Álvaro Magalhães nasceu no Porto, em 1951. Começou por publicar poesia no início dos anos 80 e, em 1982, publicou o seu primeiro livro para crianças, intitulado História com muitas Letras. Desde então construiu uma obra singular e diversificada, que conta actualmente com mais de três dezenas de títulos e integra contos, poesia, narrativas juvenis e textos dramáticos.
Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência da sua obra, Álvaro Magalhães foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura, logo desde o início da sua carreira literária.
Considerado um dos mais importantes escritores da sua geração, pela originalidade e singular irreverência da sua obra, Álvaro Magalhães foi várias vezes premiado pela Associação Portuguesa de Escritores e pelo Ministério da Cultura, logo desde o início da sua carreira literária.
De Álvaro Magalhães também se conhece a sua paixão pelo futebol e em particular pelo nosso mágico FC Porto por quem sofre desde criança. Escreve aos domingos no JN uma crónica sobre futebol que sigo muito atentamente e que aconselho a todos os leitores deste espaço.
Muito simpaticamente aceitou esta minha solicitação e por isso podem ler, de seguida, a entrevista com o Escritor Álvaro Magalhães, uma personalidade que muito admiro.
Muito simpaticamente aceitou esta minha solicitação e por isso podem ler, de seguida, a entrevista com o Escritor Álvaro Magalhães, uma personalidade que muito admiro.
ENTREVISTA EXCLUSIVA
- Desde quando surgiu essa sua paixão pelo FC Porto?
O meu pai era boavisteiro e levava-me pela mão a ver os jogos ao Bessa, mas não conseguiu convencer-me. Pedi-lhe para ser sócio do FC Porto e ele fez-me a vontade. Porquê? Não sei. Nunca se sabe quando, como ou porque nasce uma paixão. No meu caso, só sei que começou muito cedo, ainda antes de aprender a ler ou escrever.
- O que sente a defender o FC Porto na Comunicação Social, nomeadamente, na crónica que assina no JN (que, diga-se, sigo quase religiosamente)?
Não escondo a minha condição de adepto do FC Porto para não enganar ninguém, mas tento fazer mais do que defender o FC Porto e erguer uma interpretação da nossa realidade futebolística geral. Sou um estudioso do jogo e já publiquei um ensaio sobre as origens e motivações internas, algo entre a antropologia e a sociologia (História Natural do Futebol) e gostava de falar mais dessas coisas, mas a actualidade sobrepõe-se sempre e acabo a tratar os assuntos mais correntes, que são também os que mais interessam aos leitores.
- O Álvaro Magalhães vê-se de alguma forma a desempenhar no futuro um cargo no FC Porto?
Não me vejo a exercer outro cargo além deste: adepto comum. Não desejo nem espero mais nada, nem me parece que haja posição mais honrosa do que a de simples adepto. Os adeptos leais, abnegados, fiéis, são, com os jogadores, o melhor do futebol. O resto…
- Qual a sua opinião sobre a frieza e indiferença com que Rui Rio trata o FC Porto? Sendo o FC Porto um dos maiores vectores de afirmação da Cidade Invicta não há aqui uma ingratidão absoluta?
Não se compreende, sendo o clube um símbolo da cidade e uma imagem eloquente da sua afirmação. Talvez seja um caso único, raro é, mas este presidente é um inimigo moral (e mortal) do futebol. E da cultura também. Corridas de automóveis, piruetas de aviões, concertos de música pimba, isso sim, é com ele. Mas os presidentes de câmara passam, e os grandes clubes ficam
- Como são as horas seguintes do Álvaro depois de uma derrota num jogo importante?
Por vezes, se estiver em casa, adormeço no sofá, para desligar da realidade. Outras vezes refugio-me na criação literária, também para afastar a realidade da minha cabeça. Se vier do estádio, desabafo com os amigos.
- Concorda comigo quando digo que alguma Comunicação Social tem encetado nos últimos tempos uma perseguição ao FC Porto e ao seu Presidente como nunca havíamos assistido? Quais os verdadeiros interesses desta gente?
Não é só a Comunicação Social, como se sabe. Os interesses são claros: atingir, através dele, o F.C.Porto e a sua hegemonia insuportável (para eles, é claro) do futebol português.
- Qual a vitória do FC Porto que mais o entusiasmou ?
