimentos interligados na perspectiva de arrastar defesas e criar superioridade conectando-se à geometria do jogo nos espaços entrelinhas, sobretudo no espaço dos centrais e pivot defensivo.

Do lado forasteiro, ainda que na máxima força, primava-se pelas habituais dúvidas da fartura, se nas linhas mais recuadas não havia nada a mudar, já do miolo para a frente a dificuldade era misturar tudo muito bem, mesclar, explosividade, criatividade, poder de fogo sem perder capacidade de equilíbrio, deitando olho aos movimentos, que melhor se executavam no comando Pad dos vídeo jogos, as transições, onde a verticalidade era imagem de um futebol com sentido de baliza.

Dali para a frente ambos esperavam que os seus eleitos não subvertessem dinâmicas, se seguissem como sombras, emparelhando duelos físicos e de iniciativas 1x1, cruzando vectores de circulação de bola, criando linhas de passe, sistematizando princípios como expressão máxima de organização de jogo.

Os anteriores Clássicos haviam sido assim, feitos de rigor táctico, Rodolfo esperava um corte com o passado, afinal tinha prometido a ele próprio uma evolução de jogo para o dobro desde que tinha a PS3, como elemento de mesinha de cabeceira. Já o seu opositor do lado, esperava que a cultura táctica 4x3x3 e mística azul e branca coroassem o colectivo como herói discreto, mas imprescindível para o garantir dos 3 pontos.

Estas eram aquelas partidas onde a cada minuto o cariz do jogo mudava, a história reescrevia guiões tácticos, as vezes de futebol curto e linear, outras de relâmpagos e fogachos futebolísticos. Os dados estavam lançados o cérebro da máquina virtual começava a processar a informação dos técnicos do mundo paralelo, ninguém conseguia disfarçar, era impossível conter as emoções, eu se lá estivesse, diria ao Pai Natal… Dragões, vamos a eles que nem Tarzões!!!

LISTA DE CONVOCADOS OFICIAL
Guarda-redes: Helton e Beto.
Defesas: Sapunaru, Fucile, Bruno Alves, Rolando, Nuno André Coelho e Álvaro Pereira.
Médios: Fernando, Raul Meireles, Guarín, Belluschi, Mariano e Rodríguez.
Avançados: Falcao, Hulk, Varela e Farías.

5 comentários:

  1. Se perdemos - que o Diabo seja surdo e mudo -, que não seja por não ousarmos ganhar.

    Força Porto!

    Um abraço

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  2. são 10:45... tá na hora de «assaltar» Marrocos, mai'nada!

    E faço das palavras do VilaPouca... minhas!!

    Bamos a eles que nem Dragões!!!

    Fui...

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  3. O' meninos... O que vem a ser essa "saída" de (se perdermos) ? Nem por sombras ! Entre perder e ganhar tb haveria a possibilidade de empate ,o qual simplesmente deixaria tudo igual. Mas igual não tem interesse !
    Para o Sul é que eses gajos estão à nossa espera ... e nem seria a 1ª nem a ultima vez que lá vamos "tirar-lhes o sarampo" ... P'ra tras , nem para fazer lanço ! Vamos p'ra cima deles !

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  4. Aquele nervoso miudinho, impede-me de tecer muitos comentários, mas de uma coisa estou certo, a vitória será nossa.
    Biboportocarago.

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  5. Viva !

    Gostei bem do texto.

    Penso que vou poder ver o jogo.

    Quanto ao jogo : Não se trata de nenhuma final. Calma, pois !

    Vamos esperar e ver !

    Estou confiante !

    E Viva o Porto !

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