A de Viena, por ser a primeira Liga dos Campeões, foi a mais marcante, a de Gelsenkirschen, a única a que assisti ao vivo, foi comovente, mas a mais entusiasmante e intensa foi a final de Sevilha.
- Escreva-nos o seu onze ideal da história do Porto.
Siska, Virgilio, Miguel Arcanjo, Ricardo Carvalho e Branco, Pavão, Hernâni, Cubillas, Oliveira, Pinga e Jardel.
- Dê-nos a sua opinião sobre estes 5 nomes da nossa história:
Pinto Costa: O melhor presidente de sempre. Criou uma nova era, a Era do Dragão, com uma sucessão impensável de títulos nacionais e internacionais.
Vítor Baía: um dos melhores guarda-redes de sempre, herdeiro da linhagem de Siska, Acurcio, Barrigana, Américo… Tem o estatuto de símbolo e, no futuro, pode ser o que quiser dentro do clube.
Jorge Costa: o último grande “jogador à Porto”. Já não há disso. Espera-se que cresça como treinador para poder ser um dia também um “treinador à Porto”, espécie de treinador-residente ou treinador-vitalício (pois, o nosso Ferguson).
Pedroto: um treinador providencial, que mudou mentalidades, sobretudo isso. Corajoso e arrojado, é um “histórico”, que mudou uma página. Serviu o clube como grande jogador e, depois, como grande treinador, o que também é muito raro.
Mourinho: Sorte nossa ele ter cá caído quando ainda não era “special one”. As duas vitórias na Taça UEFA e na Liga dos Campeões foi um feito incrível e só por isso ele ficará na história do clube. Foi pena ter saído de um modo tão frio e lamentável.
- Um comentário a este tricampeonato ganho esta época.
Os últimos campeonatos, ganhos à sombra do Apito Dourado e do Apito Final têm sido os mais saborosos de todos. Quanto mais apitam, mais nós ganhamos. Este campeonato foi melhor ainda pela diferença de pontos, que foi arrasadora e humilhou a concorrência.
- Acha que toda esta envolvência do apito dourado tem condicionado as arbitragens dos jogos do FC Porto?
Só um cego (ou um benfiquista) é que não vê isso. E prevejo um próximo ano ainda mais complicado.
- Costuma visitar blogs desportivos? Já conhecia o nosso? Uma palavra para os nossos leitores.
Não sou grande frequentador, confesso, embora já tivesse visitado alguns (o vosso também). Leio mais jornais e revistas (todos, se me deixarem).
Um abraço,
Álvaro Magalhães.
O meu pai era boavisteiro e levava-me pela mão a ver os jogos ao Bessa, mas não conseguiu convencer-me. Pedi-lhe para ser sócio do FC Porto e ele fez-me a vontade. Porquê? Não sei. Nunca se sabe quando, como ou porque nasce uma paixão. No meu caso, só sei que começou muito cedo, ainda antes de aprender a ler ou escrever.
- O que sente a defender o FC Porto na Comunicação Social, nomeadamente, na crónica que assina no JN (que, diga-se, sigo quase religiosamente)?
Não escondo a minha condição de adepto do FC Porto para não enganar ninguém, mas tento fazer mais do que defender o FC Porto e erguer uma interpretação da nossa realidade futebolística geral. Sou um estudioso do jogo e já publiquei um ensaio sobre as origens e motivações internas, algo entre a antropologia e a sociologia (História Natural do Futebol) e gostava de falar mais dessas coisas, mas a actualidade sobrepõe-se sempre e acabo a tratar os assuntos mais correntes, que são também os que mais interessam aos leitores.
- O Álvaro Magalhães vê-se de alguma forma a desempenhar no futuro um cargo no FC Porto?
Não me vejo a exercer outro cargo além deste: adepto comum. Não desejo nem espero mais nada, nem me parece que haja posição mais honrosa do que a de simples adepto. Os adeptos leais, abnegados, fiéis, são, com os jogadores, o melhor do futebol. O resto…
- Qual a sua opinião sobre a frieza e indiferença com que Rui Rio trata o FC Porto? Sendo o FC Porto um dos maiores vectores de afirmação da Cidade Invicta não há aqui uma ingratidão absoluta?
Não se compreende, sendo o clube um símbolo da cidade e uma imagem eloquente da sua afirmação. Talvez seja um caso único, raro é, mas este presidente é um inimigo moral (e mortal) do futebol. E da cultura também. Corridas de automóveis, piruetas de aviões, concertos de música pimba, isso sim, é com ele. Mas os presidentes de câmara passam, e os grandes clubes ficam
- Como são as horas seguintes do Álvaro depois de uma derrota num jogo importante?
Por vezes, se estiver em casa, adormeço no sofá, para desligar da realidade. Outras vezes refugio-me na criação literária, também para afastar a realidade da minha cabeça. Se vier do estádio, desabafo com os amigos.
- Concorda comigo quando digo que alguma Comunicação Social tem encetado nos últimos tempos uma perseguição ao FC Porto e ao seu Presidente como nunca havíamos assistido? Quais os verdadeiros interesses desta gente?
Não é só a Comunicação Social, como se sabe. Os interesses são claros: atingir, através dele, o F.C.Porto e a sua hegemonia insuportável (para eles, é claro) do futebol português.
- Qual a vitória do FC Porto que mais o entusiasmou ?
A de Viena, por ser a primeira Liga dos Campeões, foi a mais marcante, a de Gelsenkirschen, a única a que assisti ao vivo, foi comovente, mas a mais entusiasmante e intensa foi a final de Sevilha.
- Escreva-nos o seu onze ideal da história do Porto.
Siska, Virgilio, Miguel Arcanjo, Ricardo Carvalho e Branco, Pavão, Hernâni, Cubillas, Oliveira, Pinga e Jardel.
- Dê-nos a sua opinião sobre estes 5 nomes da nossa história:
Pinto Costa: O melhor presidente de sempre. Criou uma nova era, a Era do Dragão, com uma sucessão impensável de títulos nacionais e internacionais.
Vítor Baía: um dos melhores guarda-redes de sempre, herdeiro da linhagem de Siska, Acurcio, Barrigana, Américo… Tem o estatuto de símbolo e, no futuro, pode ser o que quiser dentro do clube.
Jorge Costa: o último grande “jogador à Porto”. Já não há disso. Espera-se que cresça como treinador para poder ser um dia também um “treinador à Porto”, espécie de treinador-residente ou treinador-vitalício (pois, o nosso Ferguson).
Pedroto: um treinador providencial, que mudou mentalidades, sobretudo isso. Corajoso e arrojado, é um “histórico”, que mudou uma página. Serviu o clube como grande jogador e, depois, como grande treinador, o que também é muito raro.
Mourinho: Sorte nossa ele ter cá caído quando ainda não era “special one”. As duas vitórias na Taça UEFA e na Liga dos Campeões foi um feito incrível e só por isso ele ficará na história do clube. Foi pena ter saído de um modo tão frio e lamentável.
- Um comentário a este tricampeonato ganho esta época.
Os últimos campeonatos, ganhos à sombra do Apito Dourado e do Apito Final têm sido os mais saborosos de todos. Quanto mais apitam, mais nós ganhamos. Este campeonato foi melhor ainda pela diferença de pontos, que foi arrasadora e humilhou a concorrência.
- Acha que toda esta envolvência do apito dourado tem condicionado as arbitragens dos jogos do FC Porto?
Só um cego (ou um benfiquista) é que não vê isso. E prevejo um próximo ano ainda mais complicado.
- Costuma visitar blogs desportivos? Já conhecia o nosso? Uma palavra para os nossos leitores.
Não sou grande frequentador, confesso, embora já tivesse visitado alguns (o vosso também). Leio mais jornais e revistas (todos, se me deixarem).
Um abraço,
Álvaro Magalhães.
Este ilustre Portista, um excelente Escritor que já visitou uma escola da minha Freguesia (Vilar do Pinheiro, concelho de Vila Conde) demonstrou extrema simpatia e disponibilidade logo se dispondo a responder à minha solicitação.
ResponderEliminarA crónica q assina aos domingos no JORNAL NOTICIAS é imperdível. Os Portistas e não só têm ali, semanalmente, material absolutamente delicioso!
Primeiro que tudo, destacar a natural simpatia e total disponibilidade demonstrada pelo ilustre escritor, Álvaro Magalhães, que, mais uma vez, nos presentou com sábias palavras no que toca ao nosso FC Porto.
ResponderEliminarPor esses «5 minutinhos» de atenção que nos presenteou, um especial agradecimento.
Depois, relevar mais uma excelente pesca submarina do nosso «el comandante»... sempre em grande, carago! :D
Por fim, dizer que, esta foi mais uma entrevista que adorei ler, retirando dela uma afirmação que para mim, traduz em pormenor o papel de «adepto»:
"...nem me parece que haja posição mais honrosa do que a de simples adepto. Os adeptos leais, abnegados, fiéis, são, com os jogadores, o melhor do futebol. O resto…"
Não podia estar mais de acordo... e assino totalmente por baixo.
Mais uma vez, obrigado Álvaro Magalhães... e continuação de excelentes crónicas aos domingos lá pelo «nosso» JN.
Olá!
ResponderEliminarÁlvaro Magalhães um notável e ilustre dragão!
Os nossos adversários podem ganhar-nos em quantidade de jornalistas, porém perdem de caras em qualidade.
Prezado Álvaro Magalhães quando fez a sua equipa esqueceu-se(por não ser do seu tempo) dum jogador que foi só um dos mais formidáveis artilheiros de todos os tempos no FCP,de seu nome "Araújo" (Paredes).Quando rematava às balizas adversárias a bola levava lume!
Creio por isso,que este ex-craque do tempo do Barrigana (mãos de ferro) e do Correia Dias,deve também ser recordado como jogador excepcional.
Abraço
Armando Monteiro
PS - Quanto ao resto totalmente d'acordo.
Lucho:
ResponderEliminarPermite-me uma sugestão. Tens possibilidade de desenvolver contactos para entrevistares um enorme portista, de seu nome Alvaro Costa? Apresentador do "Liga dos Ultimos"e locutor na Antena 3. Não te arrependerás...
Gostaria de, sem deixar de assinalar o não conhecer o escritor Álvaro Magalhães -mas a lacuna é minha- apresentar os meus cumprimentos ao vosso entrevistado e confessar que vou começar a ler os seus artigos ou colunas de opinião no Jornal de Notícias...Como já atrás disse, há muito que deixei de comprar e ler o JN.
ResponderEliminarA razão principal foi a de que para mim este Jornal não se actualizou convenientemente na forma e no aspecto gráfico, desde que se alterou -mal, acho eu- há uns anos atrás, quando abandonou aquele tamanho gigante tão habitual -e tão interessante- nos três diários Portuenses...Dos três, aquele que mais tempo me conseguiu manter ligado, confesso, foi o Primeiro de Janeiro e em especial a sua edição Dominical que os meus avós e os meus pais, religiosamente compravam, recheado com um caderno especial muito bonito...Quanta BD eu li e coleccionei nas páginas de Domingo desse Jornal...Depois, foi caindo caindo e agora, quase desapareceu...O Comércio nunca me mereceu grande atenção e o JN sempre foi preferencialmente o Jornal dos anúncios e das notícias mais sensacionalistas!...E quando muito -aos Domingos e às segundas feiras- convocava-me para as suas páginas de Desporto!
Uma coisa interessante, o ano de nascimento: 1951!...
ResponderEliminarViva !
ResponderEliminarMuitos Parabéns !
Mega importante a batalha mediática !
E Viva o Porto !
Vou tentar oporto.
ResponderEliminarTambém é um dos nomes que já tinha pensado. Mas não tenho o contacto. Vou tentar...
"meirelesportuense disse...
ResponderEliminarUma coisa interessante, o ano de nascimento: 1951!..."
Em 1971 ? Por andava o nosso FCP ?
ano de nascimento 1951?
ResponderEliminarpor onde vagueava em 1971?
pois... importam-se de falar PORTOguês? :D
Nas capas de Campeões Nacionais... em 71, por onde andava o FCP ?
ResponderEliminarAno de nascimento de POrtistas :)
Sim, de 51 já suspeitava...
ResponderEliminarAgora, de 71, estaria algures por:
1970/71
3.º classificado com 16 vitórias, 5 empates e 5 derrotas.
1971/72
5.º classificado com 13 vitórias, 7 empates e 10 derrotas.
Vero? ou tá frio?
Grande entrevista mais uma vez! :):)
ResponderEliminarPresidente, amei as fotos aqui ao lado sabias??? Muito muito boa ideia!!!